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KENNETH MAXWELL
Escolhas e deficits A
S UNIVERSIDADES dos Estados Unidos vêm enfrentando as consequências da
perda de receita de seus fundos de
investimento e dos crescentes deficits em seus orçamentos. As grandes instituições privadas foram todas fortemente prejudicadas pela
recessão econômica.
A mais rica e famosas entre elas,
Harvard, por exemplo, viu o valor
de seu fundo de investimento cair
de US$ 36,6 bilhões em junho de
2008 para US$ 25,7 bilhões um ano
mais tarde -declínio de 29,8%. O
fundo de Yale caiu de US$ 22,9 bilhões em junho de 2008 para US$
16,3 bilhões em 2009, declínio de
28,6%.
Ambas as universidades foram
forçadas a adiar projetos de construção e a tomar medidas de economia, com demissões de funcionários, admissão de menor número de alunos de pós-graduação e
corte de programas. Na Universidade Cornell, 432 funcionários
aproveitaram um plano de aposentadoria antecipada. Em Princeton,
43 postos de trabalho foram eliminados e 145 funcionários aceitaram aposentadoria antecipada. As
doações caíram (45,7%, em média),
e a dívida de longo prazo cresceu.
Nesta semana, tornou-se evidente que as instituições públicas
de ensino superior estão enfrentando dilemas ainda mais difíceis.
Estima-se que os Estados norte-americanos estarão diante de um
deficit orçamentário agregado de
US$ 180 bilhões no próximo ano
fiscal, que se inicia em 1º de julho
de 2010. E, já que por lei a maioria
dos Estados não pode operar em
deficit, eles precisam elevar impostos, reduzir serviços, demitir trabalhadores e cortar salários e benefícios. E nada disso é indolor.
Mas Washington pode não ter a
resposta ao problema. Os membros do Congresso, em ano de eleições, cada vez mais contenciosas,
relutam muito em elevar os gastos
federais. Um projeto de lei que promoveria a criação de empregos e
forneceria assistência ampliada às
escolas foi aprovado pela Câmara
dos Deputados, mas está bloqueado no Senado, diante da oposição
dos republicanos e dos democratas
moderados.
Os Estados também estão diante
da perspectiva do fim das verbas de
estímulo econômico. E tudo isso se
soma ao desemprego ainda elevado
e a um crescimento econômico
anêmico.
Pelo menos os EUA podem se reconfortar com o fato de que a situação da educação no Reino Unido é
muito pior. Os cortes das verbas
governamentais para a educação,
estimados em 5% nacionalmente,
devem resultar em milhares de
empregos perdidos.
Peter Mandelson, o ministro responsável por isso no governo britânico, declarou que as universidades "terão de arcar com um quinhão não mais que justo do aperto
de cintos".
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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