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UM PLANO PARA O GÁS
Parece bem assentada, e certamente surge em boa hora, a
proposta da Petrobras visando à diminuição da dependência do gás natural boliviano. As dúvidas maiores
ficam por conta do impacto desse
ajuste estratégico no custo da energia
no Brasil -técnicos afirmam que ele
necessariamente subirá.
O projeto da estatal brasileira se baseia em duas ações: implantar no
Brasil fábricas capazes de processar
o gás natural liquefeito (GNL) -que
pode ser transportado a bordo de navios e importado de vários fornecedores mundiais- e acelerar a extração do combustível gasoso de campos brasileiros.
No plano que vinha sendo aplicado
até a ruidosa estatização na Bolívia, a
demanda adicional por gás natural
no Brasil seria na maior parte atendida, a partir de 2008, por investimentos na ampliação da capacidade de
transporte do gasoduto Brasil-Bolívia. Por essa via se pretendia garantir
um suprimento extra de cerca de 15
milhões de metros cúbicos diários
-além dos até 30 milhões que hoje
podem ser trazidos pelos dutos.
Agora o investimento na ampliação
do gasoduto foi suspenso, e os recursos fluirão para a implantação, até
2008, de ao menos duas fábricas de
regaseificação do GNL. Apressar e
aumentar a exploração a partir de jazidas brasileiras -investindo em
novos campos, como os do Espírito
Santo- também deve ser uma diretriz adotada após a revisão do plano
estratégico da Petrobras.
Apesar de ainda estar pendente o
impacto que essas medidas terão no
custo da energia, diante do risco político exacerbado na Bolívia, age corretamente a Petrobras ao investir na
diversificação dos suprimentos de
gás natural ao Brasil.
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