São Paulo, sábado, 20 de maio de 2006

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UM PLANO PARA O GÁS

Parece bem assentada, e certamente surge em boa hora, a proposta da Petrobras visando à diminuição da dependência do gás natural boliviano. As dúvidas maiores ficam por conta do impacto desse ajuste estratégico no custo da energia no Brasil -técnicos afirmam que ele necessariamente subirá.
O projeto da estatal brasileira se baseia em duas ações: implantar no Brasil fábricas capazes de processar o gás natural liquefeito (GNL) -que pode ser transportado a bordo de navios e importado de vários fornecedores mundiais- e acelerar a extração do combustível gasoso de campos brasileiros.
No plano que vinha sendo aplicado até a ruidosa estatização na Bolívia, a demanda adicional por gás natural no Brasil seria na maior parte atendida, a partir de 2008, por investimentos na ampliação da capacidade de transporte do gasoduto Brasil-Bolívia. Por essa via se pretendia garantir um suprimento extra de cerca de 15 milhões de metros cúbicos diários -além dos até 30 milhões que hoje podem ser trazidos pelos dutos.
Agora o investimento na ampliação do gasoduto foi suspenso, e os recursos fluirão para a implantação, até 2008, de ao menos duas fábricas de regaseificação do GNL. Apressar e aumentar a exploração a partir de jazidas brasileiras -investindo em novos campos, como os do Espírito Santo- também deve ser uma diretriz adotada após a revisão do plano estratégico da Petrobras.
Apesar de ainda estar pendente o impacto que essas medidas terão no custo da energia, diante do risco político exacerbado na Bolívia, age corretamente a Petrobras ao investir na diversificação dos suprimentos de gás natural ao Brasil.


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