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Problemas na Dutra
CASO houvesse um "provão"
para as estradas do país, a
via Dutra seria reprovada.
Um estudo da ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres) sobre estradas federais concedidas à iniciativa privada demonstra que a capacidade da rodovia está saturada ou próxima
da saturação e aponta altos índices de acidentes com mortes.
Notas vermelhas predominam
no boletim da principal ligação
entre as maiores cidades do país,
São Paulo e Rio de Janeiro. Para
fins de avaliação, a via foi dividida em sete trechos, dos quais seis
obtiveram conceito baixo, numa
escala que vai de "A" a "F".
A estrada recebeu um "F", três
"E", duas "D" e uma "C" - pontuação muito aquém do aceitável
para uma via pela qual passam
anualmente 132 milhões de veículos, quase o dobro do fluxo da
rodovia dos Bandeirantes, que liga São Paulo a Campinas.
O contrato de concessão à empresa NovaDutra, de 1995, prevê
que a rodovia deve operar, "na
pior das hipóteses, com nível de
serviço D".
Deve-se reconhecer, contudo,
que a Dutra melhorou nos anos
que se seguiram à privatização. A
sinalização foi aperfeiçoada, o
asfalto passou por reformas e o
número de acidentes diminuiu.
Mas o padrão não se manteve
com o tempo. Nos últimos anos,
o número de mortes em acidentes, por exemplo, se estabilizou:
foram 226 em 2006 e em 2007 e
três a mais em 2008.
A ANTT diz que a concessionária já realiza obras no segmento
mais crítico (o trecho nota "F",
na Baixada Fluminense) e prepara marginais ao longo da estrada, além de operações para evitar
congestionamentos. O caminho
é esse, mas cumpre também à
agência fortalecer a fiscalização e
cobrar da concessionária agilidade nas obras. Agindo assim, terá
cumprido apenas sua obrigação
para com os motoristas, que pagam pedágio e têm direito a um
serviço de excelência.
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