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PAINEL DO LEITOR
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Chávez e a democracia
"Respondendo ao sr. Wagner
Fernandes Guardia ("Painel do leitor", 16/11), gostaria fazer uma ressalva: a imprensa dita "livre" venezuelana ultrapassou os limites de
uma oposição crítica a um governo
eleito democraticamente ao apoiar
e participar explicitamente de um
golpe de Estado. Nenhuma democracia existente toleraria a permanência de uma imprensa golpista
dentro do território nacional. Mesmo assim, o governo Chávez aguardou o fim legal do direito de concessão dessas rádios e TV para exercer
o direito de não renovar."
JOSÉ WAGNER COSTA SOUSA (São Paulo, SP)
"O leitor Francisco da Costa Oliveira, no "Painel do Leitor" de sábado (17/11), faz comparação descabida entre Hugo Chávez e Saddam
Hussein (aquele das armas de destruição em massa que nunca foram
encontradas, não é?) e pergunta:
quem acredita na lisura das convocações e nos resultados dos muitos
plebiscitos, referendos e eleições
vividos pela população venezuelana? Essa é fácil: a Organização dos
Estados Americanos, todos os observadores internacionais e o próprio governo dos EUA.
No mesmo "Painel" -e na mesma
linha de raciocínio-, o leitor Sergio
Eduardo Stempniewski alerta:
"abramos os olhos!", já que Lula "talvez tenha o desejo de impor ao Brasil as mesmas regras populistas e
totalitárias que estão sendo impostas ao povo venezuelano". Concordo
com a vigilância da democracia,
mas me pergunto onde será que ela
estava quando mais precisamos dela, já que tantas vezes se mudaram
as regras com o jogo em andamento
nesse país, nenhuma delas durante
o atual governo."
CARLOS ODAS (Santo André, SP)
Alcoolismo
"Gosto do que escreve o sr. Ruy
Castro, mas em sua coluna "Salvação de Adriano" (Opinião,17/11) ele,
como o jogador de futebol Adriano,
pisou na bola. O alcoolismo tem como causa a interação de fatores
emocional (psíquico), ambiental e
genético. Realmente o alcoolista
não é safado nem sem-vergonha.
Ele usa de um mau remédio (o álcool) para aliviar suas "dores"."
PAULO BORINI, médico (Marília, SP)
"Muito se tem escrito sobre o alcoolismo, mas o articulista Ruy
Castro conseguiu sumarizar o impacto na vida de uma pessoa e seus
reflexos na sociedade.
Para conseguirmos mudar o inconsciente coletivo e mostrarmos a
importância epidemiológica, os
grandes problemas médicos, sociais
e de segurança que o abuso e a dependência de álcool acarretam é
fundamental que mostremos, à
exaustão, essas questões, assim como o preconceito que se abate sobre esses doentes e seus familiares."
LUIZ ALBERTO CHAVES DE OLIVEIRA, presidente do
Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre
Drogas e Álcool (São Paulo, SP)
Pesquisa com animais
"É lamentável que alguns representantes da comunidade científica
não consigam pensar em desenvolvimento da ciência em conjunto
com a ética. Lamentável também
que um cientista como o dr. Philip
Wolff ("Painel do leitor", 17/11) peça
em público que a sociedade explique quais são os métodos alternativos ao uso de animais em pesquisas.
Posso adiantar que existem centenas de técnicas eficientes, modernas e substitutivas ao modelo animal. O mundo precisa do avanço da
ciência, e mais do que nunca de parâmetros éticos."
SILVANA ANDRADE (São Paulo, SP)
Poluição
"Em referência ao excelente Editorial "Alerta Final" (17/11), fica fácil
constatar a posição hipócrita dos
governantes brasileiros em relação
ao tema ambientalismo.
Galgada a vergonhosa posição de
quinto maior poluidor do planeta
-evidente que não devida à industrialização desenvolvimentista- e
subindo, nada é feito para conter a
criminosa ação de queimadas e desmatamentos. Enquanto Jobim das
Selvas sonha com submarinos para
enfiar sua cabeça na água à guisa de
avestruz, a apagada ministra Marina da Silva literalmente não possui
forças para reduzir os danos ambientais e desvendar os interesses
inconfessáveis que financiam as
atrocidades."
EDUARDO MUZZOLON (Cascavel, PR)
Ferrovias
"Clóvis Rossi tem razão quando
intitula seu texto "Volta aos trilhos"
(Opinião, 17/11). A quem interessa
o sucateamento das ferrovias? As
multinacionais fabricantes de caminhões, ônibus, autopeças, pneus,
combustíveis vão querer que o governo invista em ferrovias? E as
companhias de ônibus que pertencem a políticos? Existe uma ferrovia (antiga Companhia Paulista) de
bitola larga que liga São Paulo a Panorama (SP). Há alguns anos essa
ferrovia transportava passageiros e
todo tipo de carga. Hoje restam somente trilhos e dormentes, subutilização da ferrovia e muita saudade
dos passeios de trem.
CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP)
Dispensa de licitação
"Pelo fato de a matéria "Presidência contrata biógrafa de Genoino"
(Brasil, 6/11), de Fábio Zanini, ter
sido fonte de outras matérias, sinto-me na obrigação moral de prestar alguns esclarecimentos: sou
doutora em Sociologia e professora
aposentada do departamento de
sociologia da UnB, com o qual mantenho vínculo acadêmico como
pesquisadora associada, sem remuneração; essa situação funcional
me permite ter outros vínculos de
trabalho; sou bolsista de produtividade de pesquisa do CNPq e desenvolvi, no período de 2003-2006, o
projeto "Democracia e Pluripartidarismo no Brasil", com foco na reforma política.
Meu contrato com o Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) foi de prestadora de
serviço de assessoria para organizar os Anais do "Seminário Reforma
Política". O nome foi lembrado porque participei do seminário da UnB
"Reforma Política em Questão". O
contrato é legal, mas o jornalista
começa a matéria afirmando, na segunda linha, que fui contratada
"sem licitação", para depois explicar, no terceiro parágrafo, que o
contrato é legal pela Lei 8.666/93, a
Lei de Licitações, que dispensa esse
instrumento para "assessorias ou
consultorias técnicas".
Dei ao jornalista todas as informações, coloquei-me à disposição
para qualquer esclarecimento, descrevi minha trajetória intelectual,
sugeri que consultasse meu currículo Lattes para comprovar minhas
participações, orientações e trabalhos sobre o tema. Apesar disso, ele
insistiu na matéria vinculando minha pessoa e o meu trabalho profissional ao fato de ter escrito um livro
sobre José Genoino. Depois das minhas informações e do próprio deputado ter afirmado desconhecer
meu trabalho para o CDES, o jornalista me enviou um e-mail, do qual
constava a frase: "O fato de a sra. ser
biógrafa do Genoino é um componente a mais de interesse.'
Vi na matéria ambigüidades, insinuações e má-fé. Concluí que o jornalista escreveu sua própria interpretação e não o que apurou com os
fatos, projetando uma imagem minha que não corresponde à realidade. E o pior: as insinuações e a versão da matéria passaram a ser vistas pelos leitores como a verdade."
MARIA FRANCISCA PINHEIRO COELHO (Brasília, DF)
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