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PAINEL DO LEITOR
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Huck, Ferréz e Azevedo
"O senhor Reinaldo Azevedo expressa fielmente o pensamento de
direita nesse país ("A pluralidade e a
revolução dos idiotas", 15/10).
Defende a propriedade privada,
resiste às políticas públicas de recorte social mais profundo e esconde-se atrás da democracia formal. E
pergunta: por que o roubo de um
Rolex e não a pedofilia? Simples,
porque o primeiro pode estar atravessado por uma questão social, e o
segundo não. A formalidade democrática sempre o impedirá de perceber isso.
De todo modo, pelo menos o senhor Azevedo não se apresenta como os tucanos dos anos 90, que insistiam em nos convencer de que o
neoliberalismo deles era de esquerda. É de direita e dá a cara para bater. Prefiro assim"
LEONARDO BARBOSA E SILVA, professor substituto
do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Uberlândia, MG)
"A discussão provocada foi muito
boa; esse foi o mérito do Huck.
Porém estranhei que ninguém
tenha comentado o artigo da Alba
Zaluar de 15/10 ("Inverter não é
transformar'). Acho que ela falou
pouco, mas falou tudo. Só escrevo
para dar os parabéns a ela, já que a
discussão deve ter acabado."
PEDRO SANSÃO (Botucatu, SP)
Educação
"As reportagens de 15/10 sobre
vencimentos de professores, inclusive pela forma como foram editadas, podem conduzir os leitores a
sérios equívocos.
A partir de uma fonte precária
(cujos dados foram contestados por
quatro Estados, e outros nem se deram ao trabalho de responder, como diz a própria reportagem), o jornal estampou em manchete uma
conclusão errada sobre a remuneração de professores em São Paulo.
A remuneração do professor da
rede estadual de São Paulo é composta de salário base, gratificações e
bônus. Comparar apenas o salário
base é um expediente incorreto,
que permite obter uma manchete
tão alarmista quanto falsa. Nenhum
professor da rede paulista recebe os
valores publicados na reportagem.
Dois exemplos: o professor iniciante de 1ª à 4ª séries, de nível universitário, que exerce uma jornada de 30
horas (ou seja, meio período), recebe, no mínimo, R$ 1.295,76 mensais. A remuneração média desse
segmento é de R$ 1.661,04. Além
disso, o governo de São Paulo paga
anualmente um bônus -que em
2007 terá valor mínimo de R$ 1.200
por professor. Desta forma, a remuneração média mensal sobe para R$
1.761,04. Ou seja, 72% maior do que
afirma a reportagem. Dependendo
do desempenho do profissional, como assiduidade, o valor deste bônus
aumenta significativamente.
No próximo ano, os professores
das escolas que cumprirem as metas de aprendizado efetivo de seus
alunos poderão receber até 16 salários anuais. Além dos números errados, a reportagem da Folha comete um erro trivial quando compara os diferentes Estados. Nela se
afirma que: "São Paulo vem em oitavo lugar (salários de professores),
apesar de ter o maior Orçamento
do país". Ora, o relevante, nesse tema, não é o gasto total, mas o gasto
por habitante. São Paulo tem quase
60 vezes a população do Acre, e a
receita tributária estadual per capita nesse estado (receita própria líqüida de transferências) -cerca de
R$ 2.773- é 70% superior à de São
Paulo -cerca de R$ 1.618,00.
Por último, cabe lembrar que o
Acre, da mesma forma que Roraima e Tocantins, é um Estado criado
há poucos anos, e suas despesas
próprias com professores aposentados são pequenas."
DANILO VICENTE, coordenador de comunicação da
Secretaria de Estado da Educação
(São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Daniela
Tófoli - Mesmo com as gratificações e o bônus, a remuneração
dos professores iniciantes de
São Paulo (R$ 1.395) é mais baixa que a do Acre (R$ 1.580). Sobre a questão do Orçamento, alguns Estados com receita por
habitante menor que São Paulo
pagam salários melhores, como
é o caso de Alagoas, cuja receita
per capita é de R$ 1.080 e o salário inicial do professor é de
R$ 1.522.
Lugar
"Atacar os esquerdistas por defenderem idéias fora do lugar é um
combate muito fácil. A começar pelo fato de que ninguém neste país
jamais ousou dizer-se da direita.
Qualquer que seja a posição política do jornal, algumas idéias do
editorial "Fora do lugar" (13/10) parecem deslocadas da realidade. Faço apenas duas perguntas: 1) a alienação da Cia. Vale do Rio Doce, em
1997, foi mais proveitosa ao Brasil
ou aos compradores privados?; 2)
após a maciça privatização do ensino superior, a partir do regime militar, está certo o jornal em afirmar
que "o ensino gratuito é pior do que
o ensino pago'?"
FÁBIO KONDER COMPARATO, professor titular aposentado da Faculdade de Direito da USP
(São Paulo, SP)
Nota da Redação - A privatização da Vale foi um sucesso para
a empresa, para seus acionistas
(dentre os quais estão milhares
de trabalhadores que lá aplicaram recursos do FGTS) e para o
Brasil. O editorial se referiu a
ensino público de modo geral;
não se restringiu à pequena fatia do ensino superior.
Pedágios
"Em relação à reportagem "Pedágio em SP sobe 204% mais que a inflação, diz Ipea" (Dinheiro, 12/10),
a Agência de Transporte do Estado
de São Paulo (Artesp) esclarece que
o estudo "A Eficiência do Estado e
as Concessões Rodoviárias no Brasil", realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplica (Ipea), comete um equívoco ao analisar o
reajuste tarifário do pedágio do sistema Anhangüera-Bandeirantes no
período de julho de 1994 à julho de
2006.
As concessões rodoviárias paulistas entraram em operação em maio
de 1998. Portanto a evolução tarifária dos pedágios sob concessão deve ser considerada a partir desta
data. Neste período, o reajuste indexado pelo IGP-M ficou 47,6% superior ao IPCA (o estudo do IPEA
indica variação 204% superior)."
RAFAELA PIRES, assessora de imprensa da Artesp
(São Paulo, SP)
Nota da Redação - Segundo o
Ipea, o estudo leva em conta a
data em que o contrato foi fechado, e não quando ele efetivamente começou a ser cobrado.
CPMF
"A alíquota do IR chega a até
27,5%! IPI, 18%; ICMS, 12%.
A CPMF é 0,38% (a maior alíquota do IR é 72 vezes maior!).
Não consigo entender por que
tanto barulho pela CPMF. Será que
é por que não dá para sonegar?"
MÁRCIO D'ÁVILA RIBEIRO (Ribeirão Preto, SP)
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