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PAINEL DO LEITOR
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Exército no Rio
"Já não bastavam as barbáries
das quais a população brasileira é
vítima, como corrupção, educação
precária, doenças, falta de atendimento médico, policiamento ineficiente, fome, violência, injustiças,
altíssimos impostos, desemprego e
toda uma série horripilante de desrespeito aos direitos humanos, agora há esse macabro incremento:
traficantes são reconhecidos como
poder paralelo.
Julgam e executam com o aval de
militares do Exército Brasileiro.
Estamos caminhando para o precipício e fingindo estar com os
olhos fechados. Se uma convulsão
social gravíssima se instalar no país,
tal qual um terremoto, não haverá
classe social a ser poupada.
Os responsáveis pelo comando da
nação, em todas as esferas, deveriam estar atentos a isso."
RITA DE CÁSSIA LUSTOSA MESSIAS BARRENSE
(São Paulo, SP)
"A Associação Juízes para a Democracia vem, há anos, manifestando-se contrariamente à presença do Exército nas favelas do Rio de
Janeiro. E vai continuar a fazê-lo.
As Forças Armadas têm suas funções perfeitamente delineadas na
Constituição do nosso país.
Agora, aí está, a presença do
Exército nos morros do Rio de Janeiro, além de inconstitucional, entra para o rol da ação que pretende
combater: a criminalidade.
A morte dos três moradores do
morro da Providência exige ação e
consciência dos poderes do Estado
brasileiro. Não bastam pedidos de
desculpas e indenizações.
Faz-se urgente ler a Constituição
e dar-lhe cumprimento."
DORA MARTINS, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia
(São Paulo, SP)
"A coluna de Clóvis Rossi de 18/6
("Cartão-postal sem Corcovado",
Opinião, pág. A2) revela que a sociedade, seja ela civil, fardada ou governo, sempre dá as mesmas respostas quando ocorrem tragédias
como a do morro da Previdência.
Lendo-a, relembrei-me de suas
palavras quando da chacina na Baixada Fluminense, em que policiais
à paisana atiraram a esmo em moradores. Por que nestas situações
só conseguimos reagir com palavras de efeito, como "absurdo!",
"indignação!'?
Se fossem de Higienópolis os três
jovens entregues aos bandidos
(exemplo semelhante foi dado pelo
colunista Marcelo Coelho à época
-"se a matança tivesse ocorrido em
Higienópolis...'), o que faríamos?
Quais seriam as respostas? Certamente muito mais rápidas e efetivas do que a nossa mera retórica."
CAMILLA DE VILHENA BEMERGUI RYS
(São Paulo, SP)
"Justiça manda Exército desocupar morro no Rio". Esta manchete
do jornal de ontem está parecendo
aquela história do velhinho que a
gente coloca no sol, tira do sol...
Às vezes eu me pergunto: se o
Exército não tem capacidade para
combater os bandidos do morro,
quem tem?
Milhares de homens são treinados, alimentados e vestidos para
que afinal?
As drogas continuam chegando,
os carros roubados são encontrados
no Paraguai, nossas matas são desmatadas, os bandidos seguem tomando conta de tudo. Estas são as
nossas guerras, já que, graças a
Deus, não temos ataques externos.
Eles têm obrigação de zelar por nós.
Se o Exército não consegue dominar o banditismo, quem irá enfrentá-los? Seria humilhação e derrota
tirá-los do Rio."
HELENI BORELLA BARBOSA (Caraguatatuba, SP)
Eleição 2008
"Por mais desagradável que me
seja a figura política de Marta Suplicy, considero que o juiz Francisco Carlos Shintate foi caolho em sua
análise quando considerou que a
simples exposição da candidata na
mídia escrita já constitui propaganda eleitoral extemporânea.
Além do fato de a candidata não
estar agredindo a lei, sua aparição
também pode criar emoções desagradáveis no leitor, como em mim,
por exemplo.
Portanto, a mídia, como ferramenta de propaganda, pode ser
uma faca de dois gumes à qual qualquer candidato pode estar exposto.
Nada mais democrático."
MARA MONTEZUMA ASSAF (São Paulo, SP)
"Com termos imprudentes, a legislação eleitoral pôs uma lata de
spray nas mãos de promotores e de
juízes eleitorais.
Podendo usar a tinta para traçar a
linha que, na liberdade de imprensa, separa o uso do abuso, eles preferiram pichar os olhos dos leitores
da Folha e da revista "Veja".
O que deve fazer agora o Tribunal
Eleitoral? A resposta talvez esteja
na proposta de Contardo Calligaris
("Pichações", Ilustrada, 19/6): "para
ser artista, promotor ou juiz, é preciso saber ver"."
CARLOS ARI SUNDFELD, professor de direito da
FGV e presidente da Sociedade Brasileira de Direito Público (São Paulo, SP)
"O juiz que condenou a Folha pela entrevista com a pré-candidata
Marta Suplicy, por suposta propaganda eleitoral antecipada, não lê a
Folha.
Se assim o fizesse, teria notado a
"contundência investigativa" deste
jornal durante o governo da ex-prefeita de São Paulo."
JAIR DA SILVA SANTOS (São Paulo, SP)
Mais um
"Mais um absurdo neste país
("GM oferece a tribunal manutenção gratuita para frota de carros",
Brasil, 16/6).
É mesmo moralmente condenável. Mas, se for apenas uma "liberalidade", um investimento publicitário legítimo, segundo um advogado,
por que a General Motors não oferece os seus préstimos às ambulâncias e aos veículos de resgate?
Isso sim seria um serviço à sociedade. Isso sim seria um investimento publicitário.
Ou será que é sempre melhor bajular os poderosos?"
JOSÉ LUIZ MOREIRA (Belo Horizonte, MG)
Linhas aéreas
"Se, de fato, a Gol "nunca foi cliente dos advogados do escritório Teixeira, Martins & Advogados" ("Painel do Leitor", ontem), por que seus
dois principais executivos apareceram com o "doutor" Teixeira subindo no elevador do Palácio do Planalto, rumo ao gabinete do presidente Lula?
Não vale dizer que foi coincidência e que era só para bater papo.
Nada como ter "linhas aéreas inteligentes"."
MARCELO DEL VIGNA, advogado (Uberlândia, MG)
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