São Paulo, segunda-feira, 18 de outubro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Cuidado
"O caso do Vioxx é apenas um bom exemplo do cuidado que se deve tomar com o que é novo. Esse medicamento passou pelo crivo da agência americana FDA, muito rigorosa, depois de anos de análise e testes, e mesmo assim causou problemas graves de saúde. Soja transgênica não é remédio, mas eu ficaria muito mais tranqüilo se soubesse que ela também foi testada quanto aos riscos a longo prazo. Ninguém vai gostar de descobrir, daqui a 25 anos, que seu câncer de esôfago foi causado pela proteína "x", produzida pelo gene j64 do cromossomo 12 da soja modificada. Mas eles só queriam acabar com o caruncho..."
Carlos N. Mendes (Santos, SP)

Esclarecimento
"Na condição de advogado do sr. Armando Mellão Neto, tenho a informar que alguns fatos foram divulgados de maneira equivocada por este respeitável jornal na edição de 14/10. Conta disto, escrevo a fim de esclarecer determinados pontos. 1) Armando Mellão Neto, ao contribuir com as investigações levadas a efeito pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, ao contrário do que foi ventilado na edição de hoje, jamais esteve "visando a redução da pena", até porque tecnicamente não haveria tal possibilidade, porquanto não se encontra respondendo a qualquer processo onde benefício desta ordem pudesse ser concedido. Mais do que isso, Armando Mellão Neto não se encontra em investigação por nenhum dos promotores do Gaeco. 2) Armando Mellão Neto jamais manteve qualquer vínculo com o PSDB ou com o candidato à Prefeitura de São Paulo, sr. José Serra, tanto que antes do primeiro turno do escrutínio municipal as gravações permaneceram em absoluto sigilo a fim de, a um só tempo, garantir a serenidade do pleito e evitar futuros argumentos anódinos acerca de possíveis interesses políticos. 3) Embora a única credibilidade passível de discussão fosse a do próprio teor das gravações, o que em momento nenhum foi contrariado, importa ressaltar que as duas ações penais que Armando Mellão Neto teve contra si ajuizadas na Justiça paulista não tiveram continuidade,visto que a primeira foi trancada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e a segunda teve a denúncia rejeitada pelo Juízo de 1ª instância. Todos os documentos aqui referidos (habeas corpus, depoimentos, peças dos processos etc.) encontram-se à disposição de vossa senhoria, bem como o sr. Armando Mellão para eventuais esclarecimentos. Aproveitando a oportunidade, manifesto admiração e respeito pela instituição, que jamais se esquivou do caráter pluralista que há de haver em todos os órgãos da imprensa."
Paulo Amador Thomaz Alves da Cunha Bueno (São Paulo, SP)

Eleições
"Ao pretender distinguir entre Kassab e Faria de Sá ("Marta ganha o apoio do "gerentão" de Pitta", Brasil, 17/10), a prefeita comete enorme grosseria com o deputado. Diz que ele não é o seu vice, não faz parte da coordenação da campanha nem vai fazer parte do governo. Na verdade, deixa claro que o apoio e os possíveis votos trazidos por Faria são bem-vindos, desde que ele não macule a imagem dela e do PT com algum tipo de participação maior. Acabou por compará-lo a Maluf, em relação a quem tomou idêntica atitude. Deveríamos todos atentar para as lições de Janio de Freitas em artigo da mesma data neste jornal. Entre outras afirmações, uma é insuperável: "A política admite concessões, mas não desobriga da dignidade"."
Geraldo de Menezes Gomes (São Paulo, SP)
 
A "guerra dos vices", tratada como "quem é esse ou quem foi aquele", deixa de lado questões mais importantes. Na ausência de Marta, o PT segue na prefeitura. Já a chapa Serra-Kassab representa a coligação PSDB/PFL. Na falta de Serra, o PFL assume o governo. O candidato tucano pode até se comprometer a não se afastar do cargo para concorrer a outro, mas ninguém pode jurar que não sofrerá um acidente ou doença que o impeça de exercer suas funções nos quatro anos seguintes. Além disso, é de supor que, com a vitória de Serra-Kassab, o PFL passe a comandar setores da máquina municipal. Essa abordagem, mais do que qualquer cantilena aborrecida de cifras e índices (que nem sei se estão corretos), levou-me a decidir meu voto. O eleitor de Serra pode estar comprando gato por lebre..."
Carlos Bocchi (São Paulo, SP)

Artigo
"Provocam arrepios os argumentos usados pelo intelectual peessedebista, José Arthur Giannotti ("Com a cabeça fria", "Tendências/Debates", 17/10/04), para justificar a volta do pensamento e poder único ao PSDB. O professor aciona sua massa cinzenta para tentar convencer os leitores que, caso os candidatos do PT em São Paulo e Porto Alegre vençam, haveria o "monopólio do poder por um único partido". Quem detém o monopólio do poder: o PT, que agora passa a governar cerca de 400 cidades, ou o PSDB, que governa mais do dobro? Sem contar a força política mantida pelos 15 milhões de votos, o PSDB tem apoio irrestrito de grande parte da mídia. Deseja o prof. Giannotti defender alguma tese de que eleição só é democrática se o partido dele ganhar todas?"
Antonio Emilson A . de Carvalho (Salvador, BA)
 
"É desastroso o assistencialismo tão ingenuamente pregado pelo senador Eduardo Suplicy e ora adotado por seus colegas petistas espertalhões como método para manter o povão no cabresto. Como ex-classe média, microempresário falido, que já teve 15 funcionários, hoje com a alma empenhada nos bancos e o sangue sugado pelas furiosas máquinas fiscais dos diversos níveis de governo, fico cada dia mais doente ante as sombrias perspectivas do populismo em vigor. A classe média começou a ir para o buraco com a apatia arrogante e presunçosa dos tucanos e agora ruma para a ruína total sob os "Robin-Hoods" marotos do petismo. Os petistas não são tucanos, mas me levaram no bico. Senador, avanço social é trabalho, não esmola. E não há trabalho quando o governo estabelece o marketing como método e a sanha arrecadatória como fim. Saia da sua ilha da fantasia e desça aqui embaixo para ver as acrobacias que temos de fazer para não cair."
Wilson Vaccari (São Caetano, SP)

Célula-tronco
"Parabenizo pela qualidade e importância da reportagem sobre banco privado de célula-tronco de 10 de outubro. Acho que ficou faltando um ponto importante: o material congelado é armazenado nos EUA. É previsto também em contrato que, se a pessoa não pagar as anuidades, esse material passa a ser de propriedade do banco americano. Essa "exportação" de material genético brasileiro é uma ameaça não só à população brasileira, que fica sem a disponibilidade deste cordão, como à família que armazenou, em caso de privação econômica."
Silvia Regina Brandalise, secretária-geral da SLAOP -Sociedade Latino-Americana de Oncologia Pediátrica (Campinas, SP)

Resposta
"Em resposta à carta do leitor Rodolpho Pereira Lima, publicada nesta seção no dia 13 de outubro, a Secretaria de Estado da Educação esclarece que o fechamento gradativo dos Centros Específicos de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério (Cefams) deve-se ao fato de que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação determinou que a partir de 2006 os professores de 1ª a 4ª série tenham curso superior. Atendendo a essa exigência, a secretaria já ofereceu, em 2002, cursos de formação superior. Atualmente, todos os professores desse ciclo da rede pública estadual contam com a licenciatura plena. Trata-se, portanto, de um avanço na política de capacitação do professor em São Paulo."
Joaquim Maria, coordenador de Comunicação da Secretaria de Estado da Educação (São Paulo, SP)


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