São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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PERTO DA DEFINIÇÃO

Já não há nome para qualificar os encontros do PMDB que tentam ordenar o comportamento do partido na eleição presidencial de outubro. O que era para ser "convenção nacional extraordinária", no último sábado, se tornou "consulta informal, pendente de decisão judicial". A reunião, por margem estreita, decidiu que o partido não terá candidato ao Planalto, tornando-se livre para associar-se a quem bem entender nos pleitos estaduais.
Desta feita -ao contrário do que acontecera na também tumultuada consulta anterior da legenda, que referendou o ex-governador do Rio Anthony Garotinho-, é muito provável que o veredicto que saiu das urnas peemedebistas seja de fato refletido nas eleições deste ano.
Não porque o encontro de sábado tenha tido mais "legitimidade" que o anterior: apenas porque a ausência de candidato à Presidência, no contexto da verticalização das alianças, é a resultante natural de uma agremiação composta por forças regionais que nunca se entendem.
De concreto, essa definição, olhando a partir dos dados disponíveis hoje, vai beneficiar os interesses do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista é o favorito nas pesquisas eleitorais, e a ausência de Garotinho -o terceiro colocado no último Datafolha, com 15% das intenções de voto- aumenta a probabilidade de uma definição do pleito em um turno único. Numa competição de tiro curto, o segundo colocado -o tucano Geraldo Alckmin- tem menos tempo para recuperar-se.
Agora restam apenas definições menores no quadro eleitoral: o nome do pefelista candidato a vice na chapa do ex-governador paulista; o companheiro de chapa de Lula; alguns arranjos regionais. E o tema eleição presidencial tende a submergir para voltar com força depois da Copa do Mundo de futebol.


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