São Paulo, segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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OAB e STJ
"O jornalista Elio Gaspari investe com truculência contra a Ordem dos Advogados do Brasil, sustentando que a instituição não faz jus a seu passado -e que os méritos que possui lá estariam confinados ("A desordem da Ordem esbarrou no STJ", Brasil, A14, ontem).
Para lastrear seus insultos, parte de um acontecimento presente -a lista sêxtupla que a OAB remeteu ao Superior Tribunal de Justiça para preenchimento de vaga do quinto constitucional da advocacia- e reúne episódios desconexos na tentativa de compor um quadro uno e depreciativo para nossa instituição.
A lista foi elaborada da maneira mais transparente possível: em sessão que contou com a presença de todas as bancadas da federação e 12 ex-presidentes do conselho federal, aberta ao público e transmitida ao vivo pela internet.
Cada um dos indicados teve seu currículo minuciosamente examinado e foi submetido a sabatinas pelos conselheiros federais, em sessão igualmente aberta. Portanto, do ponto de vista técnico e processual, os requisitos constitucionais foram atendidos.
O mesmo, porém, não se pode dizer da atitude do STJ, que até aqui não explicitou as razões de seu gesto, já que havia quórum para que os nomes fossem sufragados -e um deles, o advogado Roberto Freitas, já havia inclusive sido votado positivamente pelo mesmo STJ, em lista anterior para preenchimento de vaga do quinto constitucional.
Por que aquele advogado meses antes foi aprovado e agora não o é? E ainda: por que, mesmo tendo reconhecido o atendimento aos requisitos constitucionais de todos os indicados -conforme consta da ata da sessão-, o STJ rejeitou a lista?"
CEZAR BRITTO, presidente do Conselho Federal da OAB (Brasília, DF)
 

"O texto de Gaspari é uma preciosidade, deveria ser enviado a todos os advogados, que, se conhecessem melhor seus representantes, poderiam reformar a instituição. Ocupar cargos na direção nacional e nas seccionais da OAB é sinônimo de altos dividendos. Poderíamos citar aqui uma lista de ex-dirigentes que são remunerados nababescamente para defender os réus mais odiados da República: basta olhar os advogados dos políticos dos escândalos recentes e de outrora. Outro espaço altamente ocupado por "estrelas" da OAB é a defesa dos grandes criminosos. Com as mazelas do Código de Processo Penal (que, estranhamente, não é reformado), ter advogado de renome é sinônimo de impunidade. Ademais, a OAB tem sido primorosa em defender interesses patrimonialistas, elitistas e neo-conservadores."
ROBSON SÁVIO REIS SOUZA (Belo Horizonte, MG)

Terra
"O diretor-geral da Unesco, Koïchiro Matsuura, tem razão de condicionar a salvação da humanidade a cinco fatores: mais conhecimento, mais contenção, menos matéria, mais concretude e mais ética e política ("Pode a humanidade ainda ser salva?", Opinião, A3, ontem). Faltou enfatizar o que me parece essencial: mais cooperação internacional, novos mecanismos capazes de garantir o livre acesso a mais conhecimento, mais decisões internacionais democráticas que expressem os anseios das maiorias na comunidade mundial, mais ética e Estado de Direito na vida global."
JOSÉ MONSERRAT FILHO, chefe da assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia (Brasília, DF)

Arnaldo x Ascher
"Achei que Nelson Ascher abandonara a aura de sua alma ao aplacar atitude tão atroz no artigo de 4/ 2 ("Quente ou frio?", Ilustrada, E10). Assustado, angustiado, amputado fiquei. Arnaldo, astuto e sereno, parece ter tirado o nó de nossas roucas gargantas ao destilar versos de sabedoria contemporânea ("Uma piada de mau gosto", Ilustrada, E5, ontem). Verdade seja dita, sua palavra já não é exclusiva do que julgamos outrora estar mais próximo do correto, mas ainda assim acho que versos velozes e valiosos como os de nosso poeta fazem valer a pena folhear esta sopa de letrinhas matinais."
FELIPE MAIA (São Paulo, SP)

