São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Pichação
"Trabalho com arte de rua e tecnologia e sou diariamente procurado por meninos infratores (por pichação) e de comunidades carentes que passam por minha empresa em busca de aprendizado. Lá eles aprendem, de graça, a pintar telas, a fazer websites e computação gráfica, o que lhes dá melhores chances de colocação. Em razão desse meu trabalho, senti-me no direito de me manifestar. Fiquei sabendo sobre o projeto Cidade Limpa (da subprefeitura de Pinheiros), de revitalização da rua Cardeal Arcoverde, pelo qual serão gastos R$ 50 mil por mês, durante três meses, para que se pintem de branco muros e calçadas. Sou artista plástico, grafiteiro e empresário multimídia e acredito que não será pintando as paredes de branco ou prendendo os pichadores que a questão da poluição visual da cidade será resolvida. A minha questão é: por que a prefeitura gastará R$ 150 mil para pintar os muros de branco se pode canalizar essa verba para um projeto de arte na rua e ainda promover a inclusão social desses jovens "pichadores'?"
Rui Amaral (São Paulo, SP)

Febem
"As notícias que lemos todos os dias a respeito da situação da Febem nos dão a dimensão do descalabro em que se encontra a instituição. Defender uma reformulação completa desse sistema é o mínimo, uma obviedade. Mas é pouco. A Febem é o reflexo da atenção que a sociedade brasileira dispensa à juventude pobre e sem perspectivas. São os problemas estruturais da nossa sociedade que, sem solução, são empurrados para baixo do tapete e agora vêm à tona. A Febem não é a "fábrica de criminosos". A fábrica de criminosos é a rua, a falta de estudo, a falta de uma família estruturada, a falta de um pai que tenha um emprego decente, a falta do carinho de uma mãe. Enfim, é a falta de uma perspectiva de futuro. A Febem é o inferno a que são condenados esses meninos e meninas. Muitos linhas-duras defenderão que o problema da Febem se resolve com mais repressão, mas eu tenho certeza de que os culpados por tudo isso somos nós e de que a perversidade das atuais regras econômicas e sociais é que empurra a juventude para esse abismo. Até quando a sociedade permanecerá indiferente a essa barbárie?"
André de Souza Vieira (Londrina, PR)

Poluição
"Alguns anos atrás, eu e minha família decidimos sair da capital paulista e morar no interior devido às graves crises respiratórias que meu filho sofria com a poluição de São Paulo, mas acabamos por descobrir que o problema respiratório dele não terminou. Ao contrário, ficou ainda mais acentuado. A belíssima foto publicada na Primeira Página em 14/5 retrata bem a ilusão de que no interior o ar seja mais puro. Ela mostra a fragilidade de um homem em meio à fumaça e ao fogo. Sofremos com as queimadas de cana mais do que com as fábricas e com os motores de carro que circulam na capital paulista. Parabenizo o fotógrafo Joel Silva. Além de a foto parecer uma verdadeira pintura, ele conseguiu retratar bem o fato de que, no interior, a poluição talvez seja maior do que na capital."
Maria Lazara Junqueira (Marília, SP)

Fazenda
"É lamentável que a Folha faça um editorial sobre um documento que não leu ("A ciência da fazenda", Opinião, 14/5). Em nenhum momento o documento da Fazenda sobre orçamento social afirma que, apesar do aumento nominal de 31%, a desigualdade não caiu. Aliás, a informação sobre aumento nominal é apenas mencionado em uma linha na nota à imprensa entre várias outras informações adicionais. Porém enfatizo: essa informação sobre variação nominal do orçamento total não aparece em momento nenhum do documento. O professor Marcio Pochmann não faz nenhuma crítica ao documento da Fazenda a não ser afirmar, em uma ou duas linhas da introdução e da conclusão, que discorda de algumas conclusões. Por que discorda e quais são as críticas Pochmann, infelizmente, não diz. Por escrito, em sua nota, não há nenhuma crítica, demonstração de equívoco ou debate sobre qualquer dos argumentos desenvolvidos no documento, como afirmei anteontem em minha nota. Se a Folha estiver interessada nos argumentos do documento, basta lê-lo. Se estiver interessada nas minhas críticas à contabilidade feita por Pochmann, que em nada altera ou corrige os diagnósticos do documento da Fazenda, pode ler minha nota divulgada anteontem. Espero que, da próxima vez, a Folha leia sobre o que comenta."
Marcos de Barros Lisboa (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - No "sumário executivo" que introduz o referido estudo no site do Ministério da Fazenda, consta que, "nos últimos dois anos, o orçamento social do Governo Federal teve um aumento de 31% em relação ao biênio 2001/2002". O assunto foi tema de reportagens da Folha que apresentaram as considerações do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Dízimo
"A reportagem "No governo, PT vê dízimo crescer sete vezes" (Brasil, 16/5) informa incorretamente que a contribuição financeira dos filiados petistas é feita "geralmente" por meio de "desconto no contracheque". O PT esclarece, com pedido de correção, que a contribuição é feita de duas formas: débito em conta corrente, com autorização por escrito do filiado, ou depósito em cheque diretamente na conta do partido."
Marcelo Sereno, secretário nacional de Comunicação do PT (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Usinas
"Diferentemente do que sugere a reportagem "Construtora pára obras de Tucuruí" (Dinheiro, 13/5), as reivindicações dos integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) são dirigidas não à empresa Construções e Comércio Camargo Corrêa, mas aos contratantes das obras que estão sendo realizadas pela empresa em Tucuruí -a Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte) e o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), que têm mantido negociações com os manifestantes. Além de não ser alvo das reivindicações, a Camargo Corrêa tem tido sua atividade prejudicada pela atuação do MAB, que põe em risco a segurança dos seus trabalhadores e ameaça o patrimônio da empresa. Os manifestantes, que estão acampados há quase um mês no canteiro de obras onde está sendo construída a câmara de jusante do sistema de eclusas, tomaram posse de 25 equipamentos pesados da empresa, dois dos quais foram incendiados. Em razão desses fatos, a Camargo Corrêa se viu obrigada a suspender a execução dos serviços naquela área."
César Nogueira, assessoria de comunicação da Camargo Corrêa S.A. (São Paulo, SP)


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