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Editoriais
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Aeroportos ineficientes
São conhecidos, e cada vez
mais graves, os gargalos da aviação civil no Brasil. Enquanto o
crescimento da economia leva novos passageiros às salas de espera, faltam vagas nos pátios para
comportar a necessária ampliação
do número de voos. O que já não
bastaria, de toda forma -pois
também faltam novos aeroportos.
Segundo um estudo contratado
pelo BNDES, será preciso, até
2030, aumentar em 2,4 vezes a
atual capacidade de transporte de
passageiros, de 130 milhões para
310 milhões de pessoas por ano
-o equivalente a construir "nove
Guarulhos", como é conhecido o
maior aeroporto do país.
Mesmo a escassa infraestrutura
já existente funciona mal. A pedido da Folha, a Associação Internacional de Transporte Aéreo,
principal entidade do setor, comparou a eficiência de aeroportos
brasileiros e internacionais.
Segundo o levantamento, o
tempo de conexão em Congonhas
é de pelo menos uma hora. Leva-se em consideração, nessa contagem, os minutos gastos nas tarefas necessárias antes de a aeronave levantar voo, como liberação
de bagagens, acesso aos terminais, filas e manutenção.
No aeroporto central de Chicago, de tamanho e capacidade
comparáveis ao paulistano, gasta-se menos da metade do tempo
-25 minutos- em solo. Discrepâncias semelhantes foram encontradas na comparação entre
Cumbica e o aeroporto de Gatwick, em Londres. Seria possível,
com maior eficiência, aumentar a
quantidade de voos e a capacidade de transporte de passageiros.
O governo Lula resiste à ideia de
abrir ao capital privado a responsável pela tarefa de gerir os aeroportos, a Infraero -afastando, assim, uma oportunidade de avançar na modernização do setor.
Ainda que se mantenha essa opção, nada justifica a ineficiência
da empresa, que precisa dizer a
que veio neste momento em que a
demanda exige respostas.
Ganhos de gestão também podem advir da delegação aos Estados do direito de construir e administrar aeroportos, bem como da
concessão administrativa de algumas unidades à iniciativa privada.
É preciso aumentar, com urgência, o tamanho e a qualidade dos
investimentos no setor.
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