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PEQUENA MELHORA
Um retrato menos sombrio
emerge do estudo divulgado
nesta semana pela Unicef (fundo das
Nações Unidas para a infância), intitulado "Situação da Infância Brasileira 2006". Pelo relatório, cujos resultados podem ser cotejados com os da
primeira edição do estudo, realizada
em 1999, melhoraram as condições
de vida das crianças brasileiras com
até 6 anos de idade.
De acordo com o documento, o Índice de Desenvolvimento Infantil
(IDI) do país aumentou, passando de
0,61 para 0,67. O IDI é calculado com
base numa cesta de indicadores de
saúde, educação, escolaridade dos
pais e atendimento a gestantes.
Quanto mais próximo esse índice estiver de 1, mais positiva é a avaliação.
A evolução favorável foi observada
em todas as regiões do país, tendo se
mostrado mais acentuada justamente nas áreas mais pobres. No Norte, a
taxa passou de 0,49 para 0,56, enquanto no Nordeste subiu de 0,48
para 0,56. Pesaram no aumento dos
índices fatores como a ampliação de
matrículas na pré-escola, taxas de vacinação e alguns progressos na distribuição de renda.
Mas é preciso ressaltar que, a despeito dos bons resultados, continuam a ser observadas disparidades
chocantes no país. O Estado de São
Paulo foi o único a atingir um patamar tido como elevado -com um
IDI de 0,803. Já o IDI de Alagoas, o
pior colocado no ranking, é de 0,470.
Diferenças dessa ordem são um sinal clamoroso das assimetrias brasileiras. Ainda que políticas compensatórias, como as de renda mínima,
representem algum alívio para os
mais pobres, elas não podem ser
consideradas como solução. A persistência de situações tão díspares
enfatiza a necessidade de o poder público atuar de maneira mais eficiente
nas frentes que são consideradas indutoras de mais igualdade, caso notório, na área social, da educação.
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