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Bons ventos
O LEILÃO pioneiro para comercialização de energia
eólica (eletricidade produzida por turbinas de vento)
obteve sucesso surpreendente.
Um total de 1.805,7 megawatts
(MW) foi contratado por 20
anos. É uma capacidade que
equivalerá a mais da metade da
usina de Jirau, em construção no
rio Madeira -e a três vezes o potencial eólico em exploração, hoje responsável por ínfimo 0,1%
da oferta de eletricidade.
Com um único certame, portanto, o país se prepara para dar
um salto quádruplo, prova eloquente da viabilidade comercial
e do interesse empresarial em
fontes alternativas de energia.
Causou surpresa também o deságio de 21,5% alcançado pelo
preço de comercialização do megawatt-hora (MWh), inicialmente estipulado pelo governo em
R$ 189/ MWh e que ficou na média final de R$ 148,39/MWh.
Tal valor se aproxima do custo
da energia gerada por termelétricas, indicador da competitividade da fonte alternativa. A eletricidade de fonte hidráulica,
contudo, continua bem mais barata: o preço, para uma usina nova, chega perto de R$ 70/MWh.
É por isso que a energia eólica
precisa ser ofertada em leilões
exclusivos, para não sucumbir
diante da concorrência imbatível. Trata-se, ademais, de uma
forma complementar de geração, pois os ventos são mais fortes nas épocas em que chove menos e os reservatórios das hidrelétricas estão em baixa.
As turbinas de vento levam sobre as termelétricas a vantagem
de não consumir combustíveis
fósseis. A queima desses combustíveis lança na atmosfera gases que contribuem para o aquecimento global. Cai por terra, assim, o tabu da inviabilidade da
energia eólica, que se torna fator
para diversificar e manter limpa
a matriz energética, além de preservar a liderança do Brasil em
matéria de energia sustentável.
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