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LUCROS CORPORATIVOS
Uma série de grandes empresas parece apta a aumentar a
produção, garantindo a retomada do
crescimento econômico em torno de
3% ao ano, nos próximos dois ou
três anos, sem pressionar os preços
domésticos, de acordo com pesquisa
divulgada pelo jornal "Valor". Trata-se, na maioria, de empresas exportadoras ou com receitas atreladas ao
dólar, o que permitiu uma elevação
das margens de lucro em reais, a despeito das turbulências recentes. A exceção ficou por conta das empresas
de eletroeletrônicos, altamente dependente da massa de salários e do
crédito ao consumidor. O setor operou com margem de lucro negativa e
elevada capacidade ociosa.
Esse panorama das corporações
exclui o impacto da desvalorização
do real sobre a estrutura de endividamento, o que determinou prejuízo
em algumas empresas. Operacionalmente, no entanto, a desvalorização
cambial e o ajuste de custo (redução
do nível de emprego e do salário real,
especialização das linhas de produção) garantiram o aumento da rentabilidade das corporações. Essa situação gerou uma capacidade de absorção de aumento de custos produtivos
e pode favorecer a valorização das
ações negociadas na Bovespa.
O desempenho das pequenas e médias empresas é bastante diverso.
Pressionadas pelas altas taxas de juros e pelo aumento na carga tributária, devem tentar repassar custos em
uma retomada do crescimento, a fim
de recompor suas margens de lucro.
Assim, para tentar conter uma aceleração da inflação por conta do aumento da demanda, impõe-se uma
série de políticas. Em primeiro lugar,
monitorar as elevações de preços, a
fim de evitar abusos nas cadeias produtivas em que predominam empresas oligopólicas. Em segundo lugar,
favorecer a retomada dos investimentos, sobretudo naqueles setores
com baixa capacidade ociosa. Esse
parece ser o caso da indústria petroquímica. Em terceiro lugar, não descurar das condições, inclusive cambiais, favoráveis às exportações, uma
vez que a retomada do crescimento
doméstico pode reduzir os volumes
exportados e aumentar a vulnerabilidade externa da economia.
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