BRASÍLIA - O réu era Waldomiro, homem do Dirceu, mas a semana do PT começou com um "culpado": José Serra, do PSDB. E acaba com três: Ildeli Salvati, Aloizio Mercadante e José Genoino, todos do PT.
O governo e o PT se apavoraram com a fita de 2002 em que Waldomiro aparece em maracutaia da grossa. Só que o governo se apavorou para um lado, e o PT, para outro. O governo acionou métodos de cooptação contra a CPI, e o PT fez o oposto: entrou de sola a torto e a direito.
Resultado: em vez de concentrar esforços apurando as denúncias e isolando Waldomiro, o governo e o PT passaram a dispersar forças brigando entre si e com Deus e todo mundo.
Na quarta-feira, a cúpula governista providenciou o tradicional jantar de épocas de crise na casa do presidente da Câmara, João Paulo Cunha. O pretexto era "prestigiar Dirceu". A intenção, juntar os cacos.
Eram uns 15, inclusive quadros do Congresso perdidos para o governo, como Eunício Oliveira (PMDB), Eduardo Campos (PSB) e Walfrido dos Mares Guia (PTB). Mas... foram excluídos líderes formais, como Ildeli, Mercadante e Genoino. Orelhas arderam até de madrugada.
Que o PT do Senado está desguarnecido, sabe-se desde o início. Mas a crise expôs uma situação dramática. Genoino, presidente do partido, foi com tudo contra os tucanos. Ildeli, líder petista, comandou a reunião de bancada que projetou uma CPI contra tudo e todos, mexendo nos brios do PFL. Mercadante, líder do governo, meteu Roseana no meio. Papai Sarney, em vez de maior aliado, ameaçou virar o pior inimigo.
Resta ao governo e ao PT refletir no Carnaval sobre os erros e a arrogância, torcendo para que a munição tenha se esgotado nas fitas de 2002. É improvável, mas não custa sonhar. No mais, é botar a máscara e cair na folia. Ou chorar as mágoas.


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