São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2001

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2002 ALGO MAIS CLARO

Começa a ficar mais claro o cenário eleitoral de 2002. É óbvio que, a dez meses da votação propriamente dita, qualquer antecipação é prematura. Mas é igualmente óbvio que a grande incógnita no cenário, qual seja a definição da candidatura do bloco governista, é menos nebulosa hoje do que na semana passada.
Primeiro, porque o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), anunciou uma espécie de hibernação de sua postulação, o que deixa livre o caminho, no partido, para a o ministro da Saúde, José Serra, tentar viabilizar o seu nome.
Segundo, porque o nome do momento em matéria de sucessão é o de Roseana Sarney (PFL), governadora do Maranhão. Roseana continua em ascensão, embora dentro da margem de erro. Subiu de 16% para o patamar dos 19%.
Ao mesmo tempo, a governadora aparece como a única candidata capaz de rivalizar com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno. O Datafolha mostra que os dois estariam, hoje, tecnicamente empatados (46% para Roseana e 44% para Lula).
A pesquisa deixa claro que um eventual rompimento da coligação que apóia o presidente Fernando Henrique Cardoso, com o lançamento tanto da candidatura de José Serra como da de Roseana Sarney, não tira do governismo a chance de ver um de seus nomes no turno decisivo do pleito.
Além disso, desfaz o favoritismo de Lula em um eventual segundo turno.
Resta saber se o fenômeno Roseana dura ou não. Ela subiu com base em uma estratégia mercadológica que previa a exibição apenas de sua imagem sem a apresentação de seu programa ou pelo menos de idéias que fossem além das platitudes do horário gratuito eleitoral.
É uma espécie de "Casa dos Artistas" da política, em que a fama deriva apenas da presença constante na TV.
Quando for chamada a dizer o que fará do país, ver-se-á se o fenômeno Roseana tem consistência.


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