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PAINEL DO LEITOR
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Nunca mais
"O ministro Nelson Jobim quer
mudança na Lei de Imprensa para
evitar que grampos telefônicos sejam divulgados na mídia (Folha
Online de ontem).
Que fique bem claro que qualquer alteração na Lei de Imprensa
significa uma afronta à Constituição e um retrocesso no processo democrático, visto que a nossa Carta
Magna garante total liberdade de
informação como também o segredo das fontes utilizadas pelos profissionais da imprensa na execução
de suas reportagens.
Mordaça e tapa-olho nunca
mais!"
MARA MONTEZUMA ASSAF (São Paulo, SP)
Aborto
"Com certeza é um "direito de escolha" poder tirar a vida das pessoas
("Juízes defendem mudança na lei
do aborto", Cotidiano, ontem), do
mesmo modo como nós, brasileiros, fazíamos aos montes antes da
lei seca. Matávamos muitos inocentes, grande parte deles crianças.
Agora se quer dar o direito de escolha para matarmos antes de gerar
gastos para o governo. Vamos matar seres que não falam e que não
pediram para vir ao mundo.
Isso sim, para os magistrados,
é um direito de escolha bem democrático."
KELLY PASSOS (Arujá, SP)
Farmácias
"As drogarias de rede mostram a
sua maior cara-de-pau ao declararem que há falta de farmacêuticos
("Redes dizem que faltam farmacêuticos", Cotidiano, 13/9).
Se há falta desses profissionais é
porque as redes pagam mal, porque
podam o trabalho dos farmacêuticos. Essas drogarias transformaram esse ramo em um comércio,
onde se compra arroz da mesma
forma como se compra um antibiótico (Amoxacilina, por exemplo). E
o farmacêutico que não entra no esquema é demitido.
Na defesa de uma saúde pública
melhor, espero que a Covisa (Consultoria Técnica em Vigilância Sanitária) tome alguma atitude.
O problema não é desvirtuar o ramo, vendendo balas, pilhas ou chocolates; o problema é vender medicamentos sem nenhuma orientação, de médico ou de farmacêutico,
pois este não pode ir contra as vendas. Este é o meu protesto."
HUGO DE ALENCAR IZABEL , farmacêutico e bioquímico (São Paulo, SP)
Trabalho doméstico
"Inacreditável o artigo de Marcos
Cintra a respeito dos "Direitos do
trabalhador doméstico" (Dinheiro,
15/9).
O palavrório ali contido procede
diretamente dos argumentos que
sustentaram por séculos a escravidão no Brasil.
Uma frase como "o governo deve
ser cauteloso ao considerar o desmonte de instituições criadas ao
longo dos anos no tocante ao trabalho doméstico" gozaria da estima de
José Joaquim da Cunha de Azeredo
Coutinho, Bernardo Pereira de
Vasconcelos e José de Alencar, outros notáveis defensores da benesse "do relacionamento cordial entre
patrões e empregados domésticos"
em nossas paragens."
RAFAEL MARQUESE (São Paulo, SP)
Fumo
"É curioso como atitudes totalitárias logo adquirem adeptos.
Fiquei surpreso com a "lógica" exposta pelo leitor William Roger
Georgiani dos Santos ("Painel do
Leitor", 16/9): suspender o atendimento médico pelo sistema público
de saúde aos que sofrem de doenças
decorrentes do tabagismo, "que tanto oneram o nosso pobre governo".
Seguindo o seu "nobre e generoso
raciocínio", estou convencido de
que poderíamos "economizar" muito mais, deixando de atender pelo
sistema público todos os eventos,
em tese, "previsíveis': alcoolismo e
suas conseqüências, verminoses e
até mesmo hipertensão, diabetes tipo 2, gota e doenças decorrentes da
hipercolesterolemia (descuidos, todos eles, da dieta).
Suspenderíamos o atendimento
às doenças do obeso e do bulímico,
viroses adquiridas por não-vacinados, acidentes de trânsito (sempre
haverá um culpado), sem falar nas
doenças sexualmente transmissíveis, todas elas evitáveis.
Com o aprimoramento do "sistema", seria possível incluirmos doenças hereditárias (culpa da família
com gene deficiente) e, assim, teríamos um adicional à imensa "economia", sem sombra de dúvida.
E a sua proposta de aumentar os
bônus para as seguradoras reflete
outra moda de momento: embolsam o prêmio e buscam furtar-se de
honrar os compromissos com a família remanescente, culpando o já
indefeso defunto."
ITHAMAR NOGUEIRA STOCCHERO (São Paulo, SP)
Diesel
"A Petrobras e as montadoras tiveram desde 2002 para fazer a lição
de casa. Não fizeram e agora merecem reprovação.
A desculpa de Petrobras de que os
motores adequados não existem -e
que por isso ela não oferecerá o produto- é absurda e risível.
Um motor a diesel de primeira
geração, com injeção mecânica e
desregulado, sempre poluirá menos
com o diesel 50 ppm do que com o
2000 ppm. É uma questão físico-química, e não se discute.
Aliás, a frota de caminhões obsoletos é uma razão a mais para acelerar, e não para retardar, a introdução do combustível mais limpo.
A lógica é essa."
ANTONIO CAMARGO (São Paulo, SP)
Pink Floyd
"Richard Wright partiu para sua
última viagem.
Fica a saudade e aumenta a tristeza para os admiradores dessas grandiosas criações musicais.
Justamente neste momento em
que a música-arte vem sendo soterrada por uma avalanche de "obras
musicais" pouco ou quase nada
criativas.
"Wish You Were Here", mr. Richard Wright."
JOSÉ ELIAS BESSA (São José do Rio Preto, SP)
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