Ciro
"Em sua longa entrevista (Brasil, A16 e A17, ontem), em que até o filme preferido foi citado, nem um pio do ex-ministro Ciro Gomes sobre um tema que é tabu, evitado por todos (políticos e mídia): a dívida interna de R$ 1,2 trilhão. Esse carcinoma que corrói o organismo do Brasil já mereceu no passado mais atenção de Ciro em sua obra mestra, "O Próximo Passo". Talvez porque ele também se arrependeu de ter cometido a terceira maior (não citada) besteira de sua vida: ter se rebelado e mandado o "mercado" àquele lugar. Ciro mudou e aprendeu só para ficar igualzinho a todos os políticos brasileiros, dos quais já estamos fartos e certos de que só disputam o poder para o próprio benefício. Deve ser o melhor aluno do presidente Lula."
ELIAS DA COSTA LIMA (São Paulo, SP)

 

"Excelente a entrevista com Ciro, mas faltou perguntar a ele o que o fez mudar tão radicalmente de posição em relação a Lula, que criticava com veemência na campanha de 2002 e, tão logo ela acabou, aceitou ser ministro sem constrangimento. Na campanha, apenas para ficar no que é publicamente citável, Ciro chamou Lula de "oportunista" e "rendido ao sistema". E disse que a eleição dele seria "uma temeridade". Agora, diz que Lula se acomodou ao patrimonialismo, esquecendo-se de que a crítica é uma autocrítica, já que foi ministro por quase quatro anos. E mais: agrava os temores de quem o vê como impulsivo, ao dizer, com orgulho, que alguns de seus interlocutores riem de suas maluquices. Pior: admite que, para um presidente, temperança "é mais do que boa, é necessária", mas afirma, a respeito de si, que só o tempo dirá se ele terá temperança em um hipotético governo seu. É risco demais para nós brasileiros."
MARCOS OLINTO (Rio de Janeiro, RJ)

Política na mídia
"Está ficando tedioso ler e ouvir defensores das falcatruas deste governo atirando no governo passado. Fica a impressão de que erro alheio justifica o deles. Um exemplo é o leitor Cesar Ricardo Parafatti (Opinião, A3, ontem), que acusa esta Folha e a Rede Globo de fazer jornalismo seletivo. Porque não lembrar que o PT passou oito anos gritando "fora FHC!", com a bandeira da ética, da moralidade, sem corrupção, e o que estamos vendo é o contrário. O que aconteceu não foi bom, mudemos, mas o PT e todos seus aliados estão demonstrando que nada mudou no país. Falta criatividade, falta competência."
FRANCISCO DA COSTA OLIVEIRA (São Paulo, SP)

Tropa dos cartões
""Tropa de Elite" ganhou no fim de semana o Urso de Ouro em Berlim ao retratar uma realidade brasileira que o mundo todo pode conhecer. Quem sabe alguém filma a "tropa do cartão corporativo", para todos no mundo verem outras barbáries que acontecem por aqui."
CARLOS GASPAR (São Paulo, SP)

Viagens de Lula
"Resposta a Franklin Martins ("Ministro se irrita ao ser indagado sobre a presença de filho de Lula na comitiva", Brasil, A10, 16/2): não se trata de preconceito em relação a Lula e família, mas sim de críticas ao metalúrgico, sindicalista, político, fundador do PT e agora presidente, que, em toda sua participação na vida política, foi o paladino da moralidade, da honradez, da honestidade e da transparência."
LUCIANA AMARAL (Curitiba, PR)

Sigilo em xeque
"Um familiar se aposentou pelo INSS em outubro de 2007. Já em janeiro, começou o assédio telefônico de bancos, oferecendo crédito consignado. Como ele não se recorda de ter gritado sobre sua aposentadoria pelas ruas nem de tê-la publicado em jornais, pergunto: como os bancos adivinharam, como conseguiram seus dados? Onde está o direito à privacidade."
CRISTINA AZEVEDO (Florianópolis, SC)

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