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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Surpresas
"O governo do PT continua sendo uma caixa de surpresas. Quando oposição, brigava pelo trabalhador, pelo aposentado e protestava ao pressentir que determinadas medidas iriam prejudicar o pobre brasileiro. Pura mentira. Nunca me enganaram. Hoje, arrocha o trabalhador e o aposentado de tal forma que, em bem pouco espaço de tempo, estarão precisando do cartão do Fome Zero."
Maria Eloiza Rocha Saez (Curitiba, PR)

Previdência
"São muito semelhantes as propostas de reforma da Previdência do governo Lula e do governo FHC. Diria até que, na essência, elas são iguais. Num ponto, porém, há uma notória diferença: hoje não temos o PT na oposição."
Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF)

 

"Será que os governantes e os parlamentares se sentirão à vontade para aprovar a contribuição previdenciária dos inativos, sabedores que são de que um ex-presidente, além da pensão, tem direito a oito assessores, mais carros oficiais, mais seguranças, mais motoristas e mais não-sei-o-quê? Um ex-governador e um ex-prefeito, também, gozam de mordomias após o término de seus mandatos. Os parlamentares podem se aposentar com oito anos de mandato. Será que aprovarão a contribuição, sabendo eles que o aposentado está numa fase da vida em que precisa de recursos para pagamento de hospitais, remédios, médicos, transporte e até enfermeiros? Enfim, votamos, agora aguentemos."
Selma Assis (Brasília, DF)

Segurança
"Febem e Calandra. Dois fatos noticiados nesta semana. Duas faces da mesma moeda. Por um lado, jovens amontoados, num sistema medieval, sem nenhuma perspectiva de um futuro mais digno. Por outro, um impune torturador, que, se não bastasse, ainda é premiado com um alto cargo no governo estadual."
Raul Pereira (São Paulo, SP)

 

"Pela parcialidade com que o sr. Hélio Bicudo tem agido desde quando ingressou na carreira política , seu artigo de 16/ 4/03, publicado na Folha (pág. A3), com o título "Direitos humanos, conquista do homem", nem sequer mereceria uma resposta. Todavia muitas de suas afirmações merecem reparos, para que a verdade se sobreponha à demagogia. A sociedade vislumbra na esquerda a intransigente defesa dos ditos "direitos humanos" desde que se destinem a proteger bandidos e assemelhados. Já que o senhor entende que os direitos humanos só se atribuem a minorias privilegiadas, deveria se perguntar que minorias são essas. Será que não seriam essas minorias que estão a matar, a achacar, a extorquir, a sequestrar a grande e imensa maioria do povo brasileiro?"
Clodoaldo H. de Vasconcellos Castellani (São Paulo, SP)

INSS
"Diferentemente do que afirma a nota "Amigos para sempre", do "Painel" (pág. A4, 17/4/03), o ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil, não "ofereceu ao deputado João Lyra que indique o gerente-executivo do INSS" ou outro cargo no órgão em Alagoas. Em tempo, o deputado João Lyra é do PTB, e não do PP, conforme informou também equivocadamente o "Painel"."
Telma Feher , assessora especial da Casa Civil da Presidência da República (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - Auxiliares dos ministros José Dirceu e Ricardo Berzoini (Previdência) e colegas do deputado João Lyra relataram à Folha o convite para que este indicasse o gerente-executivo do INSS em Alagoas. Quem intermediou a conversa foi Silvio Pereira, secretário de Organização do PT. Sobre o partido do parlamentar, leia a seção "Erramos", abaixo.

Crise energética
"Causou-me surpresa e preocupação a superficialidade, imprecisão e inconsequência com que foi redigida a matéria do jornalista László Varga intitulada "Estudo detecta má gestão nas elétricas", de 2 de abril (pág. B10). É difícil supor que haja um setor em que todas as empresas, como demonstram seus balanços, passem por dificuldades extremas e que a causa disso seja a má gestão de quase todas, senão da unanimidade delas. Pois é esta a impressão que, erroneamente, o jornalista passou aos leitores da Folha. Conforme afirmei, as duas causas principais para a atual situação do setor elétrico são a forte desvalorização do real, que elevou as dívidas contraídas em dólar, e a redução do consumo no cenário pós-racionamento. Empresas de todo o tipo recorrem a financiamentos em dólar pelo simples fato de que não existem recursos disponíveis em real suficientes para atender à necessidade delas. Os próprios bancos tomam financiamento em dólar, o BNDES toma financiamento em dólar, o país toma financiamento em dólar. Todos foram impactados pela desvalorização do real e foram capazes de mitigar o problema através de aumento dos preços em real. Ou dos juros, preço pago pelo capital, no caso de bancos. No setor elétrico, esse mecanismo não foi possível, uma vez que o preço do produto para o consumidor, a tarifa de energia, é regulado. O efeito desse problema estrutural, combinado com outros da estrutura regulatória do setor, foi que a margem da tarifa efetivamente recebida pelas distribuidoras diminuiu de 42% da tarifa, como era em 1999, para 25% da tarifa, como se constatou em 2002 através de uma pesquisa feita com 16 empresas distribuidoras de energia. A redução do consumo teve impacto direto na diminuição da receita global do setor. Mas não implicou a redução dos custos nem de investimentos feitos. O consumidor brasileiro passou a consumir menos, mas a quantidade de novos consumidores que têm de ser conectados à rede, por força regulatória, permaneceu crescente. A demanda por novos investimentos, portanto, foi mantida, a despeito da diminuição da receita. Da mesma forma, os investimentos para assegurar o atendimento dos padrões de eficiência e confiabilidade do suprimento de energia continuaram sendo feitos. Entre 1997 e 2002, foram investidos na distribuição de energia R$ 23 bilhões."
Claudio J.D. Sales , diretor presidente da CBIEE - Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica (São Paulo, SP)

Boa iniciativa
"Positiva a atitude da prefeita Marta Suplicy de dar um flagrante nas garagens de ônibus da cidade, mostrando mais uma vez preocupação com a população e o sistema de transportes paulistanos."
Marcos Barbosa (Casa Branca, SP)

Barbárie
"O dadaísmo nasceu como um protesto contra a maior "trahison des clercs" que a humanidade tinha presenciado até então: a Primeira Guerra Mundial. Tratava-se de uma interpelação contra a banalidade do mal, contra a lavagem cerebral, contra a guerra. No momento, as colunas literárias de Paris põem novamente em voga o dadaísmo, e já lhe está programada uma grande exposição no Beaubourg em 2005. A que se deve esse renovado interesse da França para com a maior contribuição do gênio romeno à configuração intelectual do século 20, ou seja, o dadaísmo? Tratar-se-ia de mero acaso ou existiria um paralelismo entre a crise de civilização que caracterizou o começo do século 20 e a situação de barbárie em que está mergulhado o mundo de hoje?"
Jeronimo Moscardo , ex-ministro da Cultura (São Paulo, SP)


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