São Paulo, sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Longo prazo
"Após meses à frente da caríssima Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, o ministro Roberto Mangabeira Unger propõe que as águas da Amazônia sejam levadas até o Nordeste. E eu proponho que o ministro seja levado de volta para a Universidade Harvard."
CARLOS GASPAR (São Paulo, SP)

Confecções
"O caro colega Chang Up Jung ("Roupa nem tão suja assim", "Tendências/Debates", 17/1) afirmou que muitos imigrantes trabalharam como trabalham hoje muitos bolivianos nas confecções da capital paulista -mais de 15 horas por dia e, mormente, sem descanso semanal remunerado- e que isso é motivo de orgulho e exemplo para seus descendentes, e não de "lamúria".
Concordo com as afirmações do colega, entretanto, sendo neto de um português que dormia duas horas entre o intervalo de um trabalho e outro, pergunto: será que esses imigrantes desejam para seus filhos e netos a vida que levaram?
Lugares adequados, salários dignos e respeito a horários de trabalho e de descanso não são caprichos, são direitos dos trabalhadores."
JEAN COLMEAL, advogado (Mogi das Cruzes, SP)

Peru
"A nota "Lima pede área hoje chilena à corte de Haia" (Mundo, pág. A13, 17/1) contém uma afirmação que não é correta.
Diz a nota que o Peru julga que os tratados o prejudicam, porque sua economia depende da pesca, e quer renegociá-los. O erro foi cometido, certamente, por falta de informação da pessoa que redigiu a nota, pois a realidade é que o Peru sustenta que não há tratados de limites marítimos com o Chile e, dado que não existem esses tratados, não se pode querer renegociá-los.
Além disso, a nossa economia não depende somente da pesca, ainda que sejamos um dos países pesqueiros mais importantes do mundo."
HUGO DE ZELA, embaixador do Peru (Brasília, DF)

Ciência
"O estudo do Instituto Lobo sobre a produtividade das instituições -a partir do número de trabalhos publicados em periódicos indexados no ISI- comete equívocos primários. Alguns foram apontados na reportagem "ITA lidera em produtividade científica", Ciência, 14/1). A comparação da produtividade de universidades (com características de atividades multifacetadas, sejam associadas a dezenas de áreas de pesquisas, sejam associadas às diferentes atividades-fins: ensino, pesquisa e extensão) com a de institutos e faculdades isoladas não é adequada e prejudica as grandes instituições.
Já a comparação da produtividade de universidades públicas -onde o percentual de docentes em dedicação exclusiva é elevado- com instituições privadas -onde este percentual é bastante reduzido- não contribui para a correta percepção da grande diferença entre a produtividade gerada pelas universidades públicas e a produzida pelas instituições privadas."
DANIEL PEREIRA, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp (São Paulo, SP)

Globalização
"Paulo Rabello de Castro ("Bola da vez?", Dinheiro, 16/1) tocou no ponto nevrálgico de nossa desordem institucional. Nas grandes empresas, o planejamento estratégico é vital para o seu desenvolvimento. Mas o Estado brasileiro, responsável pelo futuro da nação, atua sem previsões, sem objetivos e sem planos.
Não me canso de advertir que, sem a criação de um órgão estatal de planejamento, independente do Poder Executivo e composto de representantes dos setores-chave da sociedade civil, o Brasil será fatalmente esmagado no processo de globalização."
FÁBIO KONDER COMPARATO, professor aposentado da USP (São Paulo, SP)

EUA
"O mundo civilizado e apreciador da paz com justiça torce para que o próximo presidente dos EUA seja um dos dois mais fortes candidatos concorrentes do Partido Democrata. Trata-se dos senadores Barack Obama e Hillary Clinton.
Se Deus quiser, um deles deverá ser eleito no próximo pleito e, com isso, a política beligerante e parcial exercida por Bush e por seu Partido Republicano acabará.
Possivelmente, a partir dessa "torcida", com a vitória de Obama ou de Hillary, o mundo poderá respirar um pouco melhor, literalmente falando.
Chega de gente que semeia guerras e ódio entre os povos, principalmente os povos do Oriente Médio, no comando da maior potência do planeta."
FERNANDO AL-EGYPTO (Rio de Janeiro, RJ)

Lobão
"Com a nomeação do senador Edison Lobão, do PMDB, para o Ministério de Minas e Energia, só me resta concluir que o governo do PT chegou ao fim -com três anos de antecedência, tal qual aconteceu com o PSDB.
No momento em que uma nova crise energética bate à nossa porta, a nomeação feita pelo presidente da República só prova que o notório saber e a reputação ilibada, obrigatórios no Poder Judiciário, não devem ser considerados para a escolha de ministros do Executivo.
No recente episódio da CPMF, os fiéis da balança que determinaram o fim da cobrança foram os senadores do PMDB -e pior, representantes dos Estados mais pobres da nação, demonstrando total incoerência com o cargo para o qual foram eleitos. E ainda assim o partido é premiado.
Isso só demonstra o quanto o senhor Lula se tornou refém de partidos, inclusive do próprio PT, cujos ideais não passam da ocupação de cargos.
Agora, para desequilibrar mais ainda suas forças no Senado, a Casa acaba de ganhar um novo senador dos Democratas.
Os políticos no Brasil se merecem. Pena que as conseqüências recaiam sobre o povo."
GILMAR RAFAEL DA SILVA (Belo Horizonte, MG)

Saúde e futebol
"É inaceitável que empresas que comercializam planos de saúde comumente dêem motivos para críticas. Agora é perceptível mais um. Para efetuar propaganda, estão despendendo dinheiro, e não deve ser pouco, em equipes esportivas profissionais.
Tal sistema assistencial é inventor de bom número de dificuldades: alto custo, carências, restrições a atendimentos, pagamento desprimoroso a médicos, controle insatisfatório do período de internação hospitalar, execução de provas subsidiárias em laboratórios de má categoria, controle policial das providências pedidas e redução imprópria da possibilidade de execução de exames por imagem.
Esses são só alguns exemplos de inadequações.
Evidentemente, a mais justa e coerente promoção precisa ter nexo com os serviços prometidos, que somente podem contar com boa qualidade. Destinar verbas da maneira citada corresponde a comportamento absurdo.
Aos órgãos que têm a obrigação de defender os consumidores (entre eles a Agência Nacional de Saúde Suplementar) cabe coibir rigorosamente isso."
VICENTE AMATO NETO, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: Merheg Cachum: Reforma tributária sem discriminação

Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.