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DINHEIRO AOS PEQUENOS
As experiências com programas de microcrédito se espalham pelo país. Nos últimos três
anos, mais do que dobrou, chegando a 200, o número de instituições
que oferecem essa modalidade de
crédito. As experiências têm se mostrado positivas -mas as limitações
que ainda apresentam são relevantes.
O microcrédito se caracteriza por
visar a atender, preferencialmente,
pessoas e microempresas que em geral não têm acesso a empréstimos de
bancos. Assim, o valor médio das
operações, destinadas a financiar investimentos ou capital de giro, é baixo (da ordem de R$ 1,5 mil); o custo
do crédito é bastante inferior ao cobrado pelo sistema financeiro; e os
requisitos para ter acesso aos empréstimos são brandos.
O microcrédito é um meio de gerar
empregos que se destaca pelo custo
baixo. São evidentes as vantagens da
geração de emprego como mecanismo de inclusão social comparativamente a programas de caráter assistencialista. Estes apenas mitigam os
efeitos mais perversos da penúria
econômica, ao passo que o microcrédito pode propiciar ao beneficiário uma autonomia mais condizente
com o pleno exercício da cidadania.
Uma primeira limitação do microcrédito no Brasil, hoje, é óbvia: ele
movimenta montante reduzido de
recursos. Embora não haja dados
consolidados, estima-se que o microcrédito, somando-se mais de 1
milhão de operações, não chegue a
1% dos R$ 335 bilhões ofertados pelo
sistema financeiro nacional.
Mas essa limitação quantitativa não
é o ponto a destacar. O que se requer
é atrelar a geração de empregos viabilizada pelo microcrédito a iniciativas mais gerais, que ajudem a economia a crescer mais. Por exemplo, sabe-se que os pequenos empreendimentos brasileiros têm muito pouco
acesso ao mercado externo -diferentemente do que ocorre nos EUA e
na Itália, por exemplo, onde empresas de pequeno porte têm papel importante nas exportações do país.
Articular o microcrédito com mecanismos que facilitem a exportação
da produção dos microempreendimentos seria importante não só da
ótica da criação de empregos mas
também da necessária redução da
vulnerabilidade das contas externas.
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