São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2011 |
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CARLOS HEITOR CONY O mínimo do máximo RIO DE JANEIRO - Nada sei de política e a única verdade que aprendi sobre o assunto é que "argumento pode mudar opinião, mas não muda voto". Vi pela TV momentos da sessão da Câmara que decidiu sobre o novo salário mínimo. Como era de se esperar, ganhou a maioria que apoia o governo. Pelo pouco que entendi, havia três propostas: a do Executivo, que fixava o novo mínimo em R$ 545; a da turma do meio, que elevava o salário para R$ 560; finalmente a da oposição mais radical, que desejava um valor mais alto, na base dos R$ 600. Os oradores de cada facção mostraram à sociedade que os três valores eram possíveis, sem traumas para a economia da nação, que desde o governo passado apregoa uma situação excepcional para as contas públicas, as reservas, o crescimento do consumo etc. Sempre ouvi dizer que o Parlamento não deve se exprimir com uma decisão que derrube outra, é a casa do diálogo, das concessões mútuas dentro das regras democráticas. Com três alternativas para o problema, desde que vigorasse acordos e diálogos da tradição parlamentar, o mínimo poderia ter sido R$ 560, um pouco mais do projeto governamental e um pouco menos do projeto da oposição: o tradicional e medíocre meio-termo. Dispondo de ampla maioria nas duas Casas do Congresso, o governo botou para funcionar o trator da força bruta, ameaçando inclusive os candidatos que desejam ocupar cargos do segundo escalão, considerando-os "dissidentes", uma escala próxima de "adversário". Não acredito que a votação na Câmara tenha sido a primeira vitória de Dilma. Foi apenas mais uma vitória do poder. No Senado será a mesma coisa: força e poder. Se o Tiririca fosse presidente da República, o resultado teria sido mais ou menos o mesmo. Texto Anterior: Brasília - Eliane Cantanhêde: À la Evita Próximo Texto: Helio Schwartsman: Horário de verão Índice | Comunicar Erros |
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