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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Casamento
"Fernando de Barros e Silva, editor do caderno Brasil, dedicou a coluna de ontem, quinta-feira, dia em que normalmente escreve o jornalista Otavio Frias Filho, a tratar do meu casamento com Marta Suplicy. O ângulo do texto não é apenas "a dissolução das fronteiras entre o público e o privado -velha trincheira da vida republicana- mas a manipulação publicitária da intimidade transformada em notícia e espetáculo". Pensei que a diatribe furibunda estivesse dirigida à mídia e ao próprio jornal, mas não é assim. O alvo é a Marta. "Pas vous et pas ça", a expressão francesa encaixa-se ao autor e ao seu jornal e pode ser traduzida por: "Vocês são os últimos a poderem jogar pedras". Apenas alguns dias antes, a Folha noticiou no caderno Cotidiano que o estilista do vestido da noiva seria brasileiro, mas, no mesmo dia, em outra coluna do mesmo jornal, o estilista era argentino. O ombudsman, em seu comentário diário, teve de intervir para que houvesse coordenação das informações encontradas, evitando erro semelhante. A mesma Folha tem-se notabilizado por sistematicamente dar espaço e alimentar a todas as reportagens de "cabeleireiro", como diz preconceituosamente o editorialista. A Folha foi a primeira que se lançou na exploração sensacionalista de nossa vida privada (divórcio, namoro e casamento), a ponto de autorizar a publicação de reportagem paga com grosseiros insultos e calúnias contra minha pessoa -pela qual já foi condenada em primeira instância a pagar volumosa indenização por danos morais. Na verdade, Fernando de Barros está com uma terrível dor-de-cotovelo, pois Marta escolheu jornais rivais da Folha -"O Globo" e "Diário de S.Paulo'- para falar de seus sentimentos pessoais, recusando-se a fazer o mesmo com a Folha, como esta gostaria. Ela o fez motivada por um só sentimento: evitar que jornais que não têm nenhum escrúpulo em ultrapassar as fronteiras entre o público e o privado possam fazê-lo, transformando um singelo ato de amor entre duas pessoas em espetáculo e manipulação pseudopolítica. Tarefa árdua, pois basta acompanhar regularmente a Folha para perceber a dificuldade. Para o articulista, é "presepada cafona da elite" meu casamento e o vestido de noiva. Para mim, sua prosa é ódio não disfarçado ao PT e ao êxito da administração municipal, que, por mais que tente, a Folha não consegue demolir. Falando em outra coisa, uma pergunta que não quer calar: por que a Folha oculta sistematicamente a relação entre a Febem e o governo de Geraldo Alckmin, já que aqui não estamos falando da vida privada do governador, pelo qual tenho o maior respeito, mas de interesse público? Será que não se aplica à Folha a frase de Fernando de Barros de que "a propaganda é a alma do negócio'? E, por isso, ela tenta evitar propaganda negativa, pois seria um mau negócio tanto para ela como para o governo estadual? É verdade que os tucanos têm a pelagem preta, mas o bico é de ouro."
Luis Favre (São Paulo, SP)

 

"Imperdível o artigo do Fernando de Barros e Silva de ontem. Dona Marta deve estar espetando agulhas num boneco."
Luiz Carlos de Souza (São Paulo, SP)

Sem racismo
"Parabéns aos ministros do STF que afastaram de nossa nação a odiosa prática do racismo ("Por 8 a 3, STF mantém condenação de editor de livros", Brasil, pág. A8, 18/9). Uma das colunas que mantêm nossa sociedade democrática em pé chama-se justiça, e esta foi feita ao negar o habeas corpus ao editor Siegfried Ellwanger, que dedicou sua obra exclusivamente à panfletagem anti-semita. Aos ministros que entenderam diferentemente, peço ao Criador que os abençoe com muita luz para que suas decisões futuras não sirvam de amparo ao ódio racial."
Dayvi Mizrahi (Osasco, SP)

Equação
"Diferentemente do que pensa o senhor Denis Mizne ("Painel do Leitor", 17/9), o desarmamento civil não será decidido na Câmara dos Deputados, mas, sim, nos tribunais. A equação é simples: porte de armas legais = legítima defesa = direito à vida. Se esse Estatuto do Desarmamento "das vítimas" for aprovado, entrarei com mandado de segurança para manter o porte de arma arguindo a inconstitucionalidade da lei e processarei os autores e promotores de tal barbárie por conspiração contra cláusulas pétreas da Constituição e ameaça à minha vida e à de meus familiares."
Nelson Brockes de Castro, participante ativo da Campanha Pró-legítima Defesa (Goiânia, GO)

Receita
"Com relação à carta do leitor Dorival Rosseto ("Painel do Leitor", 18/9), a Secretaria da Fazenda esclarece que os servidores da Saúde do Estado de São Paulo, ativos e inativos, foram beneficiados pelo governo do Estado com um crescimento salarial, entre dezembro de 1994 e abril de 2003, de 206% em valores nominais -56% se descontada a inflação. Os ativos foram também beneficiados com a redução da jornada de 40 horas para 30 horas semanais, sem a correspondente redução salarial. As gratificações são concedidas como estímulo aos funcionários em atividade."
José Luiz Lima, assessor de imprensa da Secretaria da Fazenda (São Paulo, SP)

Dinheiro público
"É um absurdo o BNDES socorrer com R$ 3 bilhões empresas de energia elétrica ("Conta de luz é garantia em ajuda a elétricas", Dinheiro, 17/9). Elas já vêm sendo favorecidas com aumentos exorbitantes nas tarifas e com a cobrança do encargo de capacidade emergencial nas contas dos consumidores. Enquanto as áreas sociais são afetadas por cortes de recursos, o governo de Lula ajuda, com dinheiro público, empresas privadas."
Hugo Sérgio Urquiza de Castro (Rio de Janeiro, RJ)

Juros
"Lamentável a repercussão da queda da taxa de juros entre o empresariado paulista. Está foi a quarta vez que o BC atendeu aos apelos não só dos empresários mas de todo o conjunto da sociedade, que entende que só a retomada dos investimentos é que poderá resultar no "espetáculo do crescimento". O que espanta é a crítica esfarrapada da Fiesp, que passou oito anos bajulando o governo FHC enquanto a política do governo sentenciava o setor ao endividamento e à quebradeira. Os tucanos da Fiesp devem estar pensando: "Vai que este país dá certo no comando do PT?!"."
José Luiz Couto (Itapeva, SP)

"Infortenimento"
"Muito oportunos e sensatos os comentários de Fernando Rodrigues em sua coluna de 17/9 ("Gugu e o "infortenimento", Opinião, pág. A2) a propósito do que considero um abuso: a mistura de informação com entretenimento. Dá raiva, confesso, quando se lê uma notícia -com a expectativa de que seja algo sério- e, no meio, vemos "coisas" da indústria do show business."
Amaury Fonseca de Almeida (Rio de Janeiro, RJ)

Cinema
"Em relação à nota publicada na coluna de Mônica Bergamo (Ilustrada, pág. E2) em 8/9 sobre o filme "A Experiência", a PlayArte Cinemas, proprietária do Multiplex PlayArte Bristol, informa que não tem responsabilidade sobre a falta de legenda no último rolo do filme. A Distribuidora Europa Filmes, responsável pela distribuição do filme no Brasil, entregou-nos a cópia com atraso, o que nos impediu de fazer a revisão. A PlayArte, durante a madrugada, buscou uma cópia correta em outro cinema, solucionando assim o problema para que as sessões de sábado transcorressem normalmente."
Madalena Martins (São Paulo, SP)

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