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ELIANE CANTANHÊDE
Lula e o desemprego
BRASÍLIA - De novembro a fevereiro, foram fechadas 789 mil vagas
de trabalho. De novembro a fevereiro/março (o Datafolha foi entre os
dias 16 e 19 deste mês), Lula caiu 5
pontos. Não é, pois, por acaso. É a
"marolinha" chegando não apenas
à economia real e ao desemprego
como também à sempre sólida popularidade do presidente.
O emprego vinha caindo, caindo,
mas a queda estancou em fevereiro.
Para os aliados do governo, é o início da recuperação. Mas, para os adversários, trata-se ainda do pior resultado no mês desde 1999.
E a pesquisa Datafolha de hoje
mostra cristalinamente que a popularidade de Lula vinha subindo,
subindo, mas a subida estancou de
fevereiro para março. Para os aliados do governo, ele ainda tem o recorde de 65%. Para os adversários, o
que vale é que o "bom" e o "ótimo"
de Lula caíram de 70% em novembro para 65% agora, recuando aos
níveis de setembro.
Isso certamente vai acelerar o
Bolsa Habitação, o Bolsa Geladeira,
o Bolsa PAC e, quem sabe, até mesmo o Bolsa Família. Principalmente cruzando a popularidade de Lula
com os dados sobre a disposição do
digníssimo eleitor em relação aos
candidatos até agora colocados para a sucessão em 2010.
Depois de tanta exposição, com a
plástica, os elogios públicos de Lula,
as viagens, entrevistas e o encontro
de prefeitos, a ministra Dilma não
deu o salto previsto. Seja com Serra
ou com Aécio na parada, ela avança,
mas devagar.
Com Serra, que continua estável
em 41%, Dilma passou de 3% em
março de 2008 para 8% em novembro e está com 11%. Se o adversário
é Aécio, que continua com 17%, ela
foi de 4% para 9% e está com 12%.
Devagar ou devagar e sempre?
É cedo para dizer. Mas a equação
está formada: se a crise corrói empregos, tende a corroer a popularidade de Lula, que é fundamental
para Dilma. Se, com Lula em alta,
ela vai passo a passo, como irá se
Lula começar a cair? Você conclui.
elianec@uol.com.br
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