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JOSÉ SARNEY
Guerra virtual
EU PASSEI pelo lápis, pelo tinteiro, pela caneta-tinteiro, pela esferográfica, pela máquina
de escrever manual e elétrica e desembarquei no computador. Não é
que agora estou mergulhado nesse
mundo da rede, que não tem um
centro gerador e que cresce como
uma teia de aranha, sempre que se
fia mais.
Agora, eis-me acompanhando a guerra de titãs que vejo
nos jornais entre Windows e Google e sou envolvido nas disputas pelos chips menores, os aplicativos
mais vastos e que eu nunca saberei
todos porque são tantos que os
anos não aguentam mais.
Chrome ou Windows 7? Esta é a
nova disputa no mercado, até agora
dominado amplamente pela Microsoft, que com versões de Windows equipa 90% dos computadores do mundo. Agora a Google, a segunda gigante dos softwares, anuncia que está preparando sistema
operacional aberto, que pode ser
manuseado e modificado por todo
mundo, sem infringir patentes e
desafiar segredos -que será distribuído gratuitamente.
A resposta da Microsoft é lançar
uma versão mais simples do seu
sistema operacional, com o acréscimo de um processador de textos
e de uma planilha rudimentares,
emuladores dos clássicos do Office,
o Word e o Excel. Aqui para mim já
melhora.
A Microsoft ameaça vender um
sistema operacional -com preço
de cerca de R$ 400- que terá um
concorrente de grande porte gratuito. O Chrome OS vai chegar com
toda a força e será um sucesso garantido. A dúvida é se vai ou não ganhar a guerra com o novo sistema
Windows. A Google não tem entrado no mercado para perder, e sua
aposta em serviços de rede, como o
YouTube, o Gmail, o Orkut, e de
desktop, como o Google Earth,
mostram sua capacidade de inovar
e ganhar as apostas.
O Google
Earth, por exemplo, é para mim
um milagre, com sua capacidade de
mostrar na tela a casa de todo mundo no mundo, inclusive a minha.
Nesta batalha, o mundo da alta
tecnologia vai tendo seus sucessos
paralelos, como os telefones que
fazem tudo, o iPhone da Apple, que
se tornou a moda que cada dia
avança mais sobre os telefones celulares convencionais, forçando a
criação de outros telefones que fazem também uma porção de outras
coisas, a começar por dominar o
correio eletrônico.
Os novos computadores da Apple, anunciados
como mais fáceis de operar, estão
sendo vendidos por US$ 1.500 nos
Estados Unidos.
Agora estou com medo dos livros.
Querem que eles saiam do papel para a telinha. Estão surgindo
para ler livros e jornais aparelhos
como o Kindle, da Amazon, a maior
livraria do mundo. Mas eu ainda
continuarei com os meus velhos
amigos, aprendendo sobre tudo isso nos jornais e nos livros de papel.
E, aos vencedores, as batatas.
jose-sarney@uol.com.br
JOSÉ SARNEY escreve às sextas-feiras nesta coluna.
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