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Em ritmo lento
Reformas para melhorar ambiente de negócios pouco avançam; governo propõe pacote tímido sobre tarifas de bancos
AS CHAMADAS reformas
microeconômicas
-aquelas destinadas a
melhorar o ambiente
geral dos negócios- caminham
em ritmo lento no Brasil. A cada
proposta de inovação corresponde um bombardeio de lobbies
que, quando não consegue bloquear os avanços, pelo menos limita o seu impacto.
Uma exceção
particularmente notável a essa
regra foi o pacote de dez leis
aprovadas na
primeira gestão
Lula que dão
agilidade ao
processo civil.
Foi simplificada a fase da execução -momento da cobrança de uma
obrigação reconhecida pela
Justiça- nesses processos.
Um recurso nessa etapa, por
exemplo, já não tem o efeito de
suspender todo o trâmite.
Mas mesmo nesse tópico as
propostas inovadoras não passaram incólumes. Continua parado no Congresso Nacional o projeto que diminui os prazos privilegiados para recursos judiciais
com os quais hoje conta a Fazenda pública.
Há ainda outro capítulo de mudanças que custam a avançar.
Trata-se de alterações que beneficiariam sobretudo os usuários
do sistema bancário. A orientação geral das propostas é aumentar a concorrência entre as instituições financeiras e, desse modo, propiciar uma diminuição no
custo das transações bancárias,
seja nas tarifas, seja nos juros.
Em setembro de 2006, por
exemplo, o Banco Central editou
uma resolução que dá ao trabalhador a opção de escolher o banco pelo qual vai receber seu salário. Mas uma pressão oriunda do
próprio setor público- governantes descobriram que leiloar a
folha de pagamento de servidores é farta fonte de receita- fez
adiar a implementação dessa novidade para janeiro de 2009 (no
caso do setor privado) e janeiro
de 2012 (para o
funcionalismo).
Agora o Ministério da Fazenda
acena com novo
pacote de medidas para estimular a queda nas tarifas bancárias.
Com a redução
dos juros, os lucros bilionários
dessas instituições passaram a
ser sustentados
nas taxas cobradas a clientes que
muitas vezes têm
grande dificuldade para trocar seu banco por um
outro que cobre menos. A intenção do governo é padronizar a
nomenclatura das tarifas e aumentar o conteúdo mínimo que
um banco precisa oferecer a seus
clientes sem cobrar.
É pouco para cumprir a promessa -sempre adiada por conta das mais diversas pressões e
por falta de regulação adequada
do sistema- de que a abertura
do mercado bancário brasileiro
daria curso a uma competição
benéfica ao consumidor.
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