São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2008

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PLÍNIO FRAGA

Mal começou; e começou mal

RIO DE JANEIRO - O governo do prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), nem começou e já começou mal. Pode parecer uma frase absurda, mas não mais do que a lógica adotada por ele até agora para a escolha de sua equipe.
O critério tem sido a falta de critério, recorrendo ao velho esquema de atender as demandas partidárias para uso da máquina, que seguem um modelo cartorial que já parece hereditário nos governantes.
Jandira Feghali (PC do B), médica e ex-adversária de Paes no primeiro turno, tentou justificar sua nomeação para a Secretaria da Cultura: "Parece que caí de pára-quedas aqui só para ter um cargo, e isso não existe na minha história", tentou justificar ela, numa negativa que reafirma a realidade.
Paes passou a campanha inteira a criticar o atual prefeito do Rio, mas, na hora de montar sua equipe, recorreu aos "Maia's boys", grupo de políticos lançados na administração que tanto demonizou, como os tucanos Pedro Paulo Carvalho Teixeira (Casa Civil) e Antônio Pedro Figueira de Mello (Turismo). Outra tucana, a paulista Cláudia Costin, foi indicada para a Educação.
A melhor criação de Anthony Garotinho no governo do Estado do Rio foi o apelido que colocou no PT local: "o partido da boquinha".
Esse PT se disse presente no governo Paes. O deputado federal Jorge Bittar vai para Habitação depois de muito briga interna, que terminou com a nomeação de um psicólogo petista para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O escolhido mostrou logo suas credenciais: "Ainda não tenho o diagnóstico detalhado da situação", disse Marcelo Costa num surto de sinceridade.
Se esse governo será uma coisa de louco, o psicólogo haverá de ser útil.


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