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AMPLIAR O COMÉRCIO
Num cenário em que os fluxos comerciais entre economias emergentes vêm se dinamizando, foi lançada em São Paulo, na 11ª
Conferência da Unctad (organismo
da ONU voltado para o comércio e o
desenvolvimento), uma promissora
rodada de negociações envolvendo
nações em desenvolvimento. O objetivo é reduzir tarifas e ampliar as
perspectivas comerciais. Na prática,
ressuscitou-se um acordo firmado
por 44 países emergentes, em 1989,
mas jamais implementado, que se
chama Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC).
Os membros esperam, agora, contar com a adesão da China e da África
do Sul, que não haviam assinado o
acordo. O próximo passo será uma
reunião do comitê negociador do
SGPC, em novembro deste ano, em
Genebra. Estima-se que os países envolvidos no acordo movimentem
metade de todo o comércio entre as
economias em desenvolvimento.
Com o ingresso de China e África do
Sul, e os esperados avanços na remoção de barreiras, o SGPC poderá se
tornar um instrumento valioso na
ampliação das relações comerciais
do Brasil e de seus parceiros.
É crucial para a economia brasileira
que o país aumente e confira mais
qualidade à sua inserção no comércio mundial, não apenas para conquistar maior participação nessas
transações, mas para gerar saldos
comerciais expressivos. Com reconhecidos problemas de endividamento e vulnerabilidade externa, o
Brasil não tem escolha: precisa continuar trabalhando para fortalecer
seus mecanismos de defesa contra
crises, buscando mais comércio,
mais investimentos e mais reservas.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva tem insistido numa "nova geografia comercial", na qual as economias emergentes deveriam adquirir
mais relevo. Desde que, obviamente,
não represente uma política excludente, que volte as costas a parceiros
tradicionais, a visão do governo brasileiro é correta. O potencial de comércio entre países em desenvolvimento tem se revelado bastante promissor e está longe de se esgotar.
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