São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Trabalho infantil
"O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), gestor do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), gostaria de esclarecer alguns pontos em relação à reportagem "Após atrasos, programa terá mais recursos" (Brasil, pág. A4, 16/6). A informação de que há previsão de ampliação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) para 1,2 milhão de atendimentos, que consta do texto, não procede. Como informa a reportagem, o ministério ainda está definindo os números para anunciar a expansão."
Guto Pires, coordenador da assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Brasília, DF)

Resposta da jornalista Luciana Constantino - A previsão de chegar a 1,2 milhão de atendimentos foi feita pelo ministro Nilmário Miranda em entrevista a esta Folha em fevereiro.

Salário mínimo
"Vicejam, neste momento de discussão sobre o salário mínimo, políticos bem conhecidos por seus discursos de cunho demagógico e populismo entediante, pugnando por um salário mínimo superior ao que o governo pode dar. Melhor serviço prestariam esses parlamentares se exercitassem suas inteligências para reduzir a inflação, o preço da cesta básica, do arroz, do feijão, do ovo, do leite, da batata, dos combustíveis e dos escorchantes juros cobrados pelos bancos. Poderiam pensar em diminuir os seus polpudos salários e retirar destes o ofensivo "auxílio-paletó". Poderiam até pensar em diminuir o contingente de representantes na Câmara e no Senado, até porque o povo está à espera de qualidade, e não de quantidade."
José Roberto de Paiva (São Paulo, SP)

Ainda o arraial do Torto
"É natural a reação de alguns leitores ao texto de Danuza Leão sobre o arraial do Torto. Naturalmente, os que criticam a colunista chamando-a de "lady alienada" sucumbiram, como tantos, à patética demagogia do Planalto. Lula é mestre nisso. Com seu carisma, ele a faz tão bem que fica difícil não ser cativado pela sua espontânea simplicidade. O que poucos percebem é que o que se critica não é o fato de terem escolhido a fantasia de caipira para comemorar suas bodas, e sim o péssimo gosto de marcar a data com uma festa à fantasia. Demonstra, no mínimo, falta de seriedade -seja qual for a fantasia. Ao leitor que menciona que FHC provavelmente faria uma festa "à la francesa", vale lembrar que, se fosse o caso, talvez Fernando Henrique escolhesse, sim, um tema mais cosmopolita para a ocasião. Mas jamais o fez. Porque ele e dona Ruth são pessoas sérias, conscientes da importância da sobriedade nas atitudes de um chefe de governo, detalhe que parece escapar constantemente a Lula e à sua turma. Encantando a muitos, talvez, porém jamais enganando pessoas lúcidas como Danuza."
Claudia Matarazzo (São Paulo, SP)

 

"Como professora de um programa de pós-graduação em educação, trouxe para minha aula desta semana o texto de Danuza Leão publicado em 15/6 para servir de material para análise. Foi uma oportunidade exemplar para que pudéssemos discutir sobre as práticas discursivas dos grupos hegemônicos da sociedade, que instituem como "norma" a "sua" cultura, medindo todas as demais com sua régua cultural, numa operação que acaba por produzir a desvalorização e o desprezo de outros modos que não os seus de estar no mundo e de dar sentido a ele. O destaque dado pela Folha ao texto mostra claramente o lugar que este jornal hoje ocupa na mídia brasileira."
Gelsa Knijnik (Porto Alegre, RS)

Funcionalismo
"Professora aposentada do Estado de São Paulo, estou há nove anos sem reajuste salarial e sou vítima da política enganosa de gratificações dos governos Covas e Alckmin. Gostaria que o deputado Arnaldo Madeira ("Administrar exige seriedade", "Tendências/Debates", 17/6) me mostrasse onde está o aumento nominal de 194% e real de 46% com que, segundo ele, o magistério foi beneficiado entre dezembro de 1994 e dezembro de 2003. Na minha conta bancária e nos meus holleriths, ele não apareceu."
Maria Ligia de Oliveira Amendola, professora aposentada (Campinas, SP)

Primeira Página
"Fiquei surpreso ao ver como é a imprensa no Brasil. Se Marcelo Antony fosse um faxineiro e tivesse sido pego com droga, estaria mofando na cadeia. Como é um ator, sai na primeira página de um conceituado jornal. É lamentável."
Irenor Izildo Marques (Ribeirão Preto, SP)

Justiça divina
"Nosso presidente, assessorado pelo ministro Thomaz Bastos, já inocentou "a priori" o ministro da Saúde, Humberto Costa, de qualquer implicação no "problema vampiro". O ministro, titular de uma pasta cujos auxiliares estão sendo investigados, deveria afastar-se do cargo até o término das investigações, pois, no mínimo, ele arranjou maus auxiliares."
Dion de Assis Távora (Rio de Janeiro, RJ)

Escolas de latinha
"A prefeita paulistana deveria pedir a opinião do secretário-geral da ONU sobre as 50 infernais escolas de lata que ela administra. São 40 mil crianças sendo maltratadas diariamente. As escolas fervem no verão, gelam no inverno, ensurdecem quando chove e deixam as crianças espremidas como sardinhas na lata."
Mauro Alves da Silva, coordenador do movimento Comunidade de Olho na Escola Pública (São Paulo, SP)

Oriente Médio
"Bastante oportunas as manifestações de soldados israelenses relatadas no texto "Mostra "rompe silêncio" sobre Hebron" (Mundo, 14/6) e de Gershon Knispel ("Painel do Leitor", 15/6) a respeito de a nação judaica estar avaliando com mais isenção a violência do atual governo israelense contra o povo palestino. Justificar essa violência como conseqüência de ações de camicases palestinos é como condenar Israel até hoje pelos ataques terroristas cometidos pelas organizações judaicas Stern, Hagannah e Irgun contra ingleses e palestinos nos anos 50 com o intuito de fazê-los deixar a Palestina."
Nassib Rabeh (São Paulo, SP)

Olímpico
"Acabei de entrar na página do COB e vi um ícone que pretende contar a história dos 90 anos da entidade. Fiz uma leitura atenta do texto e, estranhamente, não vi nenhuma menção ao nome de Sylvio de Magalhães Padilha, presidente da organização de 1963 a 1990 e presidente de honra até 2002. Padilha foi a dois Jogos Olímpicos como atleta (quinto colocado em Berlim, 1936), a cinco como chefe da missão brasileira e a mais oito como destacado membro do COI, do qual foi vice-presidente e membro por mais de 30 anos. É estapafúrdia a omissão de seu nome nos anais do COB. Se há, hoje, no Brasil, alguma infra-estrutura de base no esporte que vise massificá-lo, e não elitizá-lo, foi Sylvio de Magalhães Padilha quem a fez."
Paulo de Magalhães Padilha Murray, diretor-executivo da ONG Sylvio de Magalhães Padilha (São Paulo, SP)


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