São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 2009

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Editoriais

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Bons ventos

O LEILÃO pioneiro para comercialização de energia eólica (eletricidade produzida por turbinas de vento) obteve sucesso surpreendente. Um total de 1.805,7 megawatts (MW) foi contratado por 20 anos. É uma capacidade que equivalerá a mais da metade da usina de Jirau, em construção no rio Madeira -e a três vezes o potencial eólico em exploração, hoje responsável por ínfimo 0,1% da oferta de eletricidade.
Com um único certame, portanto, o país se prepara para dar um salto quádruplo, prova eloquente da viabilidade comercial e do interesse empresarial em fontes alternativas de energia. Causou surpresa também o deságio de 21,5% alcançado pelo preço de comercialização do megawatt-hora (MWh), inicialmente estipulado pelo governo em R$ 189/ MWh e que ficou na média final de R$ 148,39/MWh.
Tal valor se aproxima do custo da energia gerada por termelétricas, indicador da competitividade da fonte alternativa. A eletricidade de fonte hidráulica, contudo, continua bem mais barata: o preço, para uma usina nova, chega perto de R$ 70/MWh.
É por isso que a energia eólica precisa ser ofertada em leilões exclusivos, para não sucumbir diante da concorrência imbatível. Trata-se, ademais, de uma forma complementar de geração, pois os ventos são mais fortes nas épocas em que chove menos e os reservatórios das hidrelétricas estão em baixa.
As turbinas de vento levam sobre as termelétricas a vantagem de não consumir combustíveis fósseis. A queima desses combustíveis lança na atmosfera gases que contribuem para o aquecimento global. Cai por terra, assim, o tabu da inviabilidade da energia eólica, que se torna fator para diversificar e manter limpa a matriz energética, além de preservar a liderança do Brasil em matéria de energia sustentável.


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