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FERNANDO RODRIGUES
O momento de Roseana
BRASÍLIA - A pesquisa Datafolha publicada hoje retira todas as dúvidas
possíveis a respeito de que, entre os
governistas, este é o momento da governadora do Maranhão, Roseana
Sarney (PFL).
Do lado oposicionista, não há surpresas. Ficou sacramentado o nome
de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Roseana aparece com vigorosos
19% a 22%, dependendo do cenário
em que é incluída. Na simulação de
segundo turno, ela fica com 46% contra 44% de Lula.
Estão empatados tecnicamente,
pois a margem de erro da pesquisa é
de dois pontos percentuais. Ainda assim, é a primeira vez que um governista obtém tamanho êxito nesta corrida presidencial.
É difícil encontrar algum dado desfavorável a Roseana na pesquisa. Um
argumento comum usado por seus
adversários é que ela apenas ocupa
uma trilha já percorrida por Itamar
Franco (PMDB) e Ciro Gomes (PPS)
há alguns meses. Por esse raciocínio,
em pouco tempo a governadora voltará para o lusco-fusco do terceiro pelotão, abaixo dos 10%.
Trata-se de um sofisma. Com Lula
na cédula, o melhor desempenho de
Itamar foi de 15% em levantamentos
do Datafolha desde dezembro de
2000. Nas mesmas condições, a melhor marca de Ciro foi de 19%. A alta
atual da governadora do Maranhão
é mais consistente do que foram as de
Itamar e de Ciro.
Ainda assim, a posição de Roseana
nas pesquisas deve ser interpretada
com cautela. A eleição será apenas
em 6 de outubro. Falta muito.
O PSDB está em pânico. Tentará
aprontar alguma reação para janeiro, fevereiro e março -com o objetivo de desempacar a candidatura de
José Serra.
É impossível a esta altura fazer previsões sobre a configuração final da
lista de candidatos. Os tucanos usam
o argumento de que Serra vai naturalmente para algo próximo a 15%
quando se apresentar como candidato oficial. Pode ser. Mas nunca ficou
tão difícil apostar nessa hipótese.
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