São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Entrevista mensal
"Num sistema de rodízio, a fim de evitar que os entrevistadores sejam sempre os mesmos, e sem a presença de marqueteiros-marreteiros, mas sim com a presença de jornalistas, o próximo presidente deveria restabelecer o sistema mensal de grandes entrevistas coletivas. Para esclarecer a nação e o povo. Como fazia De Gaulle na França em recuperação."
Paulo Ramos Derengoski (Lages, SC)


Cidadania
"Fiquei aliviada com a edição da Folha de 15/8, pois constatei que não estou só.
Eu já havia decidido anular o meu voto para presidente por, entre outras coisas, não me sentir representada por nenhum dos candidatos e principalmente devido à superficialidade com que eles se referem aos problemas do país -exceto quando se trata de política econômica.
A mesma queixa, vinda de alguns artistas como Fernanda Montenegro -como mostrou a nota "Abaixo a tabuada", publicada na coluna de Mônica Bergamo em 15/8 (Ilustrada, pág. E2)-, está sendo veiculada na internet como forma de protesto.
Além disso, surpreendi-me ao ler a carta do leitor Antonio Theodorovicz ("Protesto", "Painel do Leitor", 16/8), que, como eu, não votará em político que suja a cidade.
É assim que se exerce a cidadania."
Adriana Cordovil (São Paulo, SP)


Pesquisas
"A propósito da nota "O imparcial", publicada na seção "Painel" em 16/8 (Brasil, pág. A4), nós, do Doxa/Iuperj, estranhamos o teor e a conotação implícita de "colaboração" estreita do Iuperj com a sigla PT, oferecendo ao leitor a inferência de que o Iuperj estaria assessorando, ainda que indiretamente, uma campanha eleitoral.
A nota não corresponde aos fatos. A nossa pesquisa sobre a cobertura jornalística é inteiramente financiada por dotações públicas, por agências de fomento, nos programas de apoio à pesquisa básica e científica.
Assessores da campanha do PT, assim como de outras campanhas, colegas acadêmicos e jornalistas, até mesmo de editorias políticas, nos procuraram todos com a mesma intenção: a de inteirar-se de forma mais aprofundada sobre a qualidade metodológica de nosso trabalho tão logo colocamos no ar os primeiros resultados.
A todos abrimos os nossos arquivos e a todos oferecemos colaboração para que seus trabalhos, semelhantes ao nosso, não fossem vítimas de nenhum tipo de viés.
Temos colaborado com todos os que nos procuram com seriedade, sem preferências políticas e dentro do espírito apartidário e republicano que sempre norteou o Iuperj.
Por essas razões, solicitamos a retificação da nossa suposta vinculação com a campanha do PT."
Marcus Figueiredo, coordenador do projeto Eleições 2002, Doxa/Iuperj (Rio de Janeiro, RJ)
Resposta de Rogério Gentile, editor do "Painel" - A coluna não fez juízo de valor. Apenas registrou que o Iuperj colabora com o comitê de Lula.



"O laudo técnico que declarou ser irisação, e não milagre, a imagem surgida em uma janela em São Paulo pouco efeito terá sobre as mais de cem mil pessoas que foram até lá ou sobre tantas outras ajoelhadas por todo país.
A frieza cética do laudo não macula a fé daqueles que encontraram momentos de bem-estar por acreditarem na santificada imagem, agora declarada simples mancha. A santa, vista por quem quis ver, e o simbolismo da janela, que possibilita visão e sugere passagem, abençoaram com esperança de dias melhores muitos do nosso sofrido povo.
Creio que a dita janela tenha até cumprido com a sua função milagrosa ao fazer alguns encontrarem a certeza de cura para as suas mazelas ou a razão que precisavam para viver."
Hiram Azevedo (Juiz de Fora, MG)


Exército e tribunais
"As ações movidas por parentes das vítimas dos atentados de 11 de setembro contra os financiadores de Osama bin Laden e por parentes das vítimas dos atentados cometidos pelas Brigadas dos Mártires de Al Aqsa contra Barghouti hão de demonstrar ao mundo que tribunais de Justiça podem ser bem mais eficientes do que qualquer Exército para deter o terror."
Jorge A. Nurkin (São Paulo, SP)


Pedágios
"A respeito da nota "Queixa interestadual", publicada na seção "Painel" em 16/8 (Brasil, pág. A4), gostaríamos de esclarecer dados citados no texto referentes ao número de pedágios existentes no Estado de São Paulo.
Diferentemente da afirmação creditada no texto a Jésu Ignácio de Araújo, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Minas, que diz que São Paulo "tem uns 200 pedágios", informamos que o Estado tem 92 praças de pedágio. Dessas, 78 são operadas pela iniciativa privada e 14 pelo governo.
Vale ressaltar que a instalação de novas praças de pedágio nas rodovias concedidas à administração privada só ocorre depois de cumpridas as metas estabelecidas nos contratos firmados com o poder concedente."
Ivson Queiroz, Máquina da Notícia, assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias -ABCR (São Paulo, SP)


FMI
"Empurrar o máximo de pagamentos para 2003 ("Próximo governo começa com dívida maior", Dinheiro, 16/8) é mais um jeito, entre os vários adotados, de forçar o próximo presidente a comprometer-se com o programa do FMI. O que estão fazendo é chantagem, recurso usado frequentemente por terroristas.
As vítimas dos ataques às torres de Nova York mostram que o jeito de lidar com organizações terroristas é fazer com que elas paguem pelos estragos que causaram.
Será que os milhões de vítimas do FMI, nossa Al Qaeda de cada dia, não serão inspiradas por este exemplo?"
Rute Bevilaqua (São Paulo, SP)


Democracia
"Em 12/8, li em "O Estado de S. Paulo" que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai montar um consultório odontológico de luxo em sua sede por R$ 60 mil para atender a ministros e a servidores.
Em 13/8, li na Folha que medida salarial adotada no Tribunal Superior do Trabalho (TST) beneficiou parte de seus servidores com um aumento disfarçado. O principal beneficiado terá o seu salário elevado em R$ 4.100.
Conclusão: diferenciação de salários e benefícios e direitos em sentido de privilégios continuam a acontecer entre os prestadores de serviços públicos.
O piso salarial do professor estadual em São Paulo, Estado mais rico do Brasil, está em R$ 640, já incluído o reajuste de 5% concedido em junho passado.
Está difícil conciliar democracia política com democracia social."
Rodolpho Pereira Lima (São Paulo, SP)


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