São Paulo, sábado, 18 de maio de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Polícia Federal
"A propósito das notas "Mudar o foco" -dando conta de que "A Cúpula da Polícia Federal orientou informalmente a superintendência de SP a buscar elementos que justifiquem uma investigação contra Lula (PT)'- e "Café requentado" -que noticia a ação de um "grupo de policiais" que, sob orientações de Brasília, passou a reavaliar documentos relacionados às denúncias feitas no passado contra Lula-, ambas publicadas na seção "Painel" em 11/5 (Brasil, pág. A4), cumpre-nos prestar os seguintes esclarecimentos. O Departamento de Polícia Federal, inserido em um Estado democrático de Direito e no exercício de suas atribuições constitucionais, é instituição isenta de posicionamentos políticos. Portanto não há nenhuma orientação da "cúpula da Polícia Federal" no sentido de buscar elementos que justifiquem uma investigação contra o sr. Luiz Inácio Lula da Silva. A Polícia Federal nega veementemente a veracidade das notícias divulgadas por intermédio das mencionadas notas. Em nenhum momento a direção geral do DPF foi procurada para se pronunciar sobre o assunto, como reza a boa prática jornalística, expressamente imposta pelo próprio "Manual da Redação" desse conceituado jornal. Assim, evita-se a veiculação de fato inexistente, não comprometendo a credibilidade desse veículo de comunicação, que sempre se pautou pela atitude ética e pelo respeito à verdade. A nota, da forma como foi publicada, é parcial e direcionada no sentido de prejudicar a imagem da Polícia Federal."
Glédston Campos dos Reis, assistente de comunicação social (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - Por orientação da cúpula da Polícia Federal, um dossiê contra Lula e o PT foi repassado pela assessoria parlamentar da PF para a Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais de SP. Cerca de 90% desse dossiê é formado por recortes de jornais. O restante são informações retiradas da CPI do Narcotráfico a respeito de empresas pavimentadoras na região do ABC. Nada foi comprovado até agora e, por isso, não há inquérito aberto.

União de homossexuais
"São de chocar as manifestações de alguns setores caducos da sociedade contra o apoio que o presidente Fernando Henrique deu ao projeto enviado ao Congresso por Marta Suplicy -quando deputada federal- que facultaria aos homossexuais a união civil. Pela ótica dessas pessoas, permitir que cidadãos(ãs) que pagam impostos como elas possam usufruir de direitos civis iguais aos seus provocará a "conversão" automática de heterossexuais. Mais absurda ainda é uma dessas teorias em particular, segundo a qual só os heterossexuais são pessoas honradas e o respeito à opção sexual dos homossexuais provocaria a "discriminação" dos homofóbicos. Ou seja: os preconceituosos sentem-se discriminados pela simples hipótese de não poderem discriminar à vontade. Ante idéias tão abjetas, eu, minha mulher e três de meus quatro filhos -os que têm idade para entender e ser orientados a jamais discriminarem ninguém- solidarizamo-nos com todos os homossexuais brasileiros."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

"O que o senhor João Carlos B. Luzitano ("Painel do Leitor", 17/5) quis dizer com "brasileiros honrados" em sua carta sobre os direitos dos homossexuais? Estaria ele insinuando que os homossexuais sejam pessoas sem honra? Prefiro acreditar que não. Provavelmente o senhor Luzitano apenas se confundiu com as palavras. Foi isso."
Luiz Carlos Gonçalves, professor do Cefet-MG, mestre em linguística (Divinópolis, MG)

"Estou estarrecida! Como católica de berço e de nação, mãe de família, avó e professora, vejo agora o sr. presidente da República abraçar uma ignóbil bandeira dos homossexuais e, com ela, querer denegrir a bandeira do Brasil. E, mais ainda, querer implantar uma lei contrária aos mandamentos de Deus. A história universal testemunha as consequências dos desmandos dos governantes. Desde a lei do divórcio no Brasil, a instituição da família vem agonizando. O que será de nossos filhos e de nossos netos se essa desgraçada lei que legitima o "casamento" homossexual passar?"
Maria do Carmo Elarrat (Rio de Janeiro, RJ)

José Reis
"O Brasil está entristecido pela morte do grande pesquisador e jornalista José Reis. A sua contribuição para o aperfeiçoamento do sistema científico e tecnológico do país foi inestimável."
Ruy Martins Altenfelder Silva, secretário de Estado de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo (São Paulo, SP)

"O jornalismo científico brasileiro perdeu uma de sua maiores expressões. José Reis, cientista e jornalista, soube mostrar a todos nós, pesquisadores nacionais, que tão importante quanto gerar tecnologias é saber traduzir para a população o resultado e o impacto do nosso trabalho. Os anos de dedicação de Reis a colocar a ciência em uma linguagem didática e acessível serão sempre uma inspiração. Esse ainda é um dos nossos maiores desafios."
Alberto Duque Portugal, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa (Brasília, DF)

"No ano de seu 75º aniversário, o Instituto Biológico perde um de seus mais importantes pesquisadores. Em sua longa trajetória, o IB enfrentou e enfrenta tentativas de divisão ou de extinção de suas unidades. Como dizia o mestre José Reis, a história do IB é não só de luta contra pragas, pestes e micróbios mas também contra a ignorância de alguns. Perdemos um grande lutador. Reverenciar a memória desse ilustre cientista é preservar o patrimônio científico do IB para as gerações futuras."
Luiz Carlos Luchini, laboratório de ecologia de agroquímicos do Instituto Biológico (São Paulo, SP)

Oriente Médio
"Nada agrega ao entendimento a posição do professor Walter Del Picchia no "Painel do Leitor" de 15/5. A troca gradativa de "ocupação" por entendimento foi acordada em 1992 com Yitzhak Rabin, que pagou com a vida o seu forte envolvimento no processo de paz. As negociações de Camp David resultaram no atendimento por Ehud Barak de praticamente todas as reivindicações de desocupação, de desmantelamento de assentamentos e de criação do Estado palestino, com Jerusalém Oriental como capital. Pacifistas israelenses e palestinos sofreram uma grande decepção com o colapso do processo de paz. A Autoridade Palestina não aceitou o risco do entendimento e estabelecimento de um Estado palestino ao lado do Estado de Israel. Os atentados e contra-atentados que se seguiram, e a ascensão de Sharon, são fruto daquele colapso . Em Israel, o desconforto com a atual situação é imenso e qualquer ação séria da AP rumo ao entendimento viabilizará a ascensão de nova liderança em Israel para negociar novamente condições de convivência pacífica."
Esequiel Holcman, diretor de produtos do Banco Cidade (São Paulo, SP)



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