São Paulo, sábado, 17 de outubro de 2009

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Editoriais

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Problemas na Dutra

CASO houvesse um "provão" para as estradas do país, a via Dutra seria reprovada. Um estudo da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) sobre estradas federais concedidas à iniciativa privada demonstra que a capacidade da rodovia está saturada ou próxima da saturação e aponta altos índices de acidentes com mortes.
Notas vermelhas predominam no boletim da principal ligação entre as maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro. Para fins de avaliação, a via foi dividida em sete trechos, dos quais seis obtiveram conceito baixo, numa escala que vai de "A" a "F".
A estrada recebeu um "F", três "E", duas "D" e uma "C" - pontuação muito aquém do aceitável para uma via pela qual passam anualmente 132 milhões de veículos, quase o dobro do fluxo da rodovia dos Bandeirantes, que liga São Paulo a Campinas.
O contrato de concessão à empresa NovaDutra, de 1995, prevê que a rodovia deve operar, "na pior das hipóteses, com nível de serviço D".
Deve-se reconhecer, contudo, que a Dutra melhorou nos anos que se seguiram à privatização. A sinalização foi aperfeiçoada, o asfalto passou por reformas e o número de acidentes diminuiu. Mas o padrão não se manteve com o tempo. Nos últimos anos, o número de mortes em acidentes, por exemplo, se estabilizou: foram 226 em 2006 e em 2007 e três a mais em 2008.
A ANTT diz que a concessionária já realiza obras no segmento mais crítico (o trecho nota "F", na Baixada Fluminense) e prepara marginais ao longo da estrada, além de operações para evitar congestionamentos. O caminho é esse, mas cumpre também à agência fortalecer a fiscalização e cobrar da concessionária agilidade nas obras. Agindo assim, terá cumprido apenas sua obrigação para com os motoristas, que pagam pedágio e têm direito a um serviço de excelência.


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