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Ineficiência acadêmica
É ACERTADA a proposta do Ministério da Educação de
vincular liberação de verbas
suplementares para universidades federais ao cumprimento de
metas de produtividade.
A idéia está sendo debatida
com os reitores e tem como objetivo aprimorar a gestão dessas
instituições de ensino, delas cobrando melhorias em indicadores como a proporção de matrículas em cursos noturnos, o número de alunos por professor e a
diminuição da evasão.
Sem prejuízo das verbas a que
normalmente têm direito, as
universidades com projetos para
melhorar esses e outros indicadores apresentariam ao MEC
uma proposta e receberiam financiamento extra do governo
para colocá-la em prática. Hoje,
as instituições federais de ensino
trabalham com uma taxa de evasão de 10% ao ano, têm média de
10 alunos por professor e apenas
25% de seus alunos estão em
cursos noturnos.
O percentual de matrículas à
noite é, dos três indicadores citados, o que mais evidencia a ineficiência dessas universidades,
que deveriam dar mais opções
aos alunos que precisam conciliar trabalho e estudo.
Na rede privada, o percentual
de matrículas à noite chega a
quase 70%. A proporção nas federais (25%) é inferior até à verificada nas universidades estaduais paulistas, onde 35% estudam em cursos noturnos.
Essa não é a primeira vez que o
ministério discute com as universidades mecanismos para
melhorar a produtividade. Outros acordos em gestões anteriores ficaram no meio do caminho,
seja por falta de recursos por
parte do governo, seja por resistência dos dirigentes e das corporações acadêmicas.
Espera-se que, desta vez, o mecanismo proposto pelo MEC
consiga vencer essas resistências
à necessária modernização das
universidades públicas federais.
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