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Ajuste no IPTU
É CORRETA a premissa do projeto de reformulação da cobrança de IPTU enviado à
Câmara pela Prefeitura de São
Paulo. Trata-se de recalibrar a
relação entre as taxas cobradas
conforme a região e a valorização
do imóvel, ajustando com mais
precisão o valor do imposto ao
poder aquisitivo do contribuinte.
Na pauta desde o fim de setembro, o projeto enviado à Câmara
divide a cidade em três zonas fiscais. Na primeira, que abrange o
centro e bairros como Moema e
Pinheiros, haverá aumento de
4% a 6% acima da inflação em
2007. Em áreas periféricas, como Capão Redondo e Itaquera,
pode haver redução de até 2%.
No restante da cidade, os valores
serão corrigidos de acordo com a
inflação (3,7%).
A medida tem potencial distributivo. O descontentamento dos
setores afetados pelo reajuste, já
expresso na reação adversa de
parte expressiva dos vereadores
à proposta, é o preço a pagar pelo
alívio tributário que o projeto representa para a fatia mais pobre
da população paulistana.
O rigor só se justificará, porém,
se a prefeitura empenhar-se em
apresentar contrapartidas. É
preciso agilidade na reestruturação dos gastos e recuperação da
capacidade de investimento, há
muito estagnada por dívidas
contraídas em outras gestões.
Também não faz sentido manter a isenção de IPTU para os
clubes. No início de agosto, a
atual gestão revogou um decreto
do ex-prefeito José Serra que
previa a tributação em 2,5% sobre o valor da área construída em
espaço público. Estavam incluídos 14 clubes, cujo valor venal,
usado para calcular o IPTU, foi
estimado em R$ 139,6 milhões.
Sem corrigir essa distorção, a
medida perde eficácia e dissolve-se numa austeridade de fachada.
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