São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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São Paulo e Brasil
"Clóvis Rossi, em sua coluna de 11/10 ("Mentiras e indigência", Opinião), erra ao acusar o candidato Geraldo Alckmin de apresentar um dado "falso" quando este declarou, no debate da Bandeirantes, que o Estado de São Paulo cresceu mais do que Brasil no governo Lula. A reportagem "Candidatos distorcem dados em duelo", de Gustavo Patu e Marta Salomon, veiculada em 10/10 (caderno Brasil), por sua vez, não informa ao leitor que o Estado teve, de fato, um desempenho melhor do que a média brasileira durante o governo Lula.
As estatísticas do IBGE e da Fundação Seade atestam que Alckmin tem razão. Entre 2003 e 2005, segundo o IBGE, o Brasil cresceu 7,85%. No mesmo período, o Estado de São Paulo, na época governado por Alckmin, cresceu 8,52% ou 10,6%, a depender da estatística utilizada. Se for usada a série da Fundação Seade para os três anos, o crescimento é de 8,52%. Se for o dado do IBGE para 2003 e da Fundação Seade para 2004 e 2005, o resultado é 10,6%. O IBGE ainda não calculou o crescimento dos Estados para os dois últimos anos." Fernando Guedes , assessoria de imprensa de
Geraldo Alckmin (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Gustavo Patu - O candidato Geraldo Alckmin afirmou, no debate, que em seu governo a economia de São Paulo cresceu "muito mais" que a do Brasil. Não é verdade. Em seu período como governador, de 2001 a 2005, o Estado teve crescimento médio anual de 2,15%, pouco abaixo da média nacional, de 2,19%. Sua assessoria quer limitar a comparação ao período 2003-2005, mas, ainda assim, a diferença em favor do Estado é irrisória: média paulista de 2,76% ao ano e média nacional de 2,57%. Em qualquer comparação, só faz sentido usar, para o Estado, a série da Fundação Seade, a única que compreende os anos de 2004 e 2005.

Promessas tucanas
"Ao ler a manchete de ontem ("Para atrair PDT, Alckmin faz carta antiprivatização'), lembrei-me de outro documento, também assinado por um tucano, que prometia aos eleitores paulistas manter o Banespa como banco estatal. A carta, que muitos banespianos guardam até hoje, foi assinada pelo então candidato ao Palácio dos Bandeirantes, Mario Covas, e enviada aos milhares de empregados do banco às vésperas das eleições de 1994. "Meu compromisso é o de resgatar a grandeza e tradição do Banespa, bem como a dignidade de seus funcionários (...)", dizia trecho da missiva. Se nem Mario Covas, de longe o melhor de todos os tucanos, conseguiu cumprir sua palavra, imagine então se Alckmin, que liderou o processo de privatização em São Paulo, irá manter a promessa de não vender as poucas empresas federais que restaram do governo FHC."
AIRTON GOES (São Paulo, SP)

Sono tranqüilo
"Por que o PT e o presidente Lula não abrem a caixa-preta do dossiê? Será que o presidente está mentindo e sabe que o conteúdo da caixa-preta vai respingar em Vossa Excelência? Por que ele não acaba logo com isso e pede a seus aliados que foram pegos com o dinheiro que falem tudo o que sabem, mostrando que realmente não tem nada com isso? Não precisa da Polícia Federal."
MARCUS LUCIANO VILLAR (Itapevi, SP)

Dossiê
"A Folha deve uma explicação a seus leitores depois da reportagem da revista "CartaCapital" deste fim de semana. A revista aponta uma manipulação das imagens na Primeira Página da edição de véspera do pleito e uma omissão de informações sobre as fotos e o processo de investigação da Polícia Federal.
A reportagem de "CartaCapital" é bem apurada e não deve ser ignorada pelo ombudsman."
PEDRO GABRIEL DELGADO (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - A Constituição brasileira garante o direito ao sigilo da fonte. Por isso, a Folha não publicou o nome do delegado que vazou as fotos, já que elas foram obtidas com esse compromisso. No dia seguinte, o próprio delegado assumiu publicamente a responsabilidade pela distribuição das fotos aos jornalistas, o que foi registrado, com menção na Primeira Página. Nesse mesmo dia, a Folha também publicou as opiniões do governo e do PT sobre o episódio. A publicação das fotos tinha evidente interesse público.

Usina
"No texto "Usina em MT consolida crime ambiental" (Dinheiro, 11/10) foram cometidas impropriedades. Afirmar que o EIA/Rima do Aproveitamento Hidrelétrico Dardanelos é "fajuto" afronta não só as empresas Eletronorte e Odebrecht mas também o órgão responsável pelo licenciamento, a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso.
O cálculo da energia assegurada dos empreendimentos hidrelétricos obedece a parâmetros e metodologias legalmente instituídos, de responsabilidade direta da Empresa de Pesquisa Energética. O processo passa pela validação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Aneel. A audiência pública realizada em Aripuanã não apresentou o valor de 99 MW para a energia assegurada do empreendimento. O valor de 155 MW resulta de cálculo feito pela EPE, com base nas vazões ratificadas pela ANA. Como já esclarecemos ao jornal, no período de cheia, os saltos manterão a exuberância atual. A vazão máxima será reduzida de 2.100 m3/s para 1.800 m3/s. No período de estiagem, ficou assegurada vazão mínima 21 m3/s. Nas duas situações, serão preservadas a paisagem cênica e a fauna e flora locais.
Quanto ao Proecotur, os esclarecimentos feitos no Relatório de Atendimento aos Condicionantes da Licença Prévia são absolutamente contundentes para desmontar o apelo econômico e emocional feito na reportagem."
ZENON PEREIRA LEITÃO, coordenador de Comunicação e Relacionamento Empresarial da Eletronorte (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Claudio Angelo - O EIA-Rima não avalia as linhas que conectam a usina ao Sistema Interligado Nacional, ignora que o Ibama quer criar uma unidade de conservação na área e teve cálculos de vazão remanescente alterados nada menos do que três vezes.
O valor de 99 MW está em uma apresentação da própria Eletronorte. A reportagem não informou que "a Eletronorte admite que a usina acabará com as cachoeiras". Apenas citou um documento da própria empresa que diz que "as alterações a serem desencadeadas pela implantação do empreendimento (...) gerando alterações irreversíveis nas cachoeiras, interferem negativamente no potencial natural de atração do turismo para o município".

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