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PLÍNIO FRAGA
Mal começou; e começou mal
RIO DE JANEIRO - O governo do
prefeito eleito do Rio, Eduardo
Paes (PMDB), nem começou e já
começou mal. Pode parecer uma
frase absurda, mas não mais do que
a lógica adotada por ele até agora
para a escolha de sua equipe.
O critério tem sido a falta de critério, recorrendo ao velho esquema
de atender as demandas partidárias
para uso da máquina, que seguem
um modelo cartorial que já parece
hereditário nos governantes.
Jandira Feghali (PC do B), médica e ex-adversária de Paes no primeiro turno, tentou justificar sua
nomeação para a Secretaria da Cultura: "Parece que caí de pára-quedas aqui só para ter um cargo, e isso
não existe na minha história", tentou justificar ela, numa negativa
que reafirma a realidade.
Paes passou a campanha inteira a
criticar o atual prefeito do Rio, mas,
na hora de montar sua equipe, recorreu aos "Maia's boys", grupo de
políticos lançados na administração que tanto demonizou, como os
tucanos Pedro Paulo Carvalho Teixeira (Casa Civil) e Antônio Pedro
Figueira de Mello (Turismo). Outra
tucana, a paulista Cláudia Costin,
foi indicada para a Educação.
A melhor criação de Anthony Garotinho no governo do Estado do
Rio foi o apelido que colocou no PT
local: "o partido da boquinha".
Esse PT se disse presente no governo Paes. O deputado federal Jorge Bittar vai para Habitação depois
de muito briga interna, que terminou com a nomeação de um psicólogo petista para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O escolhido mostrou logo suas
credenciais: "Ainda não tenho o
diagnóstico detalhado da situação",
disse Marcelo Costa num surto de
sinceridade.
Se esse governo será uma coisa de
louco, o psicólogo haverá de ser útil.
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