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ALERTA NO EIXO RIO-SP
Os conflitos e as ações intimidatórias dos comandos criminosos recrudescem no Rio de Janeiro. Ocorreram nos últimos dias
atentados contra postos policiais e
contra o prédio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos.
Nos ataques, os criminosos têm se
valido de armamento de uso exclusivo do Exército, como granadas e fuzis. Vai amadurecendo, entre as autoridades, a idéia de que apenas um
esforço coordenado entre diversas
instâncias da administração pública
poderá ser eficiente no enfrentamento desse grave problema.
A ofensiva dos comandos criminosos cariocas se dá depois do desmantelamento de uma quadrilha de narcotraficantes e da detenção de um
dos mais procurados chefes de tráfico de drogas do Rio. A polícia investiga a hipótese de, em pelo menos
um dos atentados, ter havido a participação do PCC, a facção surgida nos
presídios paulistas responsável pela
maior rebelião carcerária da história
brasileira. Há informações de que
uma "joint-venture" teria sido firmada entre a organização paulista e sua
congênere fluminense Comando
Vermelho. O pacto entre entidades
criminosas teria sido proporcionado
pela passagem de presos de São Paulo pelo presídio Bangu 1.
Não há dúvidas de que o eixo Rio-Campinas-São Paulo se tornou um
território praticamente contíguo para a ação do crime organizado. Concentrando parte significativa da renda nacional, criou-se, nesse espaço
geográfico, um "mercado" poderoso
para as drogas, o roubo de cargas, o
tráfico de armas e os sequestros.
No Rio, há espasmos de ação conjunta entre as polícias estaduais, a PF
e a Guarda Municipal. A proposta do
ministro da Justiça de criar forças-tarefas multicompostas para combater
o crime organizado merece ser estudada. Se forem associadas inteligentemente, atividades como o controle
de fronteiras, a monitoração da lavagem de dinheiro e a coleta de informações policiais fornecerão uma poderosa arma contra o crime.
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