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CLÓVIS ROSSI
A desolação
SÃO PAULO - O deputado Fernando Gabeira listou ontem "três dimensões" para enfrentar a questão
da violência/criminalidade.
Escreveu Gabeira: "A primeira
delas é a preventiva. Mudar a qualidade da polícia ajuda. A segunda delas é de ordem penal: apressar e aumentar o rigor. A terceira é intervir
no sistema penitenciário, melhorando sua qualidade".
Todas elas dependem de ação do
poder público em um ou mais de
seus braços. Logo, para avançar, será preciso refazer o Estado brasileiro, em acentuado processo de desmanche há muito tempo.
No governo Lula, o desmanche se
completou. Não necessariamente
porque é pior ou mais corrupto ou
mais ineficaz que qualquer outro
-o que é sempre avaliação subjetiva. Completou-se porque saiu de
cena o grilo falante que era o PT,
sempre vigiando o poder público,
quando ocupado por outros, para
imediatamente denunciar irregularidades (nem sempre com razão,
mas aí já é outra discussão).
Dou um exemplo de que sou testemunha viva: quando na oposição,
o hoje presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, me telefonou várias
vezes ou para apontar problemas
na administração pública ou para
pedir mais detalhes sobre denúncias publicadas pela Folha para dar
seqüência a elas no âmbito político/parlamentar.
Adivinha quantas vezes Chinaglia ou qualquer outro petista telefonou com denúncias sobre o governo federal desde a posse de Lula,
em 2003? Acertou: zero vezes zero
mais zero.
Como a oposição não está equipada ou não pode ou não quer fazer
o papel que o PT fazia, tem-se "um
espetáculo desolador diante da
imensidão das tarefas", para voltar
a Gabeira.
PS - Alguém está enviado e-mails
em meu nome, usando endereços
do "hotmail". Esclareço que meu
único endereço válido é o que consta logo abaixo.
crossi@uol.com.br
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