São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Colunistas
"Quero cumprimentar com entusiasmo os colunistas e os colaboradores da Folha que escreveram no jornal no dia 13 de maio -Carlos Heitor Cony, Clóvis Rossi, Antônio Ermírio de Moraes e Gilberto Dimenstein. Gostaria ainda de destacar a excelente entrevista com o cientista político José Luís Fiori. Diz ele: "Todos os sinais indicam, efetivamente, que a festa está acabando, como já acabou em toda a América Latina". Ocorreu-me, então, o final do poema de um antigo poeta, cujo nome esqueci, acadêmico da Faculdade de Direito do largo de São Francisco, ah, de repente tão atual: "Em toda parte onde estou/ eu sinto um cheiro de festa/ e eu sei que a festa acabou". A esses intelectuais do bom combate, a minha profunda solidariedade." Lygia Fagundes Telles, escritora (São Paulo, SP)

Transplantes
"Em nome das 250 crianças renais crônicas da Fundação Criança Renal, a grande maioria delas aguardando um transplante de rim, parabenizo o dr. Raul Marino Júnior pelo excelente artigo "O milagre dos transplantes" ("Tendências/ Debates", pág. A3, 15/5). Verdadeiramente, não há um ato de amor maior que doar um órgão àqueles que tanto sofrem, independentemente de nossas convicções religiosas." Thadeu Castello Branco e Silva, presidente da Fundação Criança Renal, e-mail: fund.cr@onda.com.br (Curitiba, PR)

"Parabéns à Folha por publicar o magnífico artigo sobre transplantes. Felicito também o colega médico Raul Marino Jr., pois, em 28 anos de medicina, jamais havia visto um neurocirurgião discorrer sobre espiritualidade como ele fez. Nós, médicos, e nossos pacientes precisamos dessas palavras tão belas, proferidas por um expoente da neurocirurgia no país." Paulo Duarte Lopes Panchorra, médico (Pirassununga, SP)

Floresta x galinhas
"Todo ano aumenta a devastação na floresta amazônica, mas nunca se ouviu falar em aumento significativo na produção de alguma coisa na Amazônia. As área devastadas tornam-se apenas isso, áreas devastadas. Enormes clareiras são sempre justificadas como pasto para gado, mas não se vê o tal gado. Existe alguma estatística que aponte a Amazônia como um grande produtor de gado? Não acredito. Estão enganados os que pensam que o desenvolvimento do Brasil se dará com a ocupação/favelização da Amazônia. O valor da floresta preservada aumenta a cada dia. A cada dia valerá mais a água limpa de seus rios. Hoje, e no futuro, nenhuma criação valerá mais do que a floresta amazônica intacta. O Brasil é grande o bastante para se dar ao luxo de ser o maior produtor mundial de tudo que se possa imaginar, sem depender da ocupação da floresta amazônica. Bastaria um planejamento eficiente de ocupação, uma plena utilização das enormes áreas agricultáveis improdutivas e, enfim, um mínimo de bom senso, educação e visão de futuro." Mário Barilá Filho (São Paulo, SP)

Urbanismo
"Diante da reportagem "Urbanista vê risco de favelas verticais" (Cotidiano, pág. C4, 16/5), devo observar que o tom predominante de levantamento de suspeição quanto ao programa não corresponde ao sentido de minhas declarações. Na verdade, o sentido de minhas declarações à reportagem foi o seguinte: É inegável que há riscos e dificuldades de várias ordens, apontados pelo repórter, que são inerentes à instalação da população de baixa renda em edifícios verticais, particularmente na zona central da cidade. Alguns desses problemas são ligados à viabilização econômica e operacional de cada projeto, inclusive relativos à ressocialização dos moradores no novo contexto de vida e à manutenção dos edifícios. Outros são problemas de natureza urbanística para compatibilizar esse novo uso com o objetivo de requalificação do centro. Neutralizar esses riscos é um óbvio requisito de um programa desse tipo. Nada nos indica, porém, que a atual administração municipal não tenha a competência necessária para administrar o problema. Ao contrário. Conhecendo a grande experiência de vários dos técnicos que estarão à testa do problema, só tenho razões para confiar que o programa venha a ser desenvolvido de forma segura, eficaz e inovadora." Luiz Carlos Costa, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (São Paulo, SP)

Cacciola, Luiz Estevão e Beira-Mar
"Depois da imagem sarcástica de Salvatore Cacciola assistindo ao jogo de Guga em Roma e da pomposa carta do ex-senador, e agora missivista, Luiz Estevão, publicada nesta coluna ("Didi", "Painel do Leitor", pág. A3, 16/5) sobre o já saudoso Didi, só falta, para completar a turma, Fernandinho Beira-Mar fazer um comentário sobre as finais do Campeonato Paulista." Miguel da Silveira Matos (Ribeirão Preto, SP)

Energia
"O problema da falta de energia elétrica é grave. Ele não só mostra a incompetência do governo e o efeito devastador das privatizações como gerará desemprego e um caos no cotidiano de cada brasileiro. Mas, deixando um pouco de lado a ridícula administração de FHC, com um escândalo pior que o outro, esses possíveis apagões servem para a população realmente conscientizar-se de que é necessário economizar energia, afinal, a produção de eletricidade também degrada, e muito, o ambiente. O governo deveria investir maciçamente em biodigestores -que produzem gás a partir de lixo orgânico e substituem o uso do petróleo- e pensar seriamente em alternativas eficientes para o fornecimento de energia. O ambiente e a população agradeceriam." Marina Basso Lacerda (Ponta Grossa, PR)

Pesquisa
"Gostaria de parabenizar o professor Roberto Nicolsky ("Casa-grande e senzala", "Tendências/Debates", pág. A3, 14/5) por sua lucidez, independência e habilidade ao expor uma das características mais tristes que o nosso sistema federal de apoio à pesquisa e tecnologia tem assumido de modo sistemático: o de distribuir bolsas de formação de recursos humanos e depois abandonar seus 'bebês" à deriva, numa estrutura que não absorve pesquisadores jovens e independentes. Como pesquisadora desempregada, recém-chegada do exterior, onde estive como pós-doutoranda (com salário pago por agências estrangeiras), acredito não estar longe da opinião geral ao dar notícias daqui da senzala. Aqui não são raros os casos de pesquisadores jovens que têm seus projetos de pesquisa independente elogiados pelo CNPq, mas não financiados, porque "este ano não temos dinheiro". Este ano não tem, ano que vem também não. Quais são as chances de a gente sair da senzala? Se houvesse mais pessoas com a lucidez do professor Nicolsky nas nossas agências federais, talvez não houvesse tantos recém-doutores lá no porto de Santos esperando passar um navio negreiro." Maristela Martins de Camargo, veterinária e pesquisadora (Jales, SP)

Luz no fim do túnel
"O relatório do senador Saturnino Braga, favorável à cassação de ACM e de Arruda, é uma luz no fim do túnel do bom senso. Um início de alma lavada para a sociedade. Tomara que seja uma alavanca para acabar com a imundície, com o cinismo e com a impunidade que lamentavelmente tomaram conta da vida pública brasileira." Vicente Limongi Netto (Brasília, DF)



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