São Paulo, quarta-feira, 19 de dezembro de 2001

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FERNANDO RODRIGUES

O momento de Roseana

BRASÍLIA - A pesquisa Datafolha publicada hoje retira todas as dúvidas possíveis a respeito de que, entre os governistas, este é o momento da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL).
Do lado oposicionista, não há surpresas. Ficou sacramentado o nome de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Roseana aparece com vigorosos 19% a 22%, dependendo do cenário em que é incluída. Na simulação de segundo turno, ela fica com 46% contra 44% de Lula.
Estão empatados tecnicamente, pois a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais. Ainda assim, é a primeira vez que um governista obtém tamanho êxito nesta corrida presidencial.
É difícil encontrar algum dado desfavorável a Roseana na pesquisa. Um argumento comum usado por seus adversários é que ela apenas ocupa uma trilha já percorrida por Itamar Franco (PMDB) e Ciro Gomes (PPS) há alguns meses. Por esse raciocínio, em pouco tempo a governadora voltará para o lusco-fusco do terceiro pelotão, abaixo dos 10%.
Trata-se de um sofisma. Com Lula na cédula, o melhor desempenho de Itamar foi de 15% em levantamentos do Datafolha desde dezembro de 2000. Nas mesmas condições, a melhor marca de Ciro foi de 19%. A alta atual da governadora do Maranhão é mais consistente do que foram as de Itamar e de Ciro.
Ainda assim, a posição de Roseana nas pesquisas deve ser interpretada com cautela. A eleição será apenas em 6 de outubro. Falta muito.
O PSDB está em pânico. Tentará aprontar alguma reação para janeiro, fevereiro e março -com o objetivo de desempacar a candidatura de José Serra.
É impossível a esta altura fazer previsões sobre a configuração final da lista de candidatos. Os tucanos usam o argumento de que Serra vai naturalmente para algo próximo a 15% quando se apresentar como candidato oficial. Pode ser. Mas nunca ficou tão difícil apostar nessa hipótese.


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