São Paulo, segunda-feira, 19 de março de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Educação
"Em entrevista à Folha do dia 12/3, o ex-ministro da Educação Paulo Renato de Souza (gestão FHC) criticou a implantação da progressão continuada no Estado pela então secretária Rose Neubauer (gestão Mário Covas). Rose, por sua vez, atacou seu sucessor, Gabriel Chalita (gestão Alckmin). O pivô da crise tucana: os péssimos resultados obtidos pelos estudantes paulistas no Saeb e no Enem. Desde 1995, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) denuncia a forma autoritária e equivocada da implantação da progressão continuada, que se transformou, em última análise, em "aprovação automática". O projeto não foi discutido com a comunidade escolar e não previu, por exemplo, aulas de reforço para os estudantes com dificuldades de aprendizado. O descaso com a educação pública resulta na falta de investimentos do governo na área, nos péssimos salários pagos aos professores, na superlotação das salas de aula, na carência de infra-estrutura das unidades escolares e na precariedade da formação continuada dos docentes, que praticamente inexiste. Enquanto o Estado entender que a escola é um depósito de alunos, nada mudará."
CARLOS RAMIRO DE CASTRO , presidente da Apeoesp (São Paulo, SP)

CPI das ONGs
"Em relação à matéria "Senado cria CPI para apurar desvios de verbas em ONGs", publicada na sexta (16/3), explico que:
Sou contra a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as organizações não-governamentais porque o Congresso deve, neste momento, aprovar o pacote de segurança pública, que é urgente; a reforma tributária, que está parada; o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que é prioridade; e o marco regulatório das agências, que é indispensável.
Assim mesmo, foi feito um acordo com a liderança do governo no final do ano passado para transferir a instalação da CPI das ONGs para 2007. No entanto, a primeira proposta de requerimento da comissão restringia a investigação apenas aos últimos quatro anos, o que significaria uma CPI contra o governo Lula. Por isso, retirei a minha assinatura. No meu entendimento, essa CPI, se instalada, deveria investigar um período mais longo para subsidiar a formulação de políticas públicas para o setor."
ALOIZIO MERCADANTE , senador pelo PT-SP (Brasília, DF)

Prestes
"Em carta publicada na sexta-feira neste espaço, a historiadora Anita Leocádia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes, faz reparos a meu artigo sobre a Intentona de 35, censurado pelo ministro Waldir Pires.
Sobre a argumentação da missivista tenho as seguintes observações:
1) Realmente não tenho provas da "deificação" de Prestes. Fatos como esse independem de prova.
2) Ela invoca o testemunho do ex-ministro Jarbas Passarinho para desmentir que os comunistas mataram 33 colegas de farda. Na verdade, o que Passarinho contesta não é a comprovadíssima morte dos militares, mas que teriam sido assassinados dormindo, versão que tive o cuidado de não incluir no artigo.
3) Anita Leocádia nega que as ordens para a Intentona tenham sido enviadas de Moscou. Sua argumentação desaba na obra "Camaradas, nos Arquivos de Moscou", do jornalista William Wack. Alicerçado em sólida documentação, ele prova que a revolta comunista foi ordenada por Moscou.
4) A missivista chama a Intentona de "levante antifascista". Esqueceu-se apenas de acrescentar que o objetivo era estabelecer um regime comunista no Brasil."
BORIS CASOY , jornalista (São Paulo, SP)

Camisinha
"Não há como discordar do texto do dr. Drauzio Varella (Ilustrada, 17/3). Preciso. Argumentado de forma pungente e evidentemente transparente sobre a realidade assustadora da disseminação do HIV. Acredito ser o melhor caminho para que, em um futuro próximo, os "senhores de aparência piedosa", as tantas intituladas religiões ou seja lá o que for que protegem apenas os seus interesses financeiros, morais ou históricos se conscientizem de sua verdadeira importância para a sociedade nos dias de hoje."
FRANCISCO FERNANDO LOPES (Brasília,DF)

 

"Peço que o ilustre dr. Drauzio Varella reflita sobre o polêmico tema do uso de camisinha, uma vez que o nobre dr. cometeu diversos equívocos em seu artigo sobre o tema em questão. Em resposta à pergunta que ele faz ("por quanto tempo a Igreja Católica continuará o crime continuado de dificultar o acesso dos brasileiros ao uso da camisinha?'), cumpre ressaltar que a igreja nunca dificultou o uso da camisinha, mas apenas orientou os jovens e adultos a terem uma vida sexual segura e regrada, o que só é possível dentro do casamento. Logo, a atitude da igreja com os métodos anticoncepcionais não é uma conduta ridícula, conforme afirma o nobre dr. Entretanto, ridículo seria se a Igreja Católica seguisse todo e qualquer movimento desta sociedade corrupta, depravada e pobre de valores, pois, se assim fizesse, estaria fadada ao fracasso."
JURACY PEREIRA DE SOUZA (Ribeirão Preto, SP)

Rede de trens
"O título "Gestão Serra adia entrega de ampliação de rede de trens" (Cotidiano) está incorreto. A própria reportagem contradiz o título.
A conclusão das obras de expansão da CPTM, anunciada para 2006, havia sido adiada pelo governo anterior para os próximos meses de 2007. Mas as obras estavam paradas desde o ano passado, pelos motivos (corretos) aludidos pelo ex-governador: a arrecadação aquém do previsto pelo Orçamento de 2006 e a necessidade de ajustar as contas do Estado à LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
A gestão do governador José Serra reinicia as obras. Se elas estavam paradas, evidentemente que não poderiam ser entregues agora, mas apenas quando estiverem concluídas. Não faz sentido, portanto, afirmar que esta gestão "adiou a entrega", e sim que retomou os trabalhos.
O título dá a idéia da postergação de uma tarefa, quando a notícia é seu reinício. E quero crer que, menos de cem dias depois da posse, possamos dizer que este ainda é o começo do ano e que estes são os primeiros (três) meses do governo."
HUBERT ALQUÉRES , secretário de Comunicação do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Maranhão do Sul
"Quero congratular-me com a Folha pelo seu jornalismo criterioso, ao publicar que o governador do Maranhão assume a posição de ser sua plataforma a criação do Estado do Maranhão do Sul, retirando-me a autoria diabólica que a imprensa divulgou como sendo iniciativa minha, com o objetivo de vingar-me do resultado das últimas eleições e restabelecer "a oligarquia". Paguei, num equívoco monstruoso da imprensa nacional, essa versão. Ainda bem que a Folha refaz a verdade: "a César o que é de César"." JOSÉ SARNEY , senador pelo Amapá (Brasília, DF)

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