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Problemas a resolver
O MODELO ainda preponderante de seleção de alunos
para as universidades brasileiras é ineficiente. Datas de
exames coincidentes e dificuldades de deslocamento limitam o
universo de vagas à disposição
dos candidatos. Daí que se afigurasse promissora a ideia de unificar, pouco a pouco, a seleção para as universidades públicas.
Quase tudo deu errado, no entanto, no novo Exame Nacional
do Ensino Médio, criado para
cumprir essa missão. A prova foi
furtada e sua realização teve que
ser adiada. Estudantes e universidades abandonaram o novo
modelo. E problemas surgiram
na etapa final do processo, no
sistema de seleção.
Nesta fase, os estudantes faziam suas escolhas de curso e, caso não alcançassem a nota de
corte na faculdade de sua preferência, podiam escolher nova opção, num total de três etapas.
A ideia era distribuir com mais
racionalidade e eficiência um estoque de 48 mil vagas em instituições de todo o país. O modelo
estimula a mobilidade dos estudantes. Moradores de pequenas
cidades, por exemplo, podem
concorrer com mais facilidade a
vagas em grandes centros.
Ocorre que o mecanismo apresentou falhas. Terminada a terceira e última rodada de escolha,
ainda não foram ocupadas 7.124
vagas nas 51 instituições federais
que selecionam alunos pelo
Enem. O número equivale a 15%
do total em disputa.
O Ministério da Educação
(MEC) reluta em admitir o problema, ao mesmo tempo em que
levanta hipóteses para tentar explicá-lo. Uma delas é a de que
muitos estudantes pleitearam
vagas fora de seus Estados sem a
intenção de se matricular nos
cursos. A pasta estuda que medidas adotar.
É de esperar que não se repita,
neste caso, algo semelhante à decisão de cancelamento da prova
de meio de ano do Enem. Ao voltar atrás no que havia prometido
a muitas universidades, o ministério contribuiu para abalar a
credibilidade do novo modelo. A
ideia de unificar o processo seletivo é boa e deve ser mantida. O
que precisa melhorar é a capacidade de gestão do MEC.
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