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PAINEL DO LEITOR
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Previsão
"A previsão de gastos com as
obras para os estádios da Copa-2014, no Brasil, já supera em 120%
os previstos pela África do Sul.
Na África, muitos estádios tiveram que ser reconstruídos do zero e
novos foram erguidos. No Brasil, os
estádios já existem, não há necessidade de construir nenhum estádio
novo, mas o gasto é superior. A desculpa é que aqui haverá mais sedes e
mais jogos.
Ou somos realmente um país rico, nadando em dinheiro, ou não temos mesmo vergonha mesmo.
E por enquanto é previsão. Veremos em quanto vai ficar no final."
PANAYOTIS POULIS (Rio de Janeiro, RJ)
Gigante
"Quero informar ao leitor Sandro
Cunha dos Santos, que manifestou
ontem sua tristeza pelo esquecimento do centenário de Adoniran
Barbosa pelas escolas de samba da
capital, que no bairro de Barão Geraldo, em Campinas, a folia a cargo
do bloco União Altaneira homenageou no sábado o mestre do samba
com o enredo "Se o senhor não tá
lembrado, dá licença deu contar
-100 anos de Adoniran Barbosa".
Com 40 ritmistas da bateria Alcalina, composta por alunos do Instituto de Artes da Unicamp e moradores da região, o bloco desfilou
com três minicarros alegóricos e
um boneco gigante de Adoniran.
Acho que assim ficou melhor: o
gigante no meio do povo."
DORIVALDO SALLES DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
Mão de obra
"Sobre o editorial "Sobram vagas"
(Opinião, ontem), o motivo principal de sobrarem vagas não é, como
dizem as empresas, a escolaridade
precária dos trabalhadores, mas o
salário precário e aviltante oferecido por elas.
Engenheiro eletricista, com cursos de pós-graduação e 30 anos de
experiência na área elétrica, recebo
ofertas de R$ 3.000 mensais.
Alguma coisa está errada na relação salário-emprego, haja vista o
salário de jogadores, artistas, políticos e outros que nada contribuem
para o crescimento da nação."
ANTONIO CARLOS MEYER (São Paulo, SP)
DF
"Como assinante do jornal há vários anos, devo confessar a minha
decepção com o quadro intitulado
"A propina de cada um", que acompanhou a reportagem "Vídeo reforça suspeita de suborno no DF"
(Brasil, 10/2).
O quadro induz o leitor a acreditar que o dinheiro encontrado na
minha casa pela Polícia Federal foi
oriundo de propina. Todos os esclarecimentos, incluindo as minhas
fontes de renda (minha e de meu
marido) foram indicadas ao jornalista que me enviou as perguntas e
não foram aproveitadas.
Jamais recebi dinheiro ilícito.
Eu e meu marido trabalhamos,
arduamente, há mais de 50 anos
para construir o que temos. Por isso não me conformo em aparecer
como "recebedora de propina".
Gostaria que esses esclarecimentos fossem publicados na coluna
"Painel do Leitor"."
EURIDES BRITO , deputada distrital pelo PMDB
(Brasília, DF)
"Tea Party"
"Finalmente alguém diz com todas as letras a que veio esse movimento de fantasiados norte-americanos que promovem o "Tea Party".
Ruy Castro, na coluna "Fantasia
de patriota" (Opinião, ontem), não
só dá nome aos bois -e às "cows"
também- como identifica o que está por trás de tal movimento: racismo, homofobia, xenofobia..., enfim,
tudo aquilo que as lutas pelos direitos civis nos Estados Unidos pareciam ter vencido.
O pior é ver gente de qualidade,
inteligente e culta cair nessa conversa de Ku Klux Kan repaginada."
MARTIN CEZAR FEIJÓ , professor das universidades
Faap e Mackenzie (São Paulo, SP)
Torcedor
"Excelente e muito oportuno o
artigo do jornalista José Roberto
Torero no caderno Esporte de anteontem ("Torcedor + trouxa =
Trouxedor'), em que abordou o
desrespeito que o torcedor de futebol sente na pele, no bolso e no nariz ao decidir assistir a uma partida
de futebol.
Os preços são aviltantes pelo que
espera o "trouxedor". Os ingressos
são mais caros do que cinema, os
banheiros são imundos (ou temos
os fétidos banheiros químicos), o
cimento das arquibancadas são sujos e muito quentes ou molhados
em dia de chuva. Os preços de refrigerantes são absurdos.
Fora do estádio, há filas imensas,
a exploração dos flanelinhas e a violência da polícia. Foi portanto muito bem colocada a palavra "trouxedor" para o torcedor de futebol.
Quando o "trouxedor" perceber
o quanto está sendo explorado para
ver no estádio o seu time de futebol
e colocar no papel o custo-benefício, certamente só voltará aos estádios quando houver conforto e
respeito."
JORGE JOSSI WAGNER (Ribeirão Preto, SP)
Remédios
"A carta do senhor Francisco
Stanguini ("Painel do Leitor", ontem) possui incorreções que não
devem passar despercebidas.
A primeira incorreção é dizer que
o propagandista de laboratório promove atualização científica. Atualização científica é obtida através de
trabalhos científicos publicados em
revistas especializadas ou apresentados em congressos.
A segunda incorreção é dizer que
a "amostra grátis" tem a função social de ajudar pacientes necessitados. A "amostra grátis" nada mais é
do que uma forma de propaganda
que tem o intuito de vender a medicação. Mais especificamente: fidelizar o médico e o paciente àquela
medicação.
Àqueles que desejarem maiores
informações sobre a forma de atuação da propaganda da indústria farmacêutica recomendo a leitura do
excelente livro: "The Truth about
the Drug Companies" ("A Verdade
sobre os Laboratórios Farmacêuticos", recentemente traduzido para o
português pela editora Record), da
doutora Marcia Angell, ex-editora
de uma das revistas médicas de
maior prestígio: "The New England
Journal of Medicine"."
JOSÉ BUTORI LOPES DE FARIA , professor titular do
Departamento de Clínica Médica da Faculdade de
Ciências Médicas da Unicamp (Campinas, SP)
Educação
" Gostaria de entender por que os
três sistemas públicos de ensino
coincidem em fugir dos temas disciplina e autonomia nas escolas.
Já sei. A (in)disciplina decorre do
fato de o aluno, hoje, ser o senhor
dos direitos. Dever? Nem os de estudar, pois a promoção automática
o dispensa desse esforço. Autonomia? De jeito nenhum! Caso contrário corre-se o "sério risco" de acabar com a promoção automática.
Portanto, só teremos a escola pública de qualidade após a conquista,
por cada unidade escolar, de sua necessária autonomia, sem perder, todavia, a sua visão sistêmica."
EVÔNIO ROSA GOMES
(Governador Valadares, MG)
TV e cidadania
"Sobre a carta do leitor Haroldo
Lopes ("Painel do Leitor", 14/2), em
que pede uma campanha das emissoras de televisão para conscientizar a população sobre os riscos de
jogar lixo nas ruas, gostaríamos de
registrar que responsabilidade social não deve ser uma preocupação
relacionada ao faturamento da empresa e que faz parte da história da
Globo produzir e veicular campanhas de interesse público.
O tema lixo tem sido recorrente
na emissora, e a mais nova campanha sobre esse tema -entre outros
para tentar amenizar o problema
das chuvas em São Paulo- está no
ar desde o dia 27 de janeiro."
LUIS ERLANGER , Central Globo de Comunicação
(Rio de Janeiro, RJ)
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