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São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2003

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LUCROS CORPORATIVOS

Uma série de grandes empresas parece apta a aumentar a produção, garantindo a retomada do crescimento econômico em torno de 3% ao ano, nos próximos dois ou três anos, sem pressionar os preços domésticos, de acordo com pesquisa divulgada pelo jornal "Valor". Trata-se, na maioria, de empresas exportadoras ou com receitas atreladas ao dólar, o que permitiu uma elevação das margens de lucro em reais, a despeito das turbulências recentes. A exceção ficou por conta das empresas de eletroeletrônicos, altamente dependente da massa de salários e do crédito ao consumidor. O setor operou com margem de lucro negativa e elevada capacidade ociosa.
Esse panorama das corporações exclui o impacto da desvalorização do real sobre a estrutura de endividamento, o que determinou prejuízo em algumas empresas. Operacionalmente, no entanto, a desvalorização cambial e o ajuste de custo (redução do nível de emprego e do salário real, especialização das linhas de produção) garantiram o aumento da rentabilidade das corporações. Essa situação gerou uma capacidade de absorção de aumento de custos produtivos e pode favorecer a valorização das ações negociadas na Bovespa.
O desempenho das pequenas e médias empresas é bastante diverso. Pressionadas pelas altas taxas de juros e pelo aumento na carga tributária, devem tentar repassar custos em uma retomada do crescimento, a fim de recompor suas margens de lucro.
Assim, para tentar conter uma aceleração da inflação por conta do aumento da demanda, impõe-se uma série de políticas. Em primeiro lugar, monitorar as elevações de preços, a fim de evitar abusos nas cadeias produtivas em que predominam empresas oligopólicas. Em segundo lugar, favorecer a retomada dos investimentos, sobretudo naqueles setores com baixa capacidade ociosa. Esse parece ser o caso da indústria petroquímica. Em terceiro lugar, não descurar das condições, inclusive cambiais, favoráveis às exportações, uma vez que a retomada do crescimento doméstico pode reduzir os volumes exportados e aumentar a vulnerabilidade externa da economia.


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