São Paulo, domingo, 18 de fevereiro de 2007

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Ineficiência acadêmica

É ACERTADA a proposta do Ministério da Educação de vincular liberação de verbas suplementares para universidades federais ao cumprimento de metas de produtividade.
A idéia está sendo debatida com os reitores e tem como objetivo aprimorar a gestão dessas instituições de ensino, delas cobrando melhorias em indicadores como a proporção de matrículas em cursos noturnos, o número de alunos por professor e a diminuição da evasão.
Sem prejuízo das verbas a que normalmente têm direito, as universidades com projetos para melhorar esses e outros indicadores apresentariam ao MEC uma proposta e receberiam financiamento extra do governo para colocá-la em prática. Hoje, as instituições federais de ensino trabalham com uma taxa de evasão de 10% ao ano, têm média de 10 alunos por professor e apenas 25% de seus alunos estão em cursos noturnos.
O percentual de matrículas à noite é, dos três indicadores citados, o que mais evidencia a ineficiência dessas universidades, que deveriam dar mais opções aos alunos que precisam conciliar trabalho e estudo.
Na rede privada, o percentual de matrículas à noite chega a quase 70%. A proporção nas federais (25%) é inferior até à verificada nas universidades estaduais paulistas, onde 35% estudam em cursos noturnos.
Essa não é a primeira vez que o ministério discute com as universidades mecanismos para melhorar a produtividade. Outros acordos em gestões anteriores ficaram no meio do caminho, seja por falta de recursos por parte do governo, seja por resistência dos dirigentes e das corporações acadêmicas.
Espera-se que, desta vez, o mecanismo proposto pelo MEC consiga vencer essas resistências à necessária modernização das universidades públicas federais.


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