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RUY CASTRO
Seguidores de Rasputin
RIO DE JANEIRO - Pode-se não
saber quem foi Gogol ou Tchecov,
dois escritores russos pré-1917, mas
não há quem não tenha ouvido falar
de Rasputin. Grigori Rasputin. Era
um homem fascinante, meio monge, meio charlatão, cujo poder sobre
o czar Nicolau 2º e família o levou a
ser assassinado em dezembro de
1916, aos 47 anos, pouco antes da
queda do próprio czarismo.
Na Rússia daquele tempo, não
faltava quem quisesse apagar Rasputin. Em 1914, à saída de uma igreja, ele foi atacado por uma prostituta contratada por um inimigo. Ela
lhe cravou uma faca no abdômen e
girou. Rasputin caiu, olhos esbugalhados e tripas para fora. A mulher
se deu por satisfeita e largou a arma.
Mas Rasputin foi levado, submetido a uma cirurgia e sobreviveu.
Dois anos depois, um conde, um
grão-duque e um extremista de direita o atraíram para uma adega,
onde lhe serviram bolos e vinho tinto enriquecidos com cianureto. O
veneno - "capaz de matar cinco homens", dir-se-ia depois- pareceu
não afetá-lo. O conde, para se garantir, disparou contra Rasputin,
que caiu. Quando o homem se abaixou para examiná-lo, Rasputin, assustadoramente vivo, agarrou-o e
tentou estrangulá-lo.
Os outros dois lhe deram mais
três tiros, um deles na cabeça, e
Rasputin caiu de novo. Ao ver que
ainda se debatia, bateram-lhe de
porrete até desmaiá-lo e, por sadismo, castraram-no ali mesmo, a golpe de sabre. Depois o amarraram,
enrolaram-no num tapete e o jogaram no gelado rio Neva. Foram embora e não viram quando Rasputin
se livrou das amarras e do tapete,
mas não conseguiu romper a camada de gelo. Segundo a autópsia,
morreu afogado.
Isso é que é apego à matéria. Mas
pense em outros sobreviventes
ilustres, como José Roberto Arruda, José Dirceu, Delúbio Soares,
Fernando Collor ou José Sarney.
Junto deles, Rasputin era amador.
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