São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES

Senai: 60 anos gerando empregos

Os candidatos à Presidência da República estão prometendo mundos e fundos em matéria de emprego. A razão é óbvia: dois terços das famílias brasileiras têm um ou mais de seus membros desempregados ou na informalidade.
Gerar empregos de boa qualidade para acomodar todos os que entram anualmente no mercado de trabalho e acudir o estoque de desempregados é uma tarefa colossal que depende de investimentos, crescimento econômico e da situação internacional.
Mas há uma dimensão que é genuinamente nacional. Trata-se da qualificação da nossa força de trabalho. Embora seja complexa e demorada, essa tarefa depende de nós. Para tanto, é preciso investir de forma correta e constante na formação dos novos cérebros. É isso o que o Senai tem feito ao longo de seus 60 anos -comemorados na semana passada em Brasília.
O Senai não é um experimento. Nem uma tentativa. É uma obra consolidada. Uma entidade que deu certo. Na sua existência, treinou 33 milhões de brasileiros nas mais variadas profissões. São números impressionantes. Os ex-alunos têm padrão internacional. Recentemente, ganharam quatro medalhas de ouro, três de prata e nove de bronze e 43 certificados de excelência nas Olimpíadas Internacionais do Conhecimento, superando concorrentes do Primeiro Mundo.
O Brasil precisa de bons profissionais de nível médio. As faculdades e universidades são importantes, sem dúvida. Mas muitas delas têm se multiplicado de forma exagerada, tornando-se verdadeiras fábricas de diplomas. Raramente formam os profissionais que o mundo moderno requer.
A falta de pessoal de nível médio no Brasil ainda é grande. Cada um de nós sente na carne a dificuldade de conseguir um bom eletricista, encanador ou pedreiro para fazer uma simples reforma em nossas casas. É um indicador corriqueiro da carência desses profissionais.
Se isso é difícil no ambiente doméstico, imagine o leitor o que acontece com uma indústria, fazenda ou prestadora de serviços quando necessitam recrutar grandes grupos de profissionais que dominam os segredos dos seus negócios.
O Senai treina mais de 2 milhões de trabalhadores por ano. Para a indústria, esse esforço é essencial -mas necessitará aumentar quando o Brasil voltar a crescer 4% ou 5%. Seria um erro começar a treinar depois de reativado o crescimento. A preparação de profissionais qualificados precisa ser feita de antemão, de forma contínua, com atualização permanente e qualidade crescente, como o Senai tem feito. Isso é fundamental também para o progresso individual e das famílias dos seus egressos.
Tive alguns momentos de emoção e de muita alegria ao participar da cerimônia do aniversário do Senai. Publicamente, desejo render minhas homenagens aos dirigentes da entidade e em especial aos seus funcionários e instrutores. Eles são a parte mais central da riqueza do Brasil.


Antônio Ermírio de Moraes escreve aos domingos nesta coluna.


Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Soberania ameaçada
Próximo Texto: Frases


Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.