São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006 |
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ELIANE CANTANHÊDE Passando a borracha BRASÍLIA - Um candidato apaga
seu partido, e um partido apaga seu
candidato. Lula passa uma borracha no vermelho, na estrela e no 13
do PT. Já o PSDB "esquece" Alckmin, ou "Geraldo", nos programas
eleitorais gratuitos dos Estados.
Conforme a Folha de ontem, os
candidatos tucanos de SP, MG, RS,
PR, CE e PE excluíram os apelos
por voto e até mesmo meras referências ao candidato do partido à
Presidência.
Ou seja: o PT engole em seco as
desfeitas de Lula e abusa das imagens dele para puxar votos nos Estados, enquanto os tucanos cuidam
da própria campanha e deixam a de
Alckmin pra lá. Ele parece nadando
sozinho contra a maré, quase como
José Serra em 2002.
Em São Paulo e Minas, os tucanos Serra e Aécio Neves têm chances de ganhar no primeiro turno,
especialmente Aécio, com 74% no
Datafolha. Seria excelente para
Alckmin pegar carona com eles em
Estados tão populosos, mas a recíproca não deve ser verdadeira. Enquanto isso, Mercadante agarra-se
a Lula.
Esses movimentos evidenciam o
efeito das pesquisas, a desimportância dos partidos e as idiossincrasias internas. O início do horário
eleitoral gratuito explicitou uma
das mais antigas divisões do PSDB.
Enquanto Alckmin foi ao ar com
Mario Covas, Serra preferiu ir com
FHC, numa inversão curiosa. O
candidato a presidente usa um ex-governador, e o candidato a governador usa um ex-presidente.
Resultado: o PT dá tudo para Lula em troca de nada e não reclama,
mas as reportagens sobre a campanha do PSDB só refletem divisões,
intrigas, patotas. E vira um círculo
vicioso: o candidato está atrás, as
brigas aumentam, os correligionários escapolem -e o candidato fica
ainda mais vulnerável.
Na seara tucano-pefelista, candidatos e líderes só concordam num
ponto: este é o "momento decisivo". Imagina se não fosse?!
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