São Paulo, sábado, 19 de abril de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Razão e fé
"Parabenizo a Folha pelo importante editorial "Bush e o papa" (Opinião, pág. A2, 17/4).
A valorização exclusiva e excludente de um único modo de ser e proceder, ainda que hegemônico, é incompatível com a pluralidade característica da condição humana, sobre a qual se constrói e fortalece a dignidade para todos.
Como ensinou Bobbio, a construção do "multiverso" humano, mais que "universo", é tarefa histórica, a se fazer com argumentos e confrontos regidos pela razão, na arena nacional e internacional, respeitando as escolhas individuais ditadas pela liberdade de consciência e de crença, sem prejuízos ou interferências unilaterais no campo público.
O respeito a todos e a justiça são a única base possível para a democracia e a paz."
ROSELI FISCHMANN, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da USP (São Paulo, SP)

"Anacrônico e preconceituoso o editorial "Bush e o papa", com uma visão rósea do Iluminismo, seus mitos da razão, dos pretensos valores morais universais, da bondade natural e da intrínseca negatividade da religião na esfera pública, associada ao Absolutismo.
O moderno já foi desmontado pela academia. O nazismo, o stalinismo, o Holocausto, Mao, Pol Pot... não foram expressões da religião, mas filhos da arrogância humana, que nos presenteia hoje com um secularismo com uma ideologia agressiva no Ocidente, quando presenciamos uma volta do sagrado, uma consciência do mal e uma busca de valores.
A religião -em todas as suas manifestações- se recusa a obedecer à tirania "moderna", que a condena à irrelevância da subjetividade, sem participar do espaço público.
Os leitores religiosos da Folha só têm a lamentar."
ROBINSON CAVALCANTI, bispo anglicano da diocese do Recife (Recife, PE)

Adivinho
"O presidente da Câmara dos Deputados, ao se ver atacado pelo infame (mais um) aumento para os deputados, ousou dizer que talvez o povo prefira o fim da Câmara.
Como será que ele adivinhou?"
CARLOS SAVEDA (Santos, SP)

Cultura
"A União Brasileira de Escritores considera pertinente e oportuno o artigo "O negócio da cultura" ("Tendências/Debates", 16/4).
Há muito a Lei Rouanet está a exigir alterações pelas distorções a que tem servido. Resumidamente: a) apropriação privada de vultosos recursos públicos sem critérios justos de concessão; b) incentivo a projetos de mero entretenimento e sem função cultural; c) projetos cuja bilheteria seria mais que suficiente para sua consecução.
As demais distorções, como percentagens absurdas para captadores e outras tantas, são resultado das primeiras.
Alimenta-se círculo vicioso pelo qual recursos públicos escassos escoam pelo ralo enquanto atividades verdadeiramente culturais têm pouca probabilidade de encontrar patrocínio."
LEVI BUCALEM FERRARI, presidente da UBE (São Paulo, SP)

UnB
"A respeito do artigo "Crise da UnB, fundações "de apoio" e o MEC" (18/4), o Ministério da Educação esclarece o que segue.
1) Ao contrário do que o artigo sugere, as fundações ligadas às universidades estaduais não estão sob jurisdição do Ministério da Educação. Denúncias de irregularidades devem ser encaminhadas às autoridades locais competentes.
2) As fundações de apoio federais, diferentemente das demais, foram criadas por lei em 1994. E por lei recebem repasses dos fundos setoriais de amparo à pesquisa.
3) A limitação da atuação das fundações de apoio depende da aprovação da subvinculação de recursos federais às universidades federais, dispositivo do projeto de lei da reforma universitária que revoga veto ao Plano Nacional de Educação, reivindicação histórica dos reitores federais, que defendem a autonomia da universidade pública -e têm a certeza de que a comunidade acadêmica federal encontrará o caminho da sua realização."
NUNZIO BRIGUGLIO, assessoria de comunicação social do Ministério da Educação (Brasília, DF)

Ombudsman
"Por mais respeito e admiração que tenha pelo ex-ombudsman Mário Magalhães, desta vez a Folha tem razão na polêmica que resultou no fim do contrato com o jornalista.
Por que o jornal deveria permitir que se divulgasse na internet a crítica interna diária? Transparência é bom, mas tem limites -como têm limites a liberdade, os direitos etc.
A crítica interna é como um exame de consciência do jornal sobre sua conduta. E exame de consciência deve ficar na esfera interior de quem o faz."
GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI (São Paulo, SP)

Preguiça
"Parece claro que o Estado está jogando nas costas do indivíduo a sua deficiência ("Pulseiras eletrônicas em presos", 15/4). Já que não consegue fiscalizar o cumprimento de medidas punitivas em liberdade, impõe ao indivíduo carregar um caixote estigmatizante que informa, 24 horas, onde o coitado está.
Isso não é diferente de grampear por preguiça e não é diferente de realizar busca e apreensão para ver se acha algo criminoso (praxes ilegais cotidianas). Tudo isso é lamentável e altamente atentatório à dignidade humana."
ANDRE PIRES DE ANDRADE KEHDI, advogado (São Paulo, SP)

Maluf
"Barbara Gancia ataca Paulo Maluf em seu artigo "A honestidade entrou em extinção?" (Cotidiano, pág. C2, 18/4), afirmando que há quilos e mais quilos de provas sobre supostos atos de improbidade atribuídos ao ex-prefeito de São Paulo. Nada foi provado contra Paulo Maluf, pois não existe nada para ser provado.
A Folha de 21/12/2002, por exemplo, noticiou que Maluf foi inocentado no famoso caso do "frangogate" (Maluf é inocentado pela Justiça de SP').
Em 28/12/2006, a Folha publicou o texto "Justiça arquiva ação penal contra Maluf", sobre supostas contas de Maluf na Suíça.
Barbara Gancia já foi processada por Paulo Maluf e condenada a indenizá-lo por mentiras semelhantes que publicou. Será processada novamente."
ADILSON LARANJEIRA, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Recall
"As colocações publicadas no texto "Recall iminente" (caderno Veículos, 13/4) não conferem absolutamente com o que comentei sobre o assunto.
Disse claramente que, "se for constatado, mesmo que tardiamente, um problema de projeto, pode ter certeza de que a montadora responsável promoverá a reparação cabível, sempre com seriedade e respeito ao cliente. No caso do Ford Explorer, por exemplo, a montadora arcou com todos os ressarcimentos por perdas e danos ocorridos, independentemente do problema ser ou não do fornecedor dos seus pneus. Há necessidade de investigação criteriosa deste caso dos bancos do veículo da VW antes da publicação do artigo"."
JOAQUIM BURIN FILHO, professor do curso de pós-graduação de administração e tecnologia automotiva da FEI (São Bernardo do Campo, SP)

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