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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

TV Cultura
"Em flagrante contraste entre os títulos, o conteúdo das reportagens e as amplas informações prestadas aos repórteres da Folha, a reportagem publicada pelo caderno Ilustrada de domingo passado (15/6) traz inverdades que requerem correção. Antes de mais nada, a única vez em que se mencionou o senhor Roberto Muylaert (ex-presidente da Fundação Padre Anchieta) aos três gravadores ligados pela Folha foi para elogiá-lo, salientando os seus méritos na realização do "Castelo Rá-Tim-Bum". Frise-se: essa menção foi feita por mim, que a fiz precisamente para salientar, de viva voz, que as grandes audiências obtidas pelo "Castelo" nos dois primeiros anos da minha gestão não eram mérito meu, pois se tratava de reprises de realização do período de Muylaert. Gestões passadas não foram em momento nenhum avaliadas ou criticadas. Apenas se informou à Folha a sequência de obstáculos enfrentados e superados pela atual gestão. O primeiro deles foi o montante das dívidas recebidas. Ou seja, buscou-se obter efeito negativo de uma informação claramente positiva. Em segundo lugar, afirma-se que "a audiência está em baixa", quando se dá precisamente o contrário: desde 2000, a TV Cultura vem aumentando sua audiência, com destaque para os números divulgados pelo Ibope referentes a 2003 -notadamente aos dois últimos meses, período em que tem sido frequente estarmos em terceiro lugar, havendo programas em que alcançamos empate na segunda colocação. Publicar como verdadeira uma informação cuja falsidade é tão facilmente verificável indica a exclusiva intenção dos repórteres de falar mal da TV Cultura. Os gráficos que reproduzem a evolução das receitas vindas do Estado e a evolução das receitas obtidas com esforços próprios induzem o leitor a erro, pois apresentam a mesma inclinação para a linha de uma receita que passou de R$ 44,8 milhões para R$ 68,7 milhões e para outra que evoluiu de R$ 6,81 milhões para R$ 40,9 milhões. Ou seja, houve o claro empenho de diminuir a realização da gestão. Provavelmente essa é a razão para que não haja nenhum texto que explique os gráficos, que ficam ali como ilustração de coisa nenhuma. Ao contrário do que afirmou o senhor Frederico Vasconcelos, não há maquiagem nenhuma nos balanços da Fundação Padre Anchieta, que se limita a respeitar a orientação contábil das instituições e empresas independentes que a fiscalizam. No mais, a Folha limitou-se a reproduzir boatos e acusações levianas que, mesmo acompanhadas da referência "sem provas", trazem prejuízos à imagem da instituição e à honra das pessoas mencionadas."
Jorge da Cunha Lima, presidente da Fundação Padre Anchieta (São Paulo, SP)

Resposta dos jornalistas Frederico Vasconcelos e Laura Mattos- Em entrevista gravada, o diretor-superintendente da Fundação Padre Anchieta, Manoel Luiz Luciano Vieira, acusou a direção anterior, de Roberto Muylaert, de não recolher impostos e omitir dívidas no balanço. Em maio passado, a audiência da emissora estava estável nos períodos da manhã (0,8 ponto) e da tarde (2,4 pontos) em relação a novembro de 1995 -no quinto mês da gestão de Cunha Lima-, quando foi de 1 ponto pela manhã e de 2 pontos à tarde. No período da noite, o Ibope caiu de 3 pontos em 1995 para 1 ponto em maio passado. A maquiagem dos balanços na atual gestão foi detectada pelo presidente da Fipecafi, fundação de pesquisas contábeis da USP.


TV Folha
"Envio este e-mail para parabenizá-los pelo fim do TV Folha e pelo retorno da Ilustrada aos domingos. Como assinante, não poderia deixar de cumprimentá-los por essa iniciativa. Muito bom mesmo."
Janise Bottin Suardi (Osasco, SP)

 

"Quero deixar consignado o meu descontentamento com o novo formato da edição de domingo do caderno de TV. Antes tínhamos um encarte de um tamanho menor, e agora a programação da TV vem inserida na Ilustrada. Em minha casa, aquele suplemento era consultado por vários dias durante a semana, agora, com um tamanho de folha inteira, ficou totalmente inadequado. A mudança foi para pior."
Vitória Kedy Cornetta (São Paulo, SP)

 

"Não gostei muito da extinção do TV Folha e sua absorção pela Ilustrada de domingo. Em vez de guardar durante a semana um suplemento prático e compacto, contendo exclusivamente as informações sobre TV, agora é preciso guardar um caderno normal do jornal (grande e não grampeado), que inclui reportagens que podem não interessar ao telespectador."
Valter A. Bezerra (São Paulo, SP)


Trabalho
"O atual governo proclamou-se pela modernização da área social, e o Ministério do Trabalho é parte ativa no processo. No entanto os técnicos da Receita Federal, objetivando melhores condições de trabalho, foram incluídos no plano de carreira da fiscalização no nível superior. Os fiscais do trabalho, agentes de higiene e segurança do trabalho, possuidores da mesma carteira de fiscalização dos auditores, realizam atribuições idênticas e nos mesmos locais, mas não foram incluídos na carreira. Pior, ficaram num "limbo jurídico". Quem perde é a sociedade, o trabalhador e a figura do servidor público, já tão desgastada."
Luciano Caiebe M. de Souza (Jundiaí, SP)


Sem ouvidos
"A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, após dois anos e meio de governo, resolve discutir a criação de um Fórum Municipal de Cultura. A tal discussão, além de atrasada, começa com os mesmos erros de administrações petistas atuais e anteriores. Intelectuais reúnem-se e, em vez de debaterem arejadamente a cultura em São Paulo, apenas conseguem 'ideologizar" a questão, ou seja, continuam querendo "matar o velhote inimigo que morreu ontem". Não ouvem as gerações que revalorizaram a língua portuguesa através de movimentos como o pagode, o hip hop, a nova música sertaneja e outros não-ideológicos, mas fundamentais para resistir à invasão cultural do mundo globalizado. Nota-se o ar desconfiado dos mais jovens em relação aos "velhos militantes". Quem sabe, daqui a um ano e meio, quando o governo não for mais petista, esses militantes descubram o quanto é importante a relação democrática entre a cidadania e o Estado."
Joaquim Santo Turim (São Paulo, SP)


Coerência partidária
"O mínimo de coerência com princípios e convicções é condição essencial para a manutenção da saúde mental de todo ser humano. Do contrário, resta avaliar e alterar as crenças, descartando o que não serve mais, adaptando-se às novas condições Fixar-se num partido cujos ideais não estão em sintonia com nossas aspirações envolve um desgaste muitas vezes doloroso, haja vista que nem todos os partidários estarão propensos a mudar pela nossa causa. Que mudem então os incomodados, ou que se calem para sempre. Essa é a lição que o mestre Cony deixa clara na sua intervenção de ontem ("Calar ou não calar", Opinião, pág. A2)."
Ângela Luiza S. Bonacci (Pindamonhangaba, SP)


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