São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2005

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PEQUENA MELHORA

Um retrato menos sombrio emerge do estudo divulgado nesta semana pela Unicef (fundo das Nações Unidas para a infância), intitulado "Situação da Infância Brasileira 2006". Pelo relatório, cujos resultados podem ser cotejados com os da primeira edição do estudo, realizada em 1999, melhoraram as condições de vida das crianças brasileiras com até 6 anos de idade.
De acordo com o documento, o Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI) do país aumentou, passando de 0,61 para 0,67. O IDI é calculado com base numa cesta de indicadores de saúde, educação, escolaridade dos pais e atendimento a gestantes. Quanto mais próximo esse índice estiver de 1, mais positiva é a avaliação.
A evolução favorável foi observada em todas as regiões do país, tendo se mostrado mais acentuada justamente nas áreas mais pobres. No Norte, a taxa passou de 0,49 para 0,56, enquanto no Nordeste subiu de 0,48 para 0,56. Pesaram no aumento dos índices fatores como a ampliação de matrículas na pré-escola, taxas de vacinação e alguns progressos na distribuição de renda.
Mas é preciso ressaltar que, a despeito dos bons resultados, continuam a ser observadas disparidades chocantes no país. O Estado de São Paulo foi o único a atingir um patamar tido como elevado -com um IDI de 0,803. Já o IDI de Alagoas, o pior colocado no ranking, é de 0,470.
Diferenças dessa ordem são um sinal clamoroso das assimetrias brasileiras. Ainda que políticas compensatórias, como as de renda mínima, representem algum alívio para os mais pobres, elas não podem ser consideradas como solução. A persistência de situações tão díspares enfatiza a necessidade de o poder público atuar de maneira mais eficiente nas frentes que são consideradas indutoras de mais igualdade, caso notório, na área social, da educação.


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