São Paulo, sábado, 20 de junho de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Lula e Sarney
"Tenho aprovado o governo do presidente Lula e aprecio muitas de suas atitudes, mas ele foi extremamente infeliz ao afirmar que o senador Sarney não pode ser tratado como se fosse uma pessoa comum.
No pensamento dele, o que faz uma pessoa não ser comum? Em que se distingue das demais? Que privilégios deve receber?
O ideal democrático é que os governantes sejam tratados como pessoas comuns. Governar não é privilégio, é missão. Entende-se que um governante deve ter subsistência e recursos compatíveis com suas atribuições e responsabilidades, mas não é concebível que o povo sustente privilégios dos poderosos nem de suas famílias.
O povo precisa saber o que os políticos pensam a esse respeito. Eu jamais votarei num candidato que defenda essa distinção entre homens comuns e não comuns."
DURVAL MUNIZ DE CASTRO (Campinas, SP)

 

"Raramente leio a coluna do senador José Sarney na Folha. Não consigo enxergar ali nada que me interesse. Parece-me coisa sem nexo, tal como "maribondo de fogo".
Porém o começo da coluna de ontem é impagável: "Aqui não tenho o Senado para atrapalhar-me".
Ora, quem atrapalha o Senado são políticos como o senador Sarney, e não o contrário."
ALBERTO SEMER (São Paulo, SP)

Jornalismo
"O fim da obrigatoriedade do diploma é uma conquista das grandes empresas e dos políticos do Brasil.
Como jornalista diplomado e profissional, sou favorável à sua obrigatoriedade, por causa da ética.
Com tantas escolas de jornalismo por aí, é duro um profissional diplomado ser preterido por outro não diplomado. Concordo com os que dizem que jornalismo é feito de talento, mas uma educação acadêmica é sempre necessária.
Infelizmente, nosso país anda para trás, pois, em vez de privilegiar a educação e as faculdades, prefere agir por interesses políticos."
GUILHERME FREITAS, jornalista diplomado e desempregado (São Paulo, SP)

 

"Cumprimentos ao STF. A liberdade de expressão é um direito do cidadão. A pessoa pode falar o que quiser de mim; eu só não tenho o direito de proibi-la de falar.
A não exigência de diploma favorece o amplo debate de opiniões e dificulta o monopólio da informação e a ditadura da imprensa."
FRANCISCO ANÉAS , jornalista (São Paulo, SP)

 

"No mínimo, é ironia: o STF, que decidiu pela inconstitucionalidade da exigência do diploma de jornalismo, abriu concurso para contratar 14 jornalistas. Mas o concurso terá de ser adiado, pois eles não sabem se exigem ou não o diploma ("STF não sabe se deve exigir diploma de seus jornalistas", Brasil, ontem)."
LÍGIA BITTENCOURT, tradutora técnica (São Bernardo do Campo, SP)

Câmara paulistana
"Estranha a decisão de um juiz que determinou ao prefeito Kassab que retire da internet as informações a respeito dos salários dos servidores. A decisão está na contramão da legislação que determina publicidade a todo gasto público.
Aliás, o Judiciário, o Senado, a Câmara, os Tribunais de Conta, enfim, todas as instituições que pagam salários com dinheiro público deveriam ser obrigadas a seguir o exemplo de transparência."
ARTHUR SOARES (Belo Horizonte, MG)

 

"Ao divulgar o salário dos servidores, Kassab jogou a opinião pública contra estes, pois a imprensa tem divulgado apenas os ótimos salários, que não chegam a 2% dos 162.000 servidores. A maioria desses funcionários recebe baixos salários ou está na média em comparação com empresas privadas -e estão há mais de 15 anos sem aumento. É importante dar transparência, porém de forma responsável."
LUIS LIRA DA SILVA (São Paulo, SP)

Rouanet
"É impressionante a eficiência do Ministério da Cultura na análise do projeto da turnê dos shows de Caetano Veloso. Os dados estão na página do MinC. Basta acessar a página do ministério pelo sistema Salic Web e pesquisar o número do projeto, Pronac 091350. É possível saber que, em uma semana, o projeto foi apresentado, incluído na pauta e apreciado pela CNIC.
Qualquer pessoa que já enviou um projeto ao MinC aguarda, na melhor das hipóteses, três ou quatro meses pelas respostas. Isso se telefonar regularmente ao ministério e tiver a sorte de ser atendido."
SERGIO ESCAMILLA (São Paulo, SP)

Amazônia
"Como relator da MP 458, identifiquei erros no artigo "De volta ao passado" (Dinheiro, 13/6), do "doutor" Cesar Benjamin. 1) A MP 458 não trata de grandes proprietários. A lei 8.629, de 1993, estabelece que as pequenas propriedades são as áreas de um a quatro módulos fiscais, e as médias propriedades possuem áreas de quatro até 15 módulos fiscais -no máximo 1.500 hectares. Acima disso estão as grandes propriedades.
2) Pela MP, só os imóveis com um módulo fiscal serão doados. De um a quatro módulos, as áreas serão vendidas a preço simbólico.
Acima disso e até 15 módulos, serão vendidas a preço de mercado.
3) A regularização das posses de pessoas jurídicas não acarretará concentração fundiária. No parágrafo único, ficou estabelecido que apenas uma área ocupada poderá ser regularizada, por pessoa natural ou jurídica.
4) Esses argumentos servem para defender a regularização de áreas ocupadas por prepostos."
ASDRUBAL BENTES , deputado federal -PMDB-PA (Brasília, DF)

Resposta do colunista Cesar Benjamin - O texto da MP permite, explicitamente, a imediata titulação de lotes de até 1.500 hectares para prepostos (ou "laranjas") de grileiros ou empresas. No momento seguinte, esses lotes serão agrupados em uma única grande propriedade.
Por isso escrevi que um grileiro (ou empresa) com 50 prepostos poderá formar um latifúndio de 75 mil hectares. O "deputado" Asdrubal sabe disso, pois a redação que deu à MP tem exatamente esse objetivo, mas finge que não sabe.

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