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SÉRGIO COSTA
Lá como cá
RIO DE JANEIRO - Candidatos estão
em falta no mercado. Isso talvez explique a encruzilhada parecida no
caminho dos prefeitos das duas
maiores cidades do país. No Rio, Cesar Maia reapareceu como presidenciável pelo PFL e alternativa ao governo do Estado. Em São Paulo, depois de ser obrigado pelo tucanato a
esquecer o Planalto por uns tempos,
José Serra é estimulado a disputar a
sucessão de Geraldo Alckmin.
Além dessas possibilidades, os dois
têm em comum algum receio de
abandonar os cargos para que foram
eleitos e prometeram cumprir os
mandatos. Serra chegou a assinar
um compromisso nesse sentido. Maia
disse inúmeras vezes que nada o faria abrir mão de ser prefeito do Rio
no Pan 2007 -se é que vai conseguir
terminar as obras a tempo.
Outra afinidade, além do serrismo
declarado de Maia, é a de que seus
partidos não parecem ter outras opções tão competitivas lá como cá.
Com um complicador: com a escolha
de Alckmin para disputar com Lula,
o PFL ameaça lançar Maia como
candidato à Presidência. Um jogo de
cena para pressionar o PSDB a acompanhar o vôo de pefelistas em alguns
Estados. O apoio que parecia de graça a Serra virou uma moeda a ser negociada em valores mais altos com o
tucanato.
Alckmin trabalha nos bastidores
para que sua candidatura se torne
viável. O objetivo é claro: com Serra
na disputa pelo governo de São Paulo
e Maia pelo do Rio, o tucano passa a
ter dois palanques fortes em Estados
importantes. Sem contar o de Aécio
Neves em Minas.
E, como faltam candidatos no mercado, Serra pode repetir em São Paulo a disputa com Marta Suplicy, que
luta no PT para sair candidata. Uma
prorrogação da última eleição na capital. No Rio, Maia, que exerce seu
terceiro mandato na prefeitura e já
foi candidato a governador em 98,
deve disputar com Sérgio Cabral Filho (PMDB), líder nas pesquisas.
Some-se a isso que Lula vai para
sua quinta disputa presidencial seguida, Alckmin tem nas costas uns 11
anos de Palácio dos Bandeirantes
(entrou como vice de Covas) e muito
eleitor nas duas cidades terá a sensação de "déjà vu" na hora de apertar a
tecla "confirma" da urna eletrônica.
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