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Saramago
Talvez agora vá-se descobrir o
gênio que era Saramago. Mas ele
verdadeiramente o era.
Um escritor que sabia, como
poucos, manusear as palavras,
como se somente dele fossem
dependentes e a ele somente
pertencessem.
De um estilo único e inigualável, fez provocações ao homem,
fazendo-o pelo menos pensar,
principalmente sobre Deus e sobre a igreja.
Desse modo, Azinhaga, que
era tão pobre quando por lá ele
nasceu, herda suas lembranças
póstumas, tão ricas. Sem este José, portanto, o mundo fica menos crítico, e sem este Saramago,
fica cego e desassistido.
ACHEL TINOCO (Salvador, BA)
Morumbi na Copa
Começam a aparecer artigos
atacando o governo por supostamente colocar dinheiro público
num estádio para garantir a Copa em São Paulo. Isso acontece
para esconder a incompetência
do PSDB e do DEM.
Falaram meses sobre o Pacaembu; depois sobre o Morumbi. Todos sabem da impossibilidade de ambos abrigarem, hoje,
partidas da Copa. Como é possível que a maior e mais rica cidade do maior e mais rico Estado
não seja sede? Como dizer que
São Paulo não é capaz de reformar ou de construir um estádio?
Essa não é uma questão de dinheiro público, mas do papel
dos governos municipal e estadual em apoiar e liderar uma
parceria público-privada para
sanar a questão.
A construção de centros esportivos, culturais, comerciais, residenciais e hoteleiros, viáveis e
rentáveis, já aconteceu no Brasil.
Responsabilizar o governo federal, tratar a questão como gasto de verba pública ou usar os
jornais para justificar a incompetência e a falta de liderança dos
governos da capital e do Estado é
fugir das obrigações.
Afinal, a Copa não é importante para o desenvolvimento do
país?
JOSÉ DIRCEU, ex-ministro da Casa Civil da Presidência da República (São Paulo, SP)
Anatel
Em relação ao editorial "Consumidor maltratado" (Opinião,
13/6), esclarecemos que a Anatel
fiscaliza o cumprimento de obrigações de callcenters com base
nos planos gerais de metas de
qualidade e nos regulamentos dos
serviços de telecomunicações, antes mesmo da vigência do decreto
6.523, de 31/7/08.
Com a edição do decreto, houve
fiscalização específica nas centrais de atendimento das prestadoras de telefonia fixa e móvel, de
TV por assinatura e de serviços de
comunicação multimídia.
Como resultado desse trabalho,
foram instaurados 23 procedimentos para apuração de descumprimento de obrigações (Pado), um
para cada prestadora, sendo que
19 estão em instrução e quatro já
foram julgados -e, em decisões
de primeira instância, resultaram
em multas que somam R$1,88
milhão.
Além disso, o planejamento da
fiscalização previu dez novas
ações relativas aos SACs, quatro
delas concluídas com a instauração de mais três Pados.
LAURO RUTKOWSKI, assessor de imprensa da
Anatel (Brasília, DF)
Código Florestal
O pretenso benefício que alcançaria a senadora Kátia Abreu,
segundo a reportagem "Lei de
floresta livra senadora de multa"
(Ciência, ontem), na verdade já se
encontra na lei 9.605/98 e no decreto 7.029/09, que oferecem aos
proprietários o direito à regularização ambiental em caso de infrações administrativas, não havendo nenhum perdão se houver crime ambiental.
O meu substitutivo
procura seguir o espírito da lei e
do decreto, com a condição de
que sejam cumpridas as exigências do Programa de Regularização Ambiental.
ALDO REBELO, deputado federal pelo PC do B-SP
(Brasília, DF)
Resposta dos jornalistas Matheus Leitão e Lucas Ferraz -
A lei 9.605/98 e o decreto 7.029/
09 não preveem anistia, mas um
desconto nas multas -analisado
caso a caso- e a obrigação de recuperar a área. O novo Código
Florestal em trâmite no Congresso prevê anistia das multas aplicadas antes de julho de 2008, situação que beneficia a senadora
Kátia Abreu.
Escola pública
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, em suas aparições na TV, diz que é oriundo
de família pobre e que estudou
em escola pública.
Muito elogiável, porém eu gostaria de saber se ele, hoje, colocaria sua neta para estudar numa escola pública de São Paulo,
Estado que o seu partido governa
há 15 anos.
JAIME GONÇALVES PINHEIRO (São Paulo, SP)
Suicídio
Ao ler a tirinha do Angeli de
17/6 (Ilustrada), apesar da sua
genialidade, doeu meu coração.
Tive um filho que se jogou da
cobertura do prédio onde trabalhava -e nem era dia do suicídio
coletivo. Foi individual e solitário.
Será isso o que nos resta na nossa sociedade?
Será que a tira não induzirá outros jovens a achar que esse é o
melhor caminho para suas tristezas, medos, ansiedades e culpas?
Li, não sei onde, que jornais não
noticiam, mas enfatizam assuntos
como o suicídio -exceto em temas médicos e de pesquisa.
Enfim, sou fã do jornal e do cartunista, mas acho que foi infeliz a
publicação dessa tira.
MARTA CRISTINA TARGON DE OLIVEIRA
(São Vicente, SP)
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