São Paulo, sexta-feira, 17 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Juros
"Parabenizo Gabriela Wolthers e Luís Nassif por seus textos na Folha. A primeira, em 15/9 (Opinião, pág. A2), finaliza seu artigo dizendo: "Será o país tão medíocre que não agüenta um crescimento de 4,2% no semestre?" [sem que tenha novamente de aumentar os juros]. Pois os juros aumentaram 0,25% -e já eram, sem o aumento, os segundos maiores do mundo. Nassif, em sua coluna de 16/9 (Dinheiro, pág. B3), mostra a Gabriela o porquê de sua, ou melhor, da nossa indignação. Falta competência."
Claudia Leme Faiad (São Paulo, SP)

Cigarro
"Espero que Lula leia o sereno e brilhante editorial "Corrida tabagista" (Opinião, 16/9) e não reedite a insana, absurda e inexplicável MP que suspendeu os efeitos da lei 9.294 e permitiu a propaganda de cigarros no GP de Fórmula 1."
Adir de Castro, presidente da Anacota -Associação Nacional de Combate ao Tabagismo (Belo Horizonte, MG)

Eleições
"A Folha atribui, de maneira incorreta, afirmações ao ministro José Dirceu no texto "Dirceu já teme vitória de Serra no 1º turno" (Brasil, 15/9). A avaliação do ministro, como publica a própria reportagem é que "Dirceu disse que confia na eleição da Marta", o que contradiz, portanto, o conteúdo que deu manchete ao texto, assunto que em nenhum momento foi tratado pelo ministro. Assim, cumpre esclarecer que a conversa que antecedeu o jantar com senadores, na segunda-feira, versou sobre as condições em que os candidatos devem chegar ao segundo turno das eleições. Uma vez mais a Folha publica informações atribuídas a fontes mantidas no anonimato sem que o "outro lado" tenha sido ouvido, em flagrante desrespeito ao seu próprio "Manual da Redação".
Telma Feher, assessoria especial da Casa Civil da Presidência da República (Brasília, DF)

Repetência
"O MEC quer abolir a repetência na 1ª série do Ensino Fundamental. Mas, se 52% das crianças saem da escola sem conseguir interpretar um texto, parece que a reprovação foi abolida em todas as séries."
Ergógiro Dantas, pedagogo aposentado (Rio de Janeiro, RJ)

Termo
"Nos textos da Folha, vem sendo cada vez mais constante o uso do termo "autismo" de forma metafórica. Autismo é um termo que denota uma condição neurológica, psicológica. Considero que o uso indiscriminado do termo seja um desrespeito aos autistas e a todos os que convivem com o autismo. Com o texto de Clóvis Rossi de 14/9, "Autismo em grau máximo", contei, eliminando as entrevistas, quatro ocorrências dessa metáfora de mau gosto em textos da Folha (Otavio Frias Filho, em 8/7/2004, Luiz Carlos Mendonça de Barros, em 9/4/2004, e Clóvis Rossi, em 28/ 3/2004). Chamar políticos de "autistas" é tão preconceituoso quanto dizer que o governo "mongolizou". Comentários ofensivos, necessários, devem ser tratados com cuidado, pois podem cruzar facilmente o limite entre a contundência e o mau gosto."
Tiago Amaral Penteado de Jesus (São Paulo, SP)

Criança e favela
"Tirar a favela de dentro da criança". Extraí essa frase do texto que tratou da sabatina da prefeita Marta Suplicy na Folha (Brasil, pág. A6, 16/9) e percebi o seu grande caráter, empenho e, o mais importante, a sua visão pública para a realização dos CEUs e de outros projetos sociais implementados em seu governo. É uma grande percepção do contexto da situação da pobreza, que inverte o caráter de "tirar a criança da favela", porque está sendo oferecido o equipamento social de qualidade aos que moram naquela situação de pobreza. Isso é o que deveria ser considerado e avaliado. Não vi nenhum articulista ressaltar a importância e a relevância do contexto dessa grande visão. Preferem falar de banalidades e chamá-la de "arrogante"."
Maria Rosalia Tapajós e Silva (São Paulo, SP)

Alfabetização
"Em relação à reportagem "Com Tarso, "Brasil Alfabetizado" reduziu meta de ensino" (Cotidiano, 6/9), sobre o programa Brasil Alfabetizado, o Alfabetização Solidária (Alfasol) tem a esclarecer que sua parceria com a iniciativa do governo federal está alinhada com seus princípios de diminuição dos tristes índices de analfabetismo que excluem milhões de brasileiros da sociedade de direitos. A entidade não-governamental Alfabetização Solidária nasceu em 1997 com a intenção não só de trabalhar pela diminuição do analfabetismo nacional como, principalmente, de incentivar jovens e adultos excluídos do sistema formal de ensino a ingressar nas escolas ou a voltar aos bancos escolares. O Alfabetização Solidária não tem a pretensão de encerrar o processo de alfabetização no período de seis a oito meses que dura o atendimento a seus alunos. Sua proposta é iniciar o contato do aluno com o mundo do letramento, de modo a permitir seu acesso também ao universo de direitos que lhe são legítimos. E a entidade tem conseguido alcançar suas metas. Até o final de 2004, serão 4,9 milhões de alunos atendidos em 2.050 cidades. Segundo o Inep, no período 2000/2003, o aumento de oferta de EJA (Educação de Jovens e Adultos) foi da ordem de 230,55% nos locais em que a Alfasol atua, contra o aumento de apenas 43,80% nas outras cidades brasileiras. No dia 8, Dia Mundial de Combate ao Analfabetismo, o Alfabetização Solidária recebeu o Prêmio Rei Sejong na Assembléia Geral da Unesco como uma das três melhores iniciativas mundiais de educação de jovens e adultos. Hoje, o modelo Alfasol está presente em Moçambique, em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe e na Guatemala."
Regina Célia Esteves de Siqueira, superintendente-executiva do Alfabetização Solidária (Brasília, DF)

Paz na escola
"O senhor Jorge Werthein, no artigo "Por uma escola de paz" ("Tendências/ Debates", 16/9), afirma que um dos caminhos para a promoção da paz entre os jovens é o envolvimento dos professores. Sem dúvida ele tem razão. Mas como envolver os professores se eles estão com a sua auto-estima tão em baixa? Isso é provocado pelos baixos salários, pelas más condições de trabalho -salas lotadas, carga horária que não lhes permite preparar as aulas e dar a atenção que o aluno merece, além do tratamento dado por dirigentes de ensino, supervisores e diretores, que olham para os professores como sendo um bando de incapazes. Enquanto não houver uma valorização de fato dos professores, estaremos colhendo esses míseros 15% de redução da violência que o autor citou no texto."
José Alberto Lakatos, professor da rede pública de ensino (São Paulo, SP)

Sou mineiro e não desisto
"Taí uma boa sugestão para a campanha "Sou brasileiro e não desisto nunca': usar os mineiros de Governador Valadares. Não obstante o perigo, eles tentam entrar ilegalmente nos EUA. Muitos (os que não morrem) são presos e deportados. Mas, perseverantes, estão prontos para a próxima tentativa. Não desistem nunca do sonho americano."
Geraldo Magela da Silva Xavier (Belo Horizonte, MG)


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