São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Violência
"As forças que se fantasiam de vanguardeiras debitam nossos elevados índices de criminalidade às desigualdades sociais. Em Nova York, o prefeito Rudolph Giuliani, com trabalho iniciado ainda como procurador da Justiça, conseguiu reduzir drasticamente a incidência do crime. A Itália derrotou a máfia com determinação, mas sem demagogia. Em ambos os casos, questões sociais estiveram ausentes. Analisar a questão da maioridade penal com incursão ao estágio fetal é brincadeira de mau gosto. Impõe-se urgente correção de rumos, a começar pelo mais alto escalão."
HÉLIO FONTANELLA (Niterói, RJ)
 

"Torcer para que infanticidas recebam, na cadeia, uma punição demorada e sofrida, confessar-se consolado com a possibilidade de infanticidas serem chacinados na cadeia, em nada contribuem para o aprimoramento das relações humanas, em nada favorecem um debate racional das instituições estatais, apenas evidenciam a irresponsabilidade de quem, por ocupar privilegiadamente o espaço público, deveria dedicar-se a ensinar a condição ética da liberdade humana. O artigo de Renato Janine Ribeiro (Mais!, 18/2), dedicado a uma rasa defesa da vingança, não possui sequer um verniz iluminista, evidenciando em sua argumentação o mais retrógrado obscurantismo."
REINALDO PEREIRA E SILVA (Florianópolis, SC)
 

"Fiquei aliviada ao ler o artigo do professor Renato Janine Ribeiro (Mais!, 18/2). O crime contra João Hélio atinge a todos nós, cidadãos, mães, pais, educadores. É impossível ficarmos impassíveis diante de um crime dessa natureza. Sou professora de psicopatologia e concordo com o professor Janine: estamos diante de criminosos cuja recuperação é praticamente impossível. Como o Estado se posiciona diante de um crime cuja brutalidade ultrapassa a condição humana? Leis caducas não mais contemplam o caos em que este país se encontra. Esse crime não matou um menino. Matou o nosso futuro. E, se não exigirmos mudanças imediatas de legisladores e governantes, esse crime matará o país!"
GEORGINA FANECO MANIAKAS , professora (Rio Claro, SP)
 

"Excelente o artigo do deputado Fernando Gabeira (Opinião, 17/2), pois vai direto ao ponto que impede o aperfeiçoamento do sistema penal, qual seja, parte da esquerda considera o criminoso apenas vítima da sociedade e não resultado de seu próprio livre arbítrio. Isso faz com que seja esvaziado o caráter punitivo da pena e é motivo pelo qual nunca se move uma palha para se aperfeiçoar o sistema criminal. Também é correta a posição de que não é só com a alteração das leis que vamos melhorar a situação, porém é forçoso reconhecer que nossas leis penais e processuais (e o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente) favorecem os criminosos e necessitam urgentemente de reforma. Parabéns deputado, continue a lutar no Congresso com a lucidez demonstrada no artigo."
EDNILSON A. ARRAES DE MELO (São Paulo, SP)

Amazônia
"Contundente, definitiva e extremamente preocupante a denúncia do sociólogo Helio Jaguaribe ("Tendências/Debates", ontem). Tenho acompanhado o processo gradual, permanente e, parece, crescente do controle internacional, na calada da noite, do maior patrimônio do país. Mas as autoridades "não sabem de nada'; desconhecem o tema, não discutem, não se apercebem. É muito triste. Não sabemos, a continuar o desprezo, até quando poderemos cantar o "gigante pela própria natureza". Dá vontade de gritar -e Jaguaribe o faz, com muita competência: "acorda, Brasil!'".
JOEL TIBÚRCIO DE SOUSA (Ipatinga, MG)

Elites
"Duas notas publicadas no caderno Dinheiro da semana passada deveriam merecer reflexão profunda pelos conteúdos paradoxais. Elas mostram claramente o abismo social, cultural e científico em que nosso país se transformou. Numa nota lê-se: "Milionários americanos doam US$ 50,5 bi em 2006" (a diversas entidades). Em outra lê-se: "Um dos carros mais caros do mundo, o modelo top da Mercedes foi adquirido recentemente por três brasileiros. A máquina custa R$ 2,6 milhões." Assim, fica fácil perceber qual é o destino predileto do dinheiro de nossas elites."
RICARDO BERTINI FILHO (Campinas, SP)

Vôo 1907
"Vergonhoso o descaso das autoridades de nosso país, mostrado pelo caderno Cotidiano (18/2). 1 - A Embraer não poderia ter entregue uma aeronave tão sofisticada como o Legacy a dois pilotos inexperientes na operação desse avião; 2 - A torre de São José dos Campos não poderia estar sob operação de um oficial que não domina nem a fraseologia aeronáutica nem a língua inglesa. Será que não sabem que os clientes da Embraer são em quase sua totalidade estrangeiros e que, portanto, o aeroporto deveria ser tratado como internacional? 3 - Os pilotos deveriam ter tido humildade suficiente para se declarar incapazes de realizar o vôo e não terem deixado para comentar em rota os desconhecimentos tanto dos termos internacionalmente usados na aviação bem como do manuseio de cartas e mapas; 4 - Os controladores de Brasília deveriam ter tido maior cuidado particularmente com aquela aeronave, uma vez que era nítida a dificuldade de comunicação. Enfim, os americanos sempre acham que nosso país é fundo de quintal e que nosso tráfego aéreo é desprezível. Por outro lado, o Brasil não precisaria ter esperado a "bruxa" agir para entender que nossa infra-estrutura está ruim, principalmente no controle de tráfego."
PEDRO DIONIZIO (Guaxupé, MG)

Trabalho
"Ao criar a Super-Receita, o presidente Lula abre espaço para a precarização das relações trabalhistas. O foco dessa questão está na emenda 3 da nova lei, introduzida pelo Congresso. Um grupo de parlamentares ex-sindicalistas é contra a emenda e já pediu o veto presidencial. A proposta é retirar do Ministério do Trabalho a função de diagnosticar se existe vínculo trabalhista entre trabalhador e empresa. O poder de sentença passa a ser exclusivamente da Justiça. O resultado todos já podem prever: lentidão nas análises e processos que podem demorar anos, o que seria um retrocesso. Além da questão da morosidade, atribuir ao Poder Judiciário mais uma função vai sobrecarregar o sistema e reduzir a capacidade fiscalizadora."
TURÍBIO LIBERATTO (São Caetano do Sul, SP)

Bancos
"Em meio a centenas de tentativas diárias de bancos tentando atrair clientes com os mais variados apelos emocionais e promocionais, chegamos a pensar que somos realmente um acarinhado e respeitado público-alvo para tantos benefícios e atendimento pró-ativo. Porém recebemos de fontes fidedignas (Dinheiro, ontem) que o aumento de tarifas e serviços chega à casa dos 135% em até um ano. Não podemos deixar de acreditar no suicídio moral como saída para tantos devaneios inexplicáveis."
CECÉL GARCIA (Santo André, SP)
